FOTOS ROBERTA GUIMARÃES
04 de Março de 2020
Em 2006, a artista recebeu do Estado o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco pelo tempo de trabalho e dedicação à arte circense
Foto Roberta Guimarães
[conteúdo na íntegra | ed. 231 | fevereiro de 2020]
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– Hoje tem espetáculo?
– Tem sim, senhora.
Em Pernambuco, o maior jargão do circo deveria ter como licença poética a repetição do pronome feminino antes de cada apresentação, porque, em seu picadeiro, uma líder se dedica a ele incansavelmente desde os 10 anos de idade: Índia Morena. De nome de registro Margarida Pereira de Alcântara, a artista recebeu, em 2006, o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco pelo tempo de trabalho e dedicação à arte circense.
Filha de Eloy Pereira de Alcântara e Maria das Dores Alcântara, ficou órfã de pai aos nove anos. Para ganhar um corte de tecido e um par de sapatos, ainda menina, subiu ao palco com a cara e a coragem e venceu o concurso de calouros promovido pelo Circo Democratas, na Vila de São Miguel, bairro de Afogados, zona sul do Recife. Chamada de “mendiga”, venceu mesmo vaiada. Em pouco tempo, já interpretava Vicente Celestino, Núbia Lafayette e Angela Maria. O nome artístico veio do fenótipo herdado da família paterna somado a uma homenagem à Linda Morena, artista circense que viu quando muito pequena.
Nascida em 13 de julho de 1943, na capital pernambucana, e criada no bairro de Afogados pescando na maré para ajudar na renda da família, a Margarida que se tornaria Índia Morena teve sorte quando foi adotada, uma década depois do seu nascimento, por Severino Ramos Lisboa – o Palhaço Gameloso – e por Maria Tenório Cavalcanti, de quem foi afilhada de crisma. Maria tinha propriedade do Circo Itaquatiara Real e a levou. Como gosta de lembrar, Índia não fugiu com o circo: “Tive uma família muito sincera e honesta que me criou e me liberou”, conta ela, com gratidão.
Parte da rotina profissional da artista se relaciona ao preparo físico e ao embelezamento
A partir daí, tudo convergiu para o sucesso da menina que, entre montagens e desmontagens de lonas, conheceu nove países, entre os quais Bolívia, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Argentina; fora o Brasil, que percorreu quase todo. “O circo não tinha fronteira entre os países vizinhos. Tínhamos livre acesso para armar a lona aonde chegávamos”, lembra. “Os únicos circos grandes em que não trabalhei foram o Nerino e o Fekete.”
A personalidade forte também se revelou desde muito nova. Contestadora, “encrenqueira”, nunca levou resposta para casa. A cada instante, sua mãe recebia uma queixa. “Desde pequena, o pau cantava. Uma professora queria que o meu comportamento fosse como a minha leitura e inteligência”, confessa aos risos. “Os meninos me discriminavam, porque eu era a única menina que ia para a maré e botava água de ganho (costume de buscar água no chafariz devido à falta de encanamento). E só conseguia pegar água depois que os meninos saíam.” A brabeza faria valer a luta por mais direitos às atividades circenses.
O amor eterno que ela tem pelo picadeiro está declarado nesta “carta” que escreveu ao “circo”, ao completar 29 anos de carreira e que foi atualizada em 21 de julho do ano passado:
Circo, completa hoje sessenta e seis anos que eu te pertenço. Tu és o meu mundo. Com a tua coberta de náilon ou de pano, mesmo assim és o meu mundo. Também sem a tua capa protetora, eu sou tua. Tu és meu pai, minha mãe e meu marido. És minha família. Quantas vezes doente, sem força, fraca, enfrentei o teu picadeiro. Circo, tua arquibancada é uma sala de visitas. Tuas cadeiras servem de sala de reunião. Teus mastros são teus vassalos. Teus mastaréus são teus convidados de honra. Teus toldos e telas armam teu palco que é o leito dos artistas. Circo, tua cortina é teu mosqueteiro. Tua coberta é teu telhado. Tu és hospital, maternidade, faculdade e o lazer do dia a dia. Teus artistas são teus filhos. Tu és meu rei. Eu sou tua escrava. Muito obrigada, Circos Mambembes, onde passei a minha infância, a minha mocidade e estou enfrentando a minha velhice com mágoas, alegrias, dores e tristezas. Não me abandone, Circo, pois eu te amo e serei sempre tua. Mil beijos dessa que muito te quer: Índia Morena.
