Entrevista

“As pessoas não têm paciência mais pra ouvir música” [Parte 2]

O baterista e compositor Pupillo, ex-integrante da Nação Zumbi, fala de sua carreira como músico e atuação como produtor musical

TEXTO Débora Nascimento

02 de Maio de 2023

Imagem Dani Dacorso

[PARTE 2 | continuação da entrevista da ed. 269 | maio de 2023]

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CONTINENTE Em que medida o trabalho do produtor é importante para o sucesso ou para o fracasso de um disco?
PUPILLO Muitas vezes é jogada nas costas do produtor a responsabilidade de fazer aquilo ali dar certo. Muitas vezes o produtor tem que formatar o artista. Uma coisa é você trabalhar dentro de um estúdio com um artista que, mesmo que não saiba 100% o que ele quer, tem um caminho, tem um desejo, ele só não sabe qual caminho percorrer. O produtor ajuda nisso. Vários produtores se deparam com artistas que querem, por exemplo, reproduzir tal disco, porque, de alguma forma, foi bem-sucedido, seja no aspecto estético ou porque representou números, porque vendeu superbem, porque tocou pra caramba na rádio, porque foi tema de abertura de novela... Muitas vezes, o produtor é punido nesse aspecto, porque o trabalho não atingiu o resultado esperado por quem está bancando o disco, seja uma gravadora, um selo ou o próprio artista e faz parte do processo mesmo. Não dá pra fazer milagre.

CONTINENTE Eu tinha entrevistado Fred Zeroquatro e ele me falou que, em alguns momentos, faz falta uma gravadora, quando se precisa de uma infraestrutura maior, de uma verba para contratar mais músicos, por exemplo, pra você colocar um arranjo de metais, uma pequena orquestra. Ele disse que, muitas vezes, tem alguma ideia e aí a questão do orçamento acaba limitando. Você já passou por isso?
PUPILLO Eu concordo com Fred nisso. A nossa geração teve acesso a essa estrutura: poder entrar no estúdio com o produtor que você queria, com a estrutura toda e poder viabilizar as ideias. Muitas vezes, quando você não tem essa estrutura, você simplesmente não consegue executar. Tem um ponto que às vezes a gente conversa, produtores e tudo, que é a questão de que existia na indústria um determinado filtro para contratar e para lançar artistas. E, não à toa, há tantos artistas incríveis que ajudaram a formatar o Brasil. Houve gerações determinantes e que a indústria conseguiu enxergar: Luiz Gonzaga, Tropicalismo, tantas outras movimentações artísticas, o pessoal do Ceará, Alceu e Pernambuco... Foram momentos da indústria onde esse filtro ajudou a formatar o que a gente tem no cancioneiro brasileiro. Ao passo que, hoje, não tem muito isso, esse filtro. Existe uma enxurrada de informações, de lançamentos de artistas que se autoproduzem, se autopromovem e lançam suas músicas nas plataformas. Em alguns aspectos, em determinados momentos, a gravadora, com esse suporte, ajudou e ainda ajuda. Mas, como o mercado, mudou.

Se a gente citar o Sonorado, um disco com repertório sobre os temas musicais que haviam sido compostos exclusivamente para as novelas dos anos 1970, isso foi mudando drasticamente por culpa da indústria, por culpa das gravadoras. E, ao meu ver, piorou, mudou porque passou a ter uma relação única e exclusivamente mercadológica, onde o jabá correu solto, onde vários artistas eram lançados nas trilhas de novela. Isso mudou muito. Mas eu entendo o que Fred falou e realmente faz parte. Hoje em dia, você tem os editais, mas nem sempre você consegue aprovar com o valor que agregue isso, essas possibilidades de incrementar os arranjos da sua banda com outros músicos. Então, às vezes, esse trabalho fica sem esse tipo de realização por conta da falta de grana e, em contrapartida, muitas outras coisas podem ser realizadas pelo fato de você ter um computador no seu quarto. Você tem exemplos mundiais disso, como a Billie Eilish, tanta gente que estourou no mundo e que, com a ferramenta, um computador, um microfone no quarto, conseguiram também desenvolver trabalhos relevantes que deram um resultado incrível. Então, tem essas duas pontas. Enfim, é uma discussão muito ampla e eu acho que as duas visões estão corretas nisso. Eu, como produtor, me deparo inúmeras vezes com um desejo artístico para realizar determinadas coisas e que está completamente fora da realidade. Muitas vezes a gente precisa readaptar todo o conceito para que fique bacana e que também represente artisticamente aquela proposta. Mas, sem estrutura, é inviável. A gente sofre com isso. Eu, como artista também, inúmeras vezes fiquei impossibilitado de realizar por conta da falta de estrutura, ainda mais no Brasil. 

Chico Science & Nação Zumbi com o produtor Bid (à frente, à esq.) e o engenheiro de som G-Spot (à frente, à direita), durante a gravação de Afrociberdelia. Foto: Dani Dacorso/Divulgação

CONTINENTE Alguma possibilidade de você fazer um novo projeto ou voltar para a Nação Zumbi?
PUPILLO Não, não. Não está nos planos. Obviamente, as portas estão sempre escancaradas, mas eu acho que é o momento de eu seguir esse meu fluxo de buscar novas frentes de trabalho, novas maneiras de eu me sentir atraído pela música e desenvolver um processo de amadurecimento como músico, artista, produtor, que é abrir espaço para trabalhar com outras pessoas. Esse foi o motivo principal da minha saída, justamente buscar novas possibilidades de trabalho, de me sentir realmente me atualizando, voltar a sentir o que eu senti quando entrei na banda, que é aquele impulso de, ‘caramba!, olha essa turma que eu encontrei’, ‘olha o que eu posso desenvolver’, ‘olha o caminho que eu posso percorrer com essa galera’. Pra mim, a música precisa ser um processo diário de evolução e de satisfação, principalmente. Essa satisfação estou encontrando agora nessas outras frentes.

CONTINENTE Na Nação Zumbi tinha um núcleo que era muito focado em conhecer novos sons, de pesquisa musical, de comprar discos. E você estava nesse núcleo. Como era a troca com o Chico, com relação a isso e com relação a outros aspectos da banda?
PUPILLO Era algo impressionante, porque Chico estava vivendo um momento tão único de descobertas! Imagina o cara, num trajeto que faz de ônibus, Recife, Olinda, ter aquele estalo de propor “Mangue! Vai ser isso!”. E aí usar essa metáfora para toda a diversidade. Então, a pessoa que propõe isso, ela não vai esconder nenhum tipo de informação. Pelo contrário, ele viveu, naquela época, um momento de expansão e de uma enxurrada de informações que chegavam através das pesquisas e de pessoas que faziam parte do ciclo de amizade e que ele fazia total questão de compartilhar com todos da banda. Isso contagiava todo mundo. Todo mundo que descobria um som novo, fazia questão de gravar uma fita cassete. Isso era comum entre a gente: chegar com a fita e dar de presente pro outro, com as músicas que estavam ouvindo na época. Isso era muito legal, muito enriquecedor. Havia conversas em mesa de bar falando sobre tudo, sobre som, inclusive no sentido de tentar dar uma unidade àquela diversidade. Chico foi, pra gente, o grande representante dessa visão de compartilhamento. Chico era nossa rede social, era nossa internet. Se tinha alguém 5G era Chico, porque tinha essa capacidade, essa rapidez em processar as informações e compartilhar imediatamente com a gente. E isso foi fundamental para a formação de cada um. Inclusive nesse aspecto, cada um tem o seu jeito, cada um tem sua forma de pensar, tem seu jeito de tocar, tem suas principais referências e ele potencializou tudo isso. Brilhavam os olhos de Chico quando ele via que você estava chocado com algo que você não tinha escutado ainda. Na época do drum’n’bass, a gente estava ouvindo muito isso. Chico estava encantado, vidrado nisso. A gente viu essa identificação com o frevo, por exemplo. Então, isso se refletiu nos discos, na discografia da banda, mesmo depois dele. Era um núcleo, de fato, realmente muito forte, muito poderoso nesse aspecto, que ia além da música, claro, mas, como resultado final, o foco principal era a música. Existia esse poder agregador que Chico tinha. Ainda bem que deu tempo de ele em vida jogar essa percepção numa era pré-internet.

