Ainda na capital paulista, o cantor e compositor Mateus Aleluia compartilha show do seu terceiro disco solo, Olorum (2020), que rendeu destaque positivo na crítica ao mestre musical da afro-baianidade. Com letras e sonoridades cheias de espiritualidade e ancestralidade, o espetáculo teve como espaço de gravação o interior da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, território de resistência e articulação das culturas negras. Seguindo a referência à cultura afrodescendente, o grupo Ilú Obá de Min faz simbólica e festiva apresentação permeada de ritmos como maracatu, batuque, coco e jongo, cujo palco é o Largo do Paissandú, muito ocupado no carnaval de rua de São Paulo.
Outro ponto paulistano a atuar como plano de fundo do festival é o Viaduto Santa Ifigênia, de onde o grupo O Terno realiza show inédito, mostrando a mescla de rock, jazz e MPB presente no seu elogiado disco <atrás/além> (2020). Encerrando as apresentações no Sudeste, o cantor piauiense Getúlio Abelha – que em 2019, sob o selo Rec-Beat e Terça do Vinil, veio ao Recife para se apresentar na festa Balbúrdia – chega mais uma vez com sua irreverência por meio de forró performático e eletrônico, com cenas filmadas na Praça Antônio Prado.
Saindo do Piauí, desembarcamos no Recife, de onde o Mc Troia faz sua performance de brega-funk acompanhado de dançarinas do passinho, dança popular nascida nas periferias do Recife e que hoje está difundida por todo o país. Com um toque a mais de nostalgia para os recifenses, a paisagem escolhida foi o próprio Cais da Alfândega, "casa" do festival. E quem traz a frevança para a festa é a SpokFrevo Orquestra, que incorpora elementos do jazz por meio de 17 músicos comandados pelo Maestro Spok, com filmagens feitas no coração do Bairro do Recife: o Marco Zero.
Bastidores da apresentação de Mc Tróia, no Cais do Alfândega. Foto: Divulgação
O festival contou também com uma série ao vivo de painéis, oficinas, workshops e debates online – alguns estão disponíveis para streaming no canal do Youtube. E como todo ano a identidade visual do Rec-Beat se reinventa, quem assina a arte da edição 2021 é o multiartista visual curitibano Rimon Guimarães (@rimonguimarães). Mais informações, e também a lojinha de itens exclusivos, estão disponíveis no site oficial do festival: www.recbeatfestival.com.
TAYNÃ OLIMPIA é jornalista em formação pela UFPE e estagiária da Continente.
EXTRA: Confira, na íntegra, os shows e entrevistas do Rec-Beat do ano passado no canal da Continente no Youtube: