Entrevista

“A velhice só é boa com riqueza”

Em entrevista, o jornalista, crítico, professor e curador pernambucano Celso Marconi fala sobre política, velhice e sua vida em meio à pandemia

TEXTO Débora Nascimento

26 de Maio de 2021

Celso Marconi, na sua casa em Olinda, em 2011

Celso Marconi, na sua casa em Olinda, em 2011

Foto Ricardo Moura

[conteúdo extra à reportagem da ed. 245 | maio 2021]

Celso Marconi de Medeiros Lins completou, em agosto do ano passado, 90 anos. Seu aniversário foi muito comemorado nas redes sociais. Nas mensagens, seus seguidores, amigos, parentes, ex-alunos, leitores, fãs, muitas vezes, o chamavam de jovem. Para quem o conhece ou tem alguma oportunidade de conversar com ele, não é difícil perceber os momentos em que o jornalista, crítico de cinema, professor, programador e realizador demonstra o que se chama de “espírito jovem”, com algumas características que normalmente costuma-se atribuir à juventude: rebeldia, irreverência e disposição para aprender coisas novas.

Celso Marconi, como é mais conhecido, é uma daquelas pessoas que queriam mudar o mundo, principalmente nas revolucionárias décadas de 1950, 1960 e 1970, e sempre esteve presente na defesa da arte, do bom jornalismo, do cinema e da igualdade social. Seus propósitos continuam os mesmos. Mas ele, que encarou, como pôde, a ditadura militar no Brasil, algumas vezes, é acometido pela desesperança que toma parte das pessoas sensatas e bem informadas deste país, no contexto do desastroso governo Bolsonaro e da pandemia descontrolada.

“Julgar entre Bolsonaro e Haddad, duas pessoas totalmente diferentes e claramente diferenciadas... Ou seja, uma pessoa que tenha um pouco de raciocínio vê que não tinha nem como comparar um e outro. Era o extremo da incompetência e o extremo da competência. E não haver capacidade de se votar no melhor?! O que me dói é a população, mais até do que o governo”, afirma, nesta entrevista, que faz parte da reportagem de capa deste mês da Continente, A nova velhice.

Nesta conversa, o jornalista pernambucano, que ganhou, também em agosto do ano passado, a biografia Celso Marconi: O senhor do tempo (Cepe Editora), do jornalista e crítico Luiz Joaquim, fala sobre o mundo a partir de sua rotina de aposentado, pero no mucho. Afinal, ele assiste a diversos filmes diariamente e costuma escrever críticas, que são postadas no Facebook e no site Vermelho, demonstrando o talento que inspirou diversos leitores e fãs, a exemplo de Kleber Mendonça Filho, a trilharem o caminho da crítica de cinema.

CONTINENTE Há uma nova geração de velhos completamente diferente daquela ideia estereotipada que se tinha da velhice. Você completou 90 anos, em agosto do ano passado, e está bem na ativa, acompanhando tudo o que está acontecendo, vendo todos os filmes, fazendo suas críticas... Qual era a ideia que você tinha da velhice quando era mais jovem? Como eram os velhos daquela época? Qual é a lembrança que você tem das pessoas mais velhas daquela época?
CELSO MARCONI Não é diferente do que você estava anunciando, não: sentado na cadeira, sem se mexer. Há algumas pessoas que se colocam melhor na velhice do que outras. A maioria das pessoas não usa, por exemplo, internet, tal como eu uso. Daniel Santiago tem 83 anos, parece. A gente se fala pelo Messenger pra lá e pra cá, usa Facebook... Mas não é a maioria. Jomard (Muniz de Britto) não usa nada... Tenho um amigo, no Rio, Fred, que é médico, não usa de jeito nenhum nem celular. (A internet) não é uma coisa tão generalizada como se pensa, mas é claro que tem mais gente agora. Hoje tem muito mais instrumentos capazes de serem usados por uma pessoa mais velha.