CONTINENTE O que você aprendeu com ele que você levou pra sua carreira?
PUPILLO Tudo isso. Justamente ser desprovido de preconceito. Acho que muito da nossa identificação pessoal vem disso, da predisposição e da disponibilidade em conhecer e ouvir. Sou mais de ouvir, do que de falar. Apesar de a gente estar falando esse tempo todo, duas horas (risos). Então imagina, pra mim, com 19, 20 anos começar a andar com essa galera e descobrir tantas coisas incríveis com as quais eu me identificaria. Hoje eu tenho 48. Então foi um aprendizado incrível. Eu acho que, em nenhum outro aspecto, eu poderia ter uma vivência tão rica, se não fosse com o Chico. Que foi rápido, foram poucos anos. Mas que me formaram como pessoa, como artista, como músico, como produtor, tudo isso. Obviamente eu cito a Nação Zumbi, mas tudo isso se deu e começou com Chico. Tudo o que a gente é como pessoa, a Nação Zumbi, todos nós que fizemos parte daquela formação clássica da banda, somos o que somos por conta desse encontro com Chico. Isso é uma visão minha. O que cada um se tornou, o que cada um evoluiu como artista e com os trabalhos que desenvolve passa por essa história com Chico. Disso eu não tenho a menor dúvida.

CONTINENTE Fico emocionada porque eu acho que não somente vocês, mas toda uma geração foi impactada por ele. Porque eu, como ouvinte de música e como jornalista, naquela época, em formação na universidade, fui impactada por ele. A própria diferença que eu via na produção do Da lama ao caos e do Afrociberdelia, me abriu uma visão para tentar entender o processo que estava por trás. Então, acho que o que Chico fez, o que vocês fizeram ali, realmente abriu portas para muita gente, não somente na música. Mas eu queria voltar a um assunto que você mencionou, sobre o mercado de singles, em detrimento ao lançamento de álbuns.
PUPILLO Bom, primeiro, só pra pontuar, eu também fiquei emocionado com isso, porque, enfim, foram momentos onde, por exemplo, a gente recebeu uma pressão enorme da gravadora pra repetir a fórmula. E vale ressaltar que eles achavam que a gente seria uma resposta à axé e, no Afrociberdelia, isso é rompido completamente, qualquer possibilidade de se manter essa ideia. Não à toa, houve vários embates com a gravadora e, no poder da personalidade de Chico, foi deixado muito claro que a intenção não era aquela e é um disco diferente, um disco conceitual, como ele falava na época. Abriu mão de certas possibilidades para poder seguir com a ideia, porque teria sido muito fácil abandonar o que estava sendo construído no Recife e abraçar o mercado da forma que a gravadora quisesse conduzir. Isso realmente, na figura de Chico, não aconteceu, felizmente. Talvez, por isso, a gente esteja conversando sobre isso e sobre essa importância dele, do legado dele, um dos legados.

E aí, em relação aos singles, é geracional. Você tem uma geração em que, hoje em dia, tudo é on demand. Os filmes clássicos estão sumindo. A gente não encontra mais. Eu sento com minha esposa para procurar um filme clássico para assistir, e a gente não encontra. A gente não vê as pessoas indo ao cinema para dedicar duas horas do seu tempo assistindo a um filme. A demanda agora é por séries, porque você assiste 50 minutos, 40 minutos, sai, vai fazer outra coisa. A mesma coisa com a música. As pessoas não têm paciência mais para ouvir música. As músicas nas plataformas, elas estão diminuindo o tempo. Isso é algo sintomático dessa geração. Hoje em dia, têm músicas com menos de dois minutos. Mas aí a gente pode dizer, “Ah, mas era o formato lá no início da indústria”. Era, mas não por conta dessa correria maluca que a tecnologia impõe. Era um formato da época, isso foi aumentando. Aí você chega no formato radiofônico, que é, no máximo, três minutos e meio. Mas, hoje em dia, gerações estão com o dedo o tempo inteiro passando. O tempo que você leva numa plataforma de streaming para buscar um filme, por exemplo, você acaba não assistindo nada. Porque você fica 10, 15 minutos pesquisando e não encontra nada que lhe interessa ou vai assistir o que está sendo imposto ali: “Beleza, não tenho mais saco pra procurar, vou assistir isso aqui”. Então isso é muito geracional, é uma coisa preocupante.