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Ela, personagem única e relevante, independentemente das homenagens. Quando se mostra ao público, não lhe faltam adereços no corpo. Quando fala, dá um sorriso largo, gesticulando com dedos cheios de anéis, pulseiras nos braços, colares no pescoço, sem esquecer as unhas e a maquiagem impecáveis. Com bravura e polivalência, ela reafirma seu propósito de lutar pela arte circense até os últimos dias de sua vida. E pede, com a moral de ser a primeira mulher a atuar no trapézio voador, licença para o circo passar – e ai de quem não deixa! Como expressa em seus versos de cantoria:
Com licença, pedimos passagem. Somos mulheres de Circo, mulheres honestas, trabalhadoras e fiéis como somos. Homem até é forte, enfrenta até animais ferozes, mas não tem a capacidade de enfrentar o que nós mulheres enfrentamos. Vivemos sempre na corda bamba por causa dos nossos governantes. Mas a corda bamba que eu falo não é aquela que exibimos nas nossas apresentações. Esta é arte. A corda bamba que falo é a falta de escola, falta de lazer para os nossos filhos, sem lar e sem maternidade. Somos heroínas. Vivemos andando em sítios, cidades e povoados enfrentando públicos diferentes por onde passamos, mas temos uma coisa que os governantes não têm: é ver e ouvir todos os dias o riso e os aplausos do público. Por isso, gritamos bem alto:
– Respeitem nossos direitos! Sabe por quê? Porque somos mulheres de Circo.
No auge de sua atuação, segundo nos conta, os donos não queriam saber de mulher sozinha dentro do circo. Felizmente, isso vem mudando com o avanço das questões ligadas aos direitos das mulheres, mas está cada vez mais difícil seguir e amar a carreira no Brasil, devido às difíceis condições de trabalho, além das exigências excessivas (como autorização de prefeituras, por exemplo) e a falta de verba das companhias para os deslocamentos e a fixação das lonas.
Em seus anos de palco, Índia Morena passou por várias modalidades, como o trapézio voador, a escada giratória e o contorcionismo, número pelo qual ficou mais conhecida. Circulando pelo interior pernambucano, o Gran Londres Circo – antigamente conhecido como Circo Edson – foi seu último lugar de trabalho. Com a trupe, viveu o ápice de um relacionamento abusivo com um circense. “Eu tive que me sujeitar ao que meu ex-marido quisesse fazer comigo, me bater, me maltratar. A pior coisa que ele fez comigo foi cortar os meus cabelos com uma faca. E eu tinha medo de deixar ele, medo de o circo não me querer mais. E os donos do circo diziam que estando com a gente, eu e ele, estaria tudo bem, porque a gente tinha o que mostrar, entrando e saindo o espetáculo todo. E eu insistindo, porque eu tinha minha mãe e tinha cinco irmãos para dar de comer. Ele dizia: ‘Se você me deixar, tem uma carreirinha de quarto lhe esperando’. Carreirinha de quarto era o quê? O cabaré”, lembra a artista. Índia Morena ainda recorda que era isolada por ele para não ter contato com outras pessoas. Durante esse período, perdeu um filho de seis meses, morto por gastroenterite; antes, ainda grávida dele, contraíra paludismo (malária). “Uma mãe de circo não tem tempo nem condições de ficar levando filho para o médico. Tem que trabalhar.”