CONTINENTE Mas é preciso a pessoa ter abertura pra isso, né?
CELSO MARCONI Ter abertura, gostar de ver coisas que são novas; do ponto de vista pessoal, você ter a vontade de usar aquela coisa. A pessoa que não gosta, não gosta. Fred, por exemplo, ele tem dificuldade de usar um telefone que não seja o convencional, fixo. Esse telefone que a gente tem hoje é um telefone difícil de usar. É um telefone que é um computador. Eu uso muito pouco o celular, porque eu tenho dificuldade de visão e, pra mim, o ideal é um tablet. Eu adoro o iPad. Se tirar o iPad de mim, eu me acabo.

CONTINENTE E essa dificuldade na visão é uma coisa que já vem de muito antes, né?
CELSO MARCONI A vida inteira foi difícil pra mim a visão, agora é um milagre. Só digo que foi Nossa Sra da Conceição que me deu essa... Porque os médicos já me entregaram. Porque se não fosse ela... (risos)

CONTINENTE Você chegou a fazer uma promessa?
CELSO MARCONI Eu uso uma coisa que ainda não caiu. Acho que estou com ela há uns oito anos, uma fitinha que botei no pulso, e não cai!

CONTINENTE só aquele fiapinho, né?
CELSO MARCONI É, tá aquela coisa amarela sem cair. Minha irmã passou um tempo aqui, ela achava horroroso. Ela é bem religiosa, mas essa coisa de fitinha amarrada no braço, ela achava horroroso. “Joga isso fora”.

CONTINENTE E quais são as maiores dificuldades que você enfrenta por já estar numa idade avançada?
CELSO MARCONI A angústia. A vida é uma coisa dificílima, você se manter ativo. Porque eu me mantenho ativo, mas eu acho péssimo, por exemplo, eu não tenho um emprego. Eu não trabalho. Eu escrevo, essa coisa pra o Facebook, mas é uma coisa sem ganhar dinheiro. E eu detestei sempre não ganhar dinheiro quando eu trabalhava. E hoje ainda acho horrível. Mas a sociedade é muito ruim, na realidade. E essa pandemia é um ano terrível, que a gente está passando. Uma coisa mundial, você sabe que é mundial. Mas é muito engraçado, por exemplo, eu vejo os livros se acabando, os jornais se acabando, coisas que se valorizava ao máximo. Hoje em dia não tem mais isso.

CONTINENTE Deve ser chocante pra você, porque pra mim, que sou mais nova, eu acho chocante o Jornal do Commercio, por exemplo, estar se acabando...Você não ficou chocado não, com o fim do Jornal do Commercio impresso?
CELSO MARCONI As pessoas de 40, 50, 60 anos... se chocam mais do que eu. Eu achei graça (risos). Achei ótimo, porque os jornais nos tratam mal. A realidade é essa. Não tem mais sindicato. O sindicato é um horror. Da última vez que eu fui lá, há um tempão, sei lá quantos anos atrás, parecia um lixo. E os jornais, cada vez piores. Então eu deixei de ler jornal totalmente. Eu leio o Facebook de manhã. Dou uma olhada... As pessoas morrem e sai sempre no Facebook. Pelo menos, as pessoas conhecidas, que a gente mais ou menos conhece. Nem a Folha de S. Paulo eu leio mais. Só às vezes que me dá vontade, assim, ou alguma pessoa que fala de um artigo de fulano. Mas não tem mais. No iPad, eu estou lendo. Os meus livros estão todos no iPad. Todos não, quero dizer, os livros de agora. Já tenho mais de dois mil livros no iPad. Compro e-book... Ontem, comprei três livros. Um foi R$ 56, o outro era R$ 29 e o outro, R$ 2,60. Esse de R$ 2,60 era um livro de Kant, Crítica da razão pura. Um livro importantíssimo, quer dizer, e você compra por R$ 2,60.

CONTINENTE Celso, essa questão que você falou, a do trabalho, você teria vontade de voltar a trabalhar?
CELSO MARCONI Eu não teria força, realmente, pra ficar dando expediente de seis horas seguidas, por exemplo. Porque eu faço as coisas por aqui. Eu me acordo, digamos assim, às vezes 16h, às vezes 17h, mas durmo na hora que eu quero. Aí me levanto, vou tomar um cafezinho, fazer um lanche. Aí volto, me sento aqui, trabalho umas três horas seguidas, assim, lendo ou me preparando pra escrever alguma coisa, vendo um filme. Tudo aqui é assim, bem tranquilo.

CONTINENTE Mas você sente falta de escrever e de ser remunerado por isso?
CELSO MARCONI Eu queria mais dinheiro. Felizmente, eu consegui ficar com uma aposentadoriazinha que dá pra gente viver aqui. Mas eu queria mais dinheiro, pra gastar com, por exemplo, um jantar na hora que eu quisesse, um jantar caro... Eu acho que a velhice só é boa com riqueza. Sinto falta de riqueza, mais do que na juventude.

CONTINENTE Você sente mais falta agora, né?
CELSO MARCONI Sinto falta, mas eu vivo razoavelmente bem em relação ao Brasil. Mas me sinto também péssimo por ver as pessoas totalmente dominadas pelo pensamento reacionário, de querer só as coisas individualmente, não pensarem mais socialmente... Isso é terrível.

CONTINENTE Você acha que essa geração de hoje em dia é mais individualista do que aquela geração dos anos 1960, por exemplo?
CELSO MARCONI É uma coisa que está perdida, a ideologia. Não há vontade de fazer as coisas pra mudar o mundo, não se tem mais coragem de enfrentar o drama de querer mudar o mundo, que foi uma coisa que a minha geração, quer dizer, eu não sei mais nem que ano é [minha geração], mas hoje eu me lembro muito dos anos 1950. Gosto muito dos anos 1950, do que aconteceu... É justamente quando eu me preparei pra começar a viver, enfrentar as coisas. Nos anos 1960, aquele drama do golpe de 1964, e agora vivendo essa coisa com um governo filho da puta como esse que a gente tem. Uma incompetência total. Sacana. Um horror esse governo que a gente está tendo agora. Isso tudo dá uma tristeza total.

CONTINENTE Um desânimo, né? Acho que você escreveu algo no Facebook, há um tempo atrás, quando esse governo ganhou as eleições. Lembro que você falou dessa falta de esperança com um Brasil melhor.
CELSO MARCONI É, porque não é o governo em si. Filha da puta sempre houve no governo. Mas são as pessoas serem capazes de votar numa pessoa que claramente era incompetente. Julgar entre Bolsonaro e Haddad, duas pessoas totalmente diferentes e claramente diferenciadas. Ou seja, uma pessoa que tenha um pouco de raciocínio vê que não tinha nem como comparar um e outro. Era o extremo da incompetência e o extremo da competência. E não haver capacidade de se votar no melhor?! O que me dói é a população, mais até do que o governo. Porque o governo, você sabe que é ruim. O mal, ele existe muito presente no mundo. Cada vez eu vejo mais ele.

CONTINENTE Celso, você falou nesse desânimo que tem com o país, mas a perda de amigos no decorrer dos anos, por exemplo, também pesa muito pra você?
CELSO MARCONI Eu não tenho mais amigos. Assim, quer dizer, eu tenho novos amigos. Daniel Santiago é um amigo novo, Urariano Mota é um amigo novo, que eu me aproximei mais, mas é difícil você manter contato. Luiz Joaquim, que fez a minha biografia, é um rapaz bem jovem, mas eu, às vezes, converso com ele e tal. Aí tem, por exemplo, uma pessoa que eu conheci, Raquel Maciel, Maria Teresa... A gente fica conversando de madrugada. Dos meus amigos dos anos 1950, 1960, tem Fred, que é um dos poucos que sobrevive, mora no Rio, e não conversa muito.

CONTINENTE E ainda tem Jomard que não usa nem celular. Fica difícil também, né?
CELSO MARCONI Às vezes a gente se encontra, mas não muito...

