Entrevista
Letrux
Cantora e compositora fala, com exclusividade, sobre seu novo disco e sua trajetória artística
Neste início de 2020, a mídia, as redes sociais e as mensagens de WhatsApp espalharam notícias reais e fake news sobre um novo vírus, que surgiu na China, e passou a assustar o mundo. O novo coronavírus se alastraria pelo planeta? Provocaria uma pandemia? Até o fechamento desta edição acompanhávamos os desdobramentos dessa história… mas seriam os vírus e as bactérias que se espalham os principais motivos de preocupação e adoecimento?
“Cada época possui suas enfermidades fundamentais. Desse modo, temos uma época bacteriológica, que chegou ao fim com os antibióticos. Apesar do medo imenso que temos hoje de uma pandemia gripal, não vivemos numa época viral. Graças à técnica imunológica, já deixamos para trás essa época. Visto a partir da perspectiva patológica, o começo do século XXI não é definido como bacteriológico nem viral, mas neuronal”, escreve o coreano Byung-Chul Han, nas primeiras linhas de Sociedade do cansaço.
Ele foi uma das referências da repórter Gianni Paula de Melo para a composição da matéria de capa deste mês, que busca entender o modo como os smartphones e sua conectividade têm gerado mudanças sociais importantes e também nos adoecido, sendo, talvez, um dos agentes que tornaram corriqueiras doenças como transtorno do déficit de atenção, hiperatividade, síndrome de burnout, pânico, depressão.
Claro que o próprio surgimento da internet trouxe um impacto gigantesco ao nosso modo de viver, isso não é novidade. O que tem tornado mais difícil fazer um uso saudável da tecnologia são os investimentos das grandes corporações da área na criação de uma experiência “viciante”, “compulsiva”, e o surgimento dos mobiles que nos possibilitam manter essa conexão por tempo indeterminado, em qualquer lugar – não é mais necessário criar um tempo-espaço para ligar o computador e se conectar.
Diante desse fenômeno, vemos crianças que se dizem entediadas, adultos que não sabem mais circular nas suas cidades sem um auxílio de um GPS… o debate é amplo: para alguns, é preciso banir o uso, para outros, é preciso moderá-lo; outra corrente culpabiliza diretamente as redes sociais. Mas há algo curioso, escreve nossa repórter: “Grande parte das pessoas já está convencida de que reduzir o uso do celular ou ficar um tempo offline seria bom para a sua saúde, mas a grande maioria que acredita nos benefícios dessa escolha simplesmente não consegue colocar o plano em prática”. Se isto é fato, como vamos lidar com esse vício que está à nossa mão?
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