Edição #236

Agosto 20

Nesta edição

Os saldos das batalhas

Guerra. Nos últimos meses, essa palavra vem sendo muito utilizada por líderes mundiais, cientistas e mídia em referência às ações contra o novo coronavírus. Estamos numa batalha sanitária, cujo saldo de mortos de cada país tem sido comparado ao total de vítimas fatais em conflitos históricos, como os Estados Unidos, quando ultrapassaram o número de seus mortos no Vietnã (56 mil), e o Brasil, quando ultrapassou o de seus falecidos na Guerra do Paraguai (50 mil), o último grande embate da América do Sul, cujo fim completou 150 anos no mesmo março em que foi anunciada a nossa quarentena. Naquele mês, começava uma guerra particular, a luta cotidiana pela sobrevivência em meio ao isolamento e à angústia oriunda da incerteza e do medo. É sobre a possibilidade de amenizar esse estado mental provocado pelo retiro, nesses já cinco meses de pandemia, o tema da HQ inédita de Jarbas Domingos, que trazemos nesta edição e que ilustra, também, de forma lúdica, mesmo em tempos sombrios, a nossa capa de agosto.

A tecnologia, que nos aproxima virtualmente neste período de distanciamento, também permite, através dos registros fotográficos, que o mundo conheça os horrores das verdadeiras guerras, aquelas que acontecem nas trincheiras reais e que vitimam ano a ano milhares de pessoas, inclusive incontáveis inocentes. O testemunho desses conflitos necessita de um agente crucial, o fotógrafo. Em reportagem para a Continente, o jornalista Jocê Rodrigues faz um apanhado histórico da evolução dessa cobertura, contando com o depoimento de profissionais brasileiros que atuam nesses fronts para melhor nos informar.

A propósito, a guerra de informação ainda está presente nesta edição através do artigo escrito pelas jornalistas Nataly Queiroz e Patrícia Paixão, a partir do resultado de um estudo sobre a cobertura midiática do derramamento de óleo no litoral brasileiro, em 2019. A tragédia ambiental completa um ano ainda sem respostas para suas principais questões, dentre elas: quem foi o responsável pelo derramamento do petróleo cru? O derramamento de óleo perdeu, de vez, sua importância midiática após ser deflagrada a pandemia, que começou na China e se espalhou pelo mundo no início do ano. É sobre o país asiático, sua relação com os EUA e questões de geopolítica a entrevista deste mês com o pesquisador Elias Jabbour, que alerta: “O Brasil não pode se dar ao luxo de descartar a China”.  Boa leitura a todos.

Capa: Jarbas Domingos

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