CONTINENTE Celso, lembrei da conversa que a gente teve no podcast Trópicos, da Continente, no ano passado, em que você disse que podiam estourar uma bomba no Recife... (risos) Você percebe a cidade decadente com relação a algumas décadas atrás?
CELSO MARCONI Acho que não é nem decadente, mas é outra cidade, né? O mundo, hoje em dia, é uma coisa muito... Ontem eu vi o filme de Gorbachev, não sei se você viu esse filme, que estava passando no É Tudo Verdade. Gorbachev.Céu é uma entrevista com ele. Sabe, o da Rússia, né, que acabou com a…?

CONTINENTE Sei, e ele tá irreconhecível, né? Eu vi até um documentário sobre os anos de Putin, a evolução de como ele chegou ao poder e se transformou. Aí aparecia uma imagem de Gorbachev, e ele está irreconhecível.
CELSO MARCONI No filme, o cara fala muito sobre Putin, mas ele quase não responde. Ele está velho, sem poder andar direito, muito gordo. Mas é interessantíssimo o filme. Quer dizer, uma pessoa que eu detesto, vamos dizer assim, porque acabou com a possibilidade de o socialismo continuar. Não era socialismo. Mas não era uma coisa totalmente falsa, poderia caminhar pra um socialismo. E ele foi fraco. Na realidade, esse filme mostra que ele não teve condições de continuar. Não é que ele queria deixar o poder, porque ninguém deixa o poder por querer. Ele foi derrubado, na realidade.

CONTINENTE Celso, você é uma pessoa muito antenada, como diria a gíria antiga, com as coisas que estão acontecendo...
CELSO MARCONI É porque eu gosto das coisas, eu não tenho medo do novo. Eu gosto do novo, independente de minha procura, mesmo, uma coisa nova me atrai.

CONTINENTE A propósito, você tomou as duas doses da vacina?
CELSO MARCONI No dia 27 de abril, vou tomar a segunda dose. A gente vive preso aqui dentro de casa. Meus filhos, não vejo pessoalmente… É uma coisa horrorosa, porque se diz “Você sempre viveu quietinho, dentro de casa...”. Mas, quando você tá dentro de casa, de repente, um filho pode pegar você e levar pra passear. Mas agora não pode, né? Você tem que ficar dentro de casa o tempo inteiro.

CONTINENTE E uma coisa é a pessoa ficar em casa por opção, a outra, por obrigação, né?
CELSO MARCONI Por obrigação. Parece que você está preso, né?

CONTINENTE É um horror mesmo. Mas é preciso vacinar todo mundo, senão isso não vai se resolver. Com esse governo, está difícil. Tem que haver um impeachment.
CELSO MARCONI Agora não tem força, porque as pessoas não têm coragem mais de participar de alguma coisa. Não é nem coragem mais, eu acho. As pessoas não têm esperança, perderam a esperança. Aí só querem viver coisas que sejam agradáveis. Se eu olhar minha vida, eu vejo que eu me sacrifiquei em muitas coisas, nessa coisa de dizer que é de esquerda, de dizer que é comunista. Isso numa sociedade capitalista, não é bom. Eu poderia, se eu tivesse me aliado com as pessoas que estavam no então governo, certamente eu estaria com uma aposentadoria muito melhor.

CONTINENTE Você se aposentou quando? Qual foi o ano?
CELSO MARCONI Em 2003. Foi quando eu saí do Mispe (Museu da Imagem e do Som). Até ali, eu tinha um emprego permanente. Eu deixei o jornal, quer dizer, o jornal me deixou, o Jornal do Commercio, em 1988 ou 1989. Depois, trabalhei na Cepe por três anos, como editor do caderno [Suplemento Cultural]. Mas fiquei no museu depois. Em 2003, fui demitido do museu, aí foi realmente uma aposentadoria. Fiquei em casa. Já faz esse tempo todo. Na realidade, vi que minha presença era importante para o museu estar funcionando.

CONTINENTE E você sente falta de ir às salas de cinema?
CELSO MARCONI Não, porque eu gosto muito de ver filme em casa. Esses últimos filmes, eu vi três, quatro, cinco filmes num dia. Eu gosto.

