Quem tem medo de desistir?
A ginasta Simone Biles, a tirania da performance e o receio de dizer não
TEXTO CARLOS FERRAZ
ILUSTRAÇÕES MAURICIO PLANEL
03 de Janeiro de 2022
Ilustração Mauricio Planel
[conteúdo na íntegra nas edições impressa e digital | ed. 253 | janeiro de 2022]
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Após o adiamento por um ano em virtude da Covid-19, as Olimpíadas de Tóquio saíram do papel suscitando emoções ambíguas. De um lado, medo e revolta com um possível agravamento dos níveis de infecção, ocupação hospitalar e letalidade da virose. Preocupações cujos resultados finais demonstraram não ser infundadas. De outro, nostalgia e ânsia por ver o noticiário novamente dominado pelo belo, o incrível e o raro. De pão e de circo também é feita a vida. E os 15 dias de jogos ofertaram as desejadas exibições do maravilhoso.
Os bônus desta edição foram além de recordes quebrados e atuações memoráveis. Houve gestos de desprendimento, colaboração e altruísmo. Dois atletas do salto em altura, Gianmarco Tamberi, da Itália, e Mutaz Barshim, do Qatar, adversários e grandes amigos, chegam à final como os mais bem classificados. Empatam na marca dos 2,37 m e realizam com afinco as três tentativas de praxe visando superar os 2,39m, mas sem um vencedor. Frente à opção de baixar o sarrafo e voltarem à disputa, decidem, para surpresa de todos, não desempatar, o primeiro lugar e o ouro em uma celebração entusiasmada e comovente, de puro fair play.
CONTEÚDO NA ÍNTEGRA
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