Edição #175

Julho 15

Nesta edição

Gordofobia

Quando já estávamos num bom caminho da edição da nossa reportagem de capa, sobre a aversão às pessoas gordas – a gordofobia –, foi que reparamos que a maioria das imagens que tínhamos para a matéria eram de mulheres. Na verdade, a maioria das pessoas com quem a jornalista Luciana Veras conversou são mulheres. Estava evidente aquilo que a terceira matéria, As representações ideológicas do corpo, enfatizava: que este não é apenas um problema que atinge aqueles que estão fora dos padrões de beleza e saúde vigentes, mas que ele penaliza sobretudo o feminino. Por isso é que a artista paranaense Fernanda Magalhães diz que as suas fotografias e o uso que faz de seu corpo e de sua constituição física no seu trabalho são “absolutamente políticos”.

“A gordofobia é uma das discussões do feminismo”, defende ela, para mais adiante dizer à Continente: “O fato é que, na arte e na vida, há uma outra leitura do corpo do homem e também desse corpo masculino obeso. Questões de poder fazem com que eles recebam olhares diferentes daqueles destinados ao corpo de mulheres”.

Também na reportagem, o professor Vinicios Ribeiro, que defendeu dissertação sobre o trabalho de Fernanda na UFG, observa que, na História da Arte, é infinitamente maior a quantidade de homens que produzem um olhar sobre o corpo da mulher – tantas vezes despido – que o contrário. Fato que aponta mais uma vez para essa construção social de beleza pela arte.

Outro assunto que destacamos neste número é a quarta edição da nossa Conversa, seção que criamos para circular bimestralmente na revista este ano como marco dos seus 15 anos. O assunto colocado na mesa é a literatura, para o qual foram convidados a discutir escritores de gerações distintas, sob a mediação de dois críticos do setor. O ponto que mais pareceu mobilizar os participantes deste encontro foi o incômodo de escrever e ler textos sob pressão do mercado. Nesse ponto, definitivamente, os escritores não estão sozinhos.

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