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Ela lamenta que hoje os circenses estejam escassos. “Não vejo mais artistas como eu via. Não vejo novidade alguma nos circos. Nem nos grandes nem nos pequenos”, declara a dama maior do circo em Pernambuco. De acordo com dados atuais da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), estão instalados no estado, atualmente, pelo menos 13 trupes e seus circos – incluindo estrutura física com lona –, além de sete escolas e projetos de circo social (nas ONGs e dentro de escolas). “A manutenção dos circos itinerantes torna-se relevante nessa linguagem, uma vez que, historicamente, a lona tem se constituído como espaço de territorialidade e identidade, de uma forma de vida nômade em que, para além do trabalho, são estabelecidas relações comunitária e familiar, sendo também esse espaço (a lona do circo) referência base e matriz de todas as demais expressões que surgiram na linguagem, constituindo identidades próprias, a exemplo das trupes, escolas e do circo social”, defende Jorge Clésio, assessor de Artes Circenses da Secretaria de Cultura de Pernambuco.
A circense ladeada pela neta Alexia e pelo marido Maviael Ribeiro de Barros
Foi na Região Metropolitana do Recife, na Muribeca dos Guararapes, à Rua da União, mais conhecida como “Rua da Compesa”, onde Índia Morena fixou endereço depois de deixar a vida mambembe. Há cinco anos, o seu CEP é de uma casa condenada pela Defesa Civil, com estrutura comprometida pela raiz de um pé de azeitona. Ela sonha em fazer do cômodo da frente um museu, de exposição permanente, com sua coleção de vestidos, perucas, fotografias e demais objetos adquiridos durante sua trajetória nos picadeiros, totalizando mais de 300 itens.
Na casa, vive com o marido Maviael Ribeiro de Barros, a filha Gledmar – mãe de Gleniton e Alexia, dois dos seus seis netos – e três cães, Pirrita, Beethoven e Ciro. A caçula Gledmar acompanhou a mãe desde que nasceu, como fiel escudeira. “Sempre morei no circo. Tinha meu próprio trailer junto ao da minha mãe. Durante os espetáculos, eu fazia perna de pau e dançava. Hoje, em algumas agendas com minha mãe, faço perna de pau. E já estamos ensinando para o meu filho”, declara com entusiasmo a circense. Já Glaudius, o filho mais velho de Índia, é motorista de uma empresa de ônibus no Recife.
O atual marido, a artista conheceu no Hospital Otávio de Freitas, onde, então recém-separada, foi internada com uma tuberculose que a fez perder quase 20 quilos (de 47 foi para 28). Ela conta que, durante o tratamento de 90 dias, gostava de conversar com outros pacientes para passar o tempo. “Fiz uma promessa para Nossa Senhora da Conceição pra ele se curar, porque a (doença) dele era hemoptise. Quando ele ficou bom, fui bater no trabalho do pai dele para levá-lo comigo pro circo.” E assim conquistou o ex-cobrador de ônibus, que, de desempregado, passou a secretário do Gran Londres Circo, com o qual circularam pela Região Metropolitana do Recife até 2014, quando o circo faliu.
Fotos: Participação de Índia Morena, em 2019, no Festival de Inverno de Garanhuns
Desde que fixou endereço na Muribeca, Índia Morena criou relações de afeto com a vizinhança. Também líder comunitária, firmou uma rede de apoio com as mulheres dali. “Eu não me aperreio mais com nada. Sabe por quê? Se estiver faltando 10 tões na minha casa e um quilo de açúcar, eu vou mandar buscar e vem. Vou em uma farmácia ali, no mercadinho, e vem. Vou na quitanda, mando buscar fruta ou verdura e vem. Então, eu não fico infeliz com isso não”, satisfaz-se. Na comunidade, seu prazer nos fins de tarde é jogar o dominó. “É a única diversão que eu tenho quando não estou trabalhando. Saio de casa e vou jogar a dinheiro. É dois reais cinco partidas. Às vezes, ganho todas. Não levo mais que 10 ou 12 reais, mas quando venho, venho cheinha”, diverte-se, às gargalhadas.