CONTINENTE Mas você vê como? Quais são as plataformas que você usa?
CELSO MARCONI Eu vejo no iPad, no computador e na televisão, que é de 44 polegadas. Mas atualmente estou vendo muito no iPad. Tenho Netflix, mas tem o site Making Off, que eu baixo no computador. E quando tem esses festivais que abrem a exibição, eu acho ótimo, né? Mas eu vejo qualquer filme antigo, filmes que eu nunca vi, diretores que eu nem sabia da existência. Estou estudando línguas, porque eu tenho dificuldade de ler as legendas dos filmes. Então, ler em inglês, francês eu mais ou menos leio, espanhol eu leio e ouço normalmente. Aí pra me facilitar a leitura de filme, todo dia faço o curso do Duolingo. Estou fazendo as aulas de inglês, francês e espanhol. É um curso internacional que eles têm várias maneiras de você estudar. Cada aula são uns 10 minutos, 20 minutos. Depende de você também aprender logo as frases que eles botam. Estou com 155 dias de curso. Eles marcam lá, fazem aquela coisa bem comercial (risos). Continuo a detestar inglês, porque é uma língua ligada ao imperialismo, mas eu sei que foi burrice minha não ter aprendido isso há muito tempo.

CONTINENTE Mas o cinema não te ‘treinou’ não, Celso, a ouvir?
CELSO MARCONI Eu falo, mas o que acontece é que, quando você vai estudar a língua mesmo, aí tem essas coisinhas, que eu detesto. Pra você aprender, é difícil. É uma coisa muito decorada. Mas vou indo. Aí passa meu tempo, né? Eu durmo, passo a noite todinha acordado, às vezes vou dormir às 6 da manhã...

CONTINENTE Desde quando?
CELSO MARCONI Desde muito tempo. Essa coisa de ficar totalmente de noite, eu trago coisas pra comer chocolate, iogurte, sanduíche...(risos) e vou passando. Às vezes, fico lendo de manhã e vejo muita coisa na internet, no YouTube, aulas sobre filosofia. Tem Vladimir Safatle, um cara que eu ouço. Ele fala quase todo dia, está fazendo palestra, aula, e tem uns fotógrafos que moram em Paris e fazem reportagens sobre os parques de Paris, sobre os museus... Agora não podem falar dos museus, mas fazem sobre os parques, sobre as ruas de Paris, quando caiu neve, quando não caiu neve... Aí o fato de minha filha estar lá me atrai pra Paris. Eu vejo um monte de reportagens assim.

CONTINENTE Tem saudade de viajar?
CELSO MARCONI Tenho, eu gostaria de estar viajando. Muita saudade.

CONTINENTE Mas você tem vontade de morar fora do Brasil?
CELSO MARCONI Não. Olinda me dá uma certa tranquilidade. Mas eu gostaria, por exemplo, passar uns três meses na França, depois uns meses no Japão, voltar, passar pelo menos um mês lá. Outro país era a China.

CONTINENTE Aquela viagem que você fez para China, você passou quanto tempo por lá?
CELSO MARCONI Um mês. Foi uma viagem que eu saí em outubro daqui de Pernambuco e voltei, parece que no fim de dezembro. Três meses viajando. O pessoal daqui já pensava que eu não voltaria mais. Já pensou? Talvez eu já tivesse morrido. Ou talvez já tivesse com um cargo bom (risos).

CONTINENTE Você já sentiu algum preconceito em relação à idade?
CELSO MARCONI Assim, uma coisa pra eu dizer claramente que é preconceito, eu não me lembro, não. Mas as pessoas não gostam de velho, não. No geral, eu sinto isso um pouco.

CONTINENTE Você faz planos para os próximos anos, ou você vive um dia após o outro?
CELSO MARCONI Eu vivo o dia a dia. Eu estou fazendo, neste ano. Estudar as línguas já é um plano. Aprender pra conseguir ver o filme sem precisar de ler a legenda.

DÉBORA NASCIMENTO, jornalista, repórter especial da Continente e colunista da Continente Online.

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