Edição #251

Novembro 21

Nesta edição

Músicas e celebrações

Durante o período de isolamento social, houve artistas que pararam de produzir, outros resgataram projetos antigos e alguns se lançaram numa produção incessante. O cantor e compositor Chico César, capa da nossa edição deste mês, está neste último grupo. No curso desse período, ele compôs
mais de uma centena de músicas, algumas sozinho e outras em parceria com amigos de longas datas, como Zeca Baleiro.

“Como uma caixa de ressonância dos afetos e de crítica que a sociedade estava gerando naquele momento. Eu estava com uma antena, com uma esponja pegando tudo. No geral, eu estava mesmo ativo, com a energia lá em cima, então comecei a trocar a noite pelo dia, e logo eu estava compondo sobre muitas coisas, não só sobre a pandemia, compus canções de amor, canções críticas, de protesto, frevo…”, contou à repórter Mariana Filgueiras.

Na conversa em videoconferência, além de falar sobre essa abundante produção, o músico comentou sobre sua passagem pelo Uruguai e pela França, o que lhe rendeu a gravação de dois discos. Discorreu ainda sobre o momento político vivido no Brasil e a propagação de suas composições nas redes sociais depois que foram cantadas por Juliette e pelo padre Fábio de Melo.

Ainda no campo da música, publicamos nesta edição uma HQ exclusiva, cujo tema são os 30 anos do grunge, estilo musical nascido em Seattle (EUA). Os autores são Thales Molina e Felipe van Deursen, fãs declarados do movimento, que nos apresentam um recorte detalhado e caprichado dessa história, três décadas depois do álbum Nevermind, do Nirvana, ser lançado, em setembro de 1991.

E, marcando o mês da Consciência Negra, oferecemos uma memória produzida pelo jornalista Romero Rafael sobre a Missa dos Quilombos. Realizada no Recife, na Praça do Carmo, no dia 22 de novembro de 1981, a cerimônia foi um pedido de desculpas de ala progressista da Igreja Católica no Brasil ao povo preto. A missa foi celebrada por dom Helder Câmara, com a participação de dom José Maria Pires, primeiro arcebispo negro do Brasil, da Arquidiocese da Paraíba, que depois passou a ser conhecido como dom Zumbi. A celebração  manteve a liturgia romana, agregando a ela simbologias importantes da cultura afro-brasileira. Isto, na vigência da ditadura militar.

Tenham uma ótima leitura!

Nossa capa: foto de José de Holanda

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