“Para mim, Índia Morena é uma mulher muito inspiradora, com uma história de superação incrível. Mesmo com todo o risco de sua casa, ela se preocupa com tudo que acontece em sua comunidade”, elogia o ator e professor de teatro Marco Salomão, que conheceu sua casa, em julho do ano passado, em uma ação para crianças com os mestres da cultura popular de Pernambuco.
Mesmo tendo atuado até os 71 anos, ela se entristece por não estar mais ativamente no picadeiro, ainda que mantenha atividades como palestras e visitas às escolas para falar da sua carreira, articuladas pelo terceiro setor, poder público estadual e municipal, e esteja sempre disponível para quem a procura, na sua casa ou onde estiver. “Faço questão de estar disponível, de livre e espontânea vontade, para honrar o meu título de Patrimônio Vivo e falar da cultura do circo, porque sei da dificuldade do pessoal para fazer algo que precise de computador, de um celular para um edital ou qualquer concurso. Tenho acesso a gente que a maioria (dos circenses) não tem. Gostaria que os secretários de Cultura e mais pessoas ligadas às políticas públicas fossem ver os espetáculos. Caso não tenha esse tipo de coisa, o circo realmente pode entrar em extinção em mais ou menos cinco anos”, prevê.
Entre suas memórias queridas, lembra quando encontrou Luiz Gonzaga (falecido em 2 de agosto de 1989) pela última vez. Na ocasião, concedeu, junto com ele, uma entrevista à Rádio Clube. “Se ele visse um circo no meio da estrada, fazia questão de parar para fazer um show e ajudar”, conta, emocionada. Outra figura que considerava amiga era o escritor Ariano Suassuna, desde quando participou do projeto Circo na Praça, nos anos 1990, indo a 12 cidades do interior de Pernambuco. Também foi figurante na primeira filmagem do longa-metragem A Compadecida, dirigido por George Jonas (1969), com roteiro dele e Ariano Suassuna baseado na peça Auto da Compadecida do escritor. Fez parte de um casting realizado em Brejo da Madre de Deus e Caruaru, no agreste pernambucano, com elenco que teve participação de Antônio Fagundes e Regina Duarte. “Quando a gente se encontrava, sempre era uma festa”, recorda.
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A pesquisadora de cultura popular e tradição Maria Alice Amorim tece elogios à artista circense: “Fascinante. É assim essa mulher, Índia Morena. Impossível não vê-la, onde quer que chegue. O poder de sedução vem da elegância, da dignidade da personagem, do talento para o drama e as artes circenses. Índia representa bem a geração de artistas que construiu toda uma trajetória dedicada à arte na vida mambembe de circos de lona e picadeiro, com a versatilidade e o espírito criador indispensáveis às múltiplas atividades exercidas, inclusive a de memória viva dos dramas circenses. Índia Morena é uma estrela e a sua luz não é artificial, vem de dentro”, define.
