Arquivo
Zel Nunes
Historiador exercita fotografia registrando uma Brasília em que se destacam grafismos
Neste mês, nossa matéria especial é dedicada à renda, essa peça artesanal tão popular no Nordeste. Para trazer um panorama do assunto aos leitores, a repórter Danielle Romani e a fotógrafa Roberta Guimarães pegaram a estrada e visitaram três estados. A rota começou pelo interior de Pernambuco, nos municípios de Poção e Pesqueira, os maiores polos de produção de renascença do Estado. Lá, elas observaram a laboriosa rotina das rendeiras, que muitas vezes dedicam meses à produção de uma mesma peça.
Em Aquiraz, município cearense ao norte de Fortaleza, as comunidades de rendeiras de Prainha e Iguape têm suas vendas vinculadas ao fluxo turístico da região. As rendeiras locais produzem suas peças com a tradicional técnica do bilro, comumente associada à beira de praia e às redes dos pescadores.
Em Alagoas, a equipe encontrou a singeleza, um tipo de renda quase em extinção, e o popular filé, que está sendo reclassificado como bordado, pelo Sebrae. Apesar disso, as mulheres que o tecem continuam considerando-se rendeiras, e não bordadeiras. A diversidade e riqueza da renda e do bordado nordestinos apontaram a necessidade de, numa próxima edição, tratarmos exclusivamente dos bordados como tema.
Além de ter visitado centros produtores dos três estados citados, nossa reportagem apurou quais as rendas mais preciosas de lugares como Paraíba e Sergipe, juntando ao trabalho de campo uma pesquisa bibliográfica concentrada na abordagem histórica, buscando as origens da renda nordestina, uma herança europeia muito bem-adaptada ao artesanato têxtil local.
Aqui, na redação, diante do entusiasmo da repórter Danielle com o material colhido e das belas fotos de Roberta, ficamos felizes de ver como a renda, naturalmente charmosa e elegante, continua a ser valorizada tanto por quem a produz quanto por quem a consome.
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