Edição #230

Fevereiro 20

Nesta edição

O mestre do maracatu

Há, em Pernambuco, mais de 100 grupos de maracatu rural. A maior parte deles está concentrada na região da Mata Norte, como o Maracatu Leão Formoso, de Nazaré, onde despontou um dos maiores nomes do brinquedo, Mestre Barachinha. O artista é capa da edição deste mês em que os caboclos de lança saem de suas cidades para encantar milhares de foliões no estado. “Ele é o maior mestre de maracatu da atualidade, de importância histórica, como a gente fala de Mestre Salu ou de Baracho e outros que marcaram seu tempo. Ele é o maior mestre porque é o maior poeta, que consegue dentro da linguagem, da poesia do maracatu, formular coisas mais profundas, do modo mais simples e se comunicar com toda a comunidade”, afirma Siba no perfil escrito pela jornalista Erika Muniz. No texto, conhecemos um pouco mais da história desse mestre de maracatu nascido numa família de brincantes, que sobrevivia de persos ofícios para poder manter ativa essa expressão cultural. 

Esta edição também traz dois textos de destaque na área do cinema. O primeiro, um ensaio assinado pela jornalista e pesquisadora Luiza Lusvarghi, analisa o papel do justiceiro na filmografia brasileira contemporânea, resgatando, também, o histórico desse personagem em papéis de jagunços, policiais e traficantes. O segundo é o artigo da jornalista Paula Passos, escrito a partir do filme-ensaio Passagens, dos pesquisadores Lucia Nagib e Samuel Paiva, que trouxeram uma discussão sobre a intermidialidade na produção pernambucana a partir do filme Baile perfumado (1996).

Outra publicação importante neste mês é a entrevista com o maestro e pianista João Carlos Martins. Na conversa, conduzida pelo jornalista Carlos Eduardo Amaral, o músico erudito, que em julho completa 80 anos, fala de sua trajetória e projeções. O regente discute principalmente questões relativas às políticas musicais no país. Em um dos trechos, bem defende: “A cultura é o maior sentimento da alma de um povo. Então, a cultura é algo central. E as artes, na cultura, cada uma tem a sua importância. E, dentro das artes, temos a música. E a música é a régua do mundo, porque, se um governo vai bem, todo mundo diz que funciona como uma orquestra. E se tem uma manifestação na rua, contra um governo, o governo diz que é uma orquestração contra ele. Então eu digo que a música une gerações, povos e nações”.

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