Edição #118

Outubro 10

Nesta edição

Armorial

Há 40 anos, surgia em terras pernambucanas um movimento que pretendia fundir a arte erudita aos elementos da cultura popular nordestina. Vivia-se, à época, um intenso processo de transformação social, com a industrialização, o alto crescimento urbano, o“milagre brasileiro”. O Brasil abria portas ao capital estrangeiro e à indústria cultural. Justamente para combater o que se entendia como a vulgarização da cultura nacional, provocada por essas inundantes transformações, criou-se o Movimento Armorial, tendo como figura central o escritor Ariano Suassuna (na foto, em set de filmagem nos anos 1970).

Hoje, num mundo mais diverso e complexo, o armorial continua a despertar interesse, servindo de base a manifestações artísticas em diversas linguagens, ainda que, em alguns casos, os protagonistas não queiram ser rotulados como armoriais.

No intuito de reencontrar o movimento sob a perspectiva do presente, nesta edição, investigamos as manifestações artísticas tuteladas pelo armorial, movimento que, segundo pesquisadores, surgiu antes de sua formalização, na década de 1970. Abre a série sobre o assunto uma análise do movimento a partir do Romance d’A Pedra do Reino, considerada sua obra basilar; juntamente com uma entrevista com seu autor, Ariano Suassuna. Na sequência, tratamos de expressões contemporâneas da estética armorial no teatro, na dança, na música, nas artes plásticas e no cinema. Quem são os artistas e realizadores que balizam suas obras pelos pressupostos da imbricação entre as artes populares e eruditas?

Viajando por outras terras, a revista desloca-se ao norte e a leste do globo, indo ao encontro de cidades peculiares. No primeiro caso, percorre as ruas de Nova York, interessada no cardápio diário daqueles que vivem em Manhattan; no segundo, ruma a Istambul e explora essa cidade-ponte, que liga Ocidente e Oriente, rica e diversa, estranha e adoravelmente familiar.

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