Na minha época, quando eu comecei a entender de música, lançava-se um single, dois, três singles. O compacto com dois singles, para depois lançar o álbum. Era uma visão diferente de single, da indústria do vinil, por exemplo, porque a gravadora lançava esse compacto primeiro, se fosse bem-aceito, aí ela bancava o álbum inteiro. Então, a visão de single mudou, mas, ao mesmo tempo, sinto numa geração que está chegando que, quando descobre um álbum, que aquilo tem toda uma ideia do início ao fim, desperta o interesse. Então, é algo que não tem muito como mensurar, até porque o mercado está colocando tudo no balaio do pop. Em outras esferas musicais, a gente continua com a visão do formato de álbum proposto por jovens, como Tim Bernardes. Enfim, tem uma geração muito bacana que propõe se dedicar à feitura de um álbum. Às vezes, quando a gente faz essa análise, a gente pode estar colocando tudo nesse balaio do pop, nessa velocidade que o pop impõe, nessa lacração absurda, estética repetida que a gente tem visto. Mas, ao mesmo tempo, acredito que tenha uma turma que está prestando atenção nisso e é obviamente uma fatia muito menor do mercado e que abre essa possibilidade também para quem se interessa por ir atrás desse formato.


Pupillo com Alaíde Costa. Ele foi diretor musical do disco O que
meus calos dizem sobre mim (2022), de repertório criado para ela.
Foto: Victor Balde/Cortesia

Hoje em dia, tudo é muito sazonal, é tudo aquela correria. A gente está conversando aqui, amanhã surge outra coisa, outra ferramenta. Quem diria que uma única rede social ia dominar o mundo? A ideia da internet era justamente expandir, trazer conhecimento, abrir espaços para pesquisar, numa quantidade infinita de ferramentas, e tem uma só dominando tudo, que é o Instagram. Quando é que a gente ia imaginar isso? A gente falava tanto, todo mundo eufórico com a chegada da internet, com essa possibilidade, principalmente em países pobres, da África, o Brasil, América Latina, que sofrem tanto com acesso, e a gente vê um país como o Brasil refém das redes sociais. Então, eu acho que faz parte dessa grande histeria que a tecnologia impõe. Só pra fechar o meu raciocínio, eu estava conversando com um amigo esses dias e eu falei que o que o Vale do Silício tem feito deveria ser colocado como um crime contra a humanidade.

CONTINENTE É um crime contra a inteligência, contra a criatividade também, né?
PUPILLO Contra tudo, contra o ser humano. O ser humano está doente, cara. Está doente, histérico, violento, agressivo. Eu, que sou pai de um de uma criança de cinco anos, estou muito preocupado. Tenho uma filha de 28 e uma enteada que vai fazer 15. São três gerações que a gente olha e fala “Cara, isso é um crime contra a humanidade o que eles fazem”. Não estão fazendo com cuidado, com uma preocupação em dar acesso à qualidade de vida, nada disso. Eles estão querendo foder com tudo. A real é essa. Por que a ONU não se pronuncia e coloca isso como um crime contra a humanidade também? Existe essa dominação, obviamente. Os Estados Unidos, capitaneando tudo isso, jamais vão deixar um debate como esse virar pauta. Mas é algo que me preocupa, me aflige e reflete no mercado hoje em dia. As pessoas não dedicam tempo à contemplação. Não existe mais a contemplação. Eu estava assistindo a um documentário sobre cinema. A preocupação dos diretores, das pessoas que fazem cinema é com essa falta de capacidade que o ser humano está desenvolvendo de parar e contemplar. Contemplar um álbum, contemplar um filme.