Em 2017, Índia Morena relançou, pela Associação dos Proprietários e Artistas Circenses do Estado de Pernambuco (Apacepe), o livro Dramas circenses, uma compilação de seis histórias de domínio público, como A louca do jardim e As almas pertencem a Deus, organizadas pela artista. “Índia Morena é, pra mim, um dos símbolos mais significativos do circo em Pernambuco. A primeira vez que escutei falar dela foi em criança, quando fui aluno da Escola Pernambucana de Circo (EPC). Ela já era uma referência. Tive a honra e oportunidade de trabalhar com ela na Mostra de Circo do Recife. Sempre que conversamos, ela procura mostrar a importância dos artistas locais. Lembro que ela organizava, quando era da Apacepe, a Caminhada dos Artistas Circenses, no Dia Mundial do Circo, em 27 de março”, lembra Cleiton Orman. Ele é chefe de serviço de Circo da Fundação de Cultura do Recife, integrante da trupe Etnia e da diretoria do Casarão das Artes, ONG que trabalha com formação das atividades circenses, como aulas de lira, malabares e tecido, localizada no Bairro do Recife, próximo à comunidade do Pilar. “Foi ela que nos cedeu, por um tempo, uma lona, assim que começamos com o Casarão das Artes. Isso me mostrou a solidariedade e a preocupação que tem com a categoria”, ressalta Cleiton.
Além de dialogar com várias linguagens, a exemplo do teatro, da dança e da literatura, desde 2009, Índia Morena segue sendo mirada pelo cinema nacional. O último episódio nesse sentido foi na rodagem local de Mambembe, longa ainda em fase de produção de Fabio Meira, cineasta goiano radicado em São Paulo. “Soube de Índia através de pesquisa. Estava prestes a filmar um documentário com circos do Norte e Nordeste e Índia está entre os poucos circenses com repercussão nacional. Dentre todos os artistas que conheci, ela se destacou. Impressionou-me, sobretudo, sua inteligência e seu humor. Conviver com Índia Morena é passar o dia rindo de suas piadas e tiradas. Além disso, ela tem uma imensa capacidade de enxergar o outro e saber como contribuir com autenticidade e emoção ao filme. Uma artista enorme. Não só um patrimônio de Pernambuco, mas do Brasil”, comenta Meira, diretor dos premiados As duas Irenes (ficção) e Hoje tem alegria. Este último ganhou o prêmio da Associação Brasileira de Documentaristas (ABD-SP) de melhor documentário brasileiro de curta-metragem na 16ª edição do É tudo verdade (2011). Dele, participam Índia Morena e sua família.
Seja no teatro, na literatura, na música ou no cinema, Índia Morena gosta de representar o circo e estar perto dos espectadores com paixão e elegância. “O meu salário sempre foram os aplausos”, ratifica. Assim, o público segue, de pé, batendo palmas para essa artista que, aos 76 anos, nos deixa seu recado, publicado no jornal Tribuna Parlamentar, da Assembleia Legislativa de Pernambuco:
No Circo, como na vida: palhaços, trapezistas, equilibristas, bailarinas e mágicos do circo riem, vibram e amam. Às vezes, choram e se desesperam. Eternos personagens. Mesmo nos dias mais cinzentos, quando tudo parece sem esperança, quando as lantejoulas perdem o brilho e a gargalhada não tem eco, somos obrigados a vestir nossas máscaras e fantasias para mais um espetáculo. A vida dos Saltimbancos é instável e cheia de conflitos. Muitos amigos já morreram no trapézio ou no globo da morte, mas o risco faz parte do jogo. E como, em todo jogo, às vezes perde, às vezes ganha, eles continuam apostando em mais espetáculos circenses. E, quando menos se espera, surge entre edifícios das superavenidas, mais uma empanada de Circo. Circo, para as crianças, é a concretização de um sonho. Para um número reduzido de adultos, é nostalgia do tempo perdido. E, para os homens sérios, é um trambolho no meio da rua desprovido de qualquer significado. Mas, para o artista, é a única razão de existir. Desta maneira, como em um passe de mágica, dispensando o cenário, todos estão prontos para gritar:
– Hoje tem espetáculo? Tem, sim, senhor.
Ou, melhor dizendo: tem, sim, senhora.
AMANDA NASCIMENTO, jornalista com especialização em Diplomacia e Negócios Internacionais, diretora de produção e assistente de direção de cinema.
ROBERTA GUIMARÃES, fotógrafa profissional com vários livros publicados, entre os quais, O sagrado, a pessoa e o orixá.