CONTINENTE Inclusive as gravadoras estão cobrando dos artistas que uma música viralize antes no TikTok para poder ser lançada, para poder investir em videoclipe, não é?
PUPILLO Exatamente. Aí entra a parte nociva da indústria fonográfica, que é de impor um padrão. Hoje em dia, as plataformas têm playlists: good vibes e mais num sei o quê. Tem várias definições para poder encaixar a sua música em determinadas playlists. Só que numa dimensão maior, mais nociva, a indústria fonográfica está abraçando essa maneira de viralizar e de dominar o mercado. A gente vê como o segmento do sertanejo faz isso de uma forma nociva, para atingir o maior número de pessoas. Existem maneiras completamente bizarras de eles fazerem isso e liderarem os números nessas plataformas. E tudo isso, junto a essa enfermidade que a tecnologia está causando, reflete na forma como as pessoas hoje em dia estão assistindo, ouvindo música e se relacionando com a arte.

CONTINENTE O que você acha dessa estética retrô na música que a gente ouve hoje em discos de diversos artistas, como Beyoncé e Tame Impala? Você acha que esse excesso de homenagens e resgate de gêneros, das décadas de 1960, 70, 80, de alguma forma, evidencia que a gente pode estar numa situação de crise criativa para novos estilos musicais ou novos arranjos?
PUPILLO Não, não sinto isso. A gente tem novos estilos surgindo. Você vê o funk evoluindo e sendo, vamos dizer, um porta-voz da música brasileira hoje no mundo. Tem o trap, tem tantas variantes de estilos que estão acontecendo aqui e no mundo. O que acontece é que a gente tem agora a música pop mundial. Ela tem, sei lá, 70 anos. Desde que surgiram, vamos dizer, Luiz Gonzaga, Elvis Presley e Chuck Berry, cada novo estilo foi surgindo, a bossa nova, o Tropicalismo. Isso tudo é material que vai se acumulando para que, periodicamente, a gente tenha essa possibilidade de revisitar e justamente nos dar um grande banco de possibilidades, onde você pode ou reproduzir aquele determinado estilo que você admira, que você descobriu ou pode juntar elementos, que é onde a contemporaneidade acontece, quando você pega um elemento da nossa época e usa de outras. Eu, por exemplo, adoro fazer isso, não só como produtor, como músico também, aqui no meu estúdio: usar elementos de diferentes décadas para transformar isso em algo contemporâneo. A cada década, existe esse rompimento saudável, essa mudança natural de conceito na estética pop do mundo e a gente vai ampliando essas possibilidades. Quando a gente se utiliza de elementos de outras épocas é uma forma de a gente entender o nosso tempo, e que a música ao longo desse período foi evoluindo e eternizando inúmeros estilos. A gente tem música feita lá atrás, um chorinho, chega Luiz Gonzaga, chega bossa nova, chega o Tropicalismo, chegam os Novos Baianos, trio elétrico, a turma do Ceará, turma de Pernambuco, Manguebeat, Lincoln. Hoje em dia a gente tem uma história grande pra contar e essa história, como nos pertence, a gente pode utilizar de forma diferente. Acho, porém, que tudo é a forma como cada um utiliza, porque tem quem use de uma forma bacana, tem quem não use, tem a questão mercadológica, tem a questão artística. Então assim a gente vai criando uma história. E hoje, em 2023, olhando para trás, já temos uma história muito mais ampla, que está aí para ser revisitada também, atualizada e aí remete à nossa conversa inicial, que é onde o frevo se encaixa nesse contexto inteiro, fazer parte dessa movimentação.

DÉBORA NASCIMENTO, jornalista, repórter especial da Continente e colunista da Continente Online.

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