Ave Sangria: 50 anos de voo [PARTE 2]
Passado, presente e futuro da mítica banda de rock pernambucana, que, censurada nos anos 1970, ressurge impulsionada por uma nova geração de fãs e músicos
TEXTO Débora Nascimento
03 de Julho de 2023
O sexteto no show em comemoração aos 50 anos de formação da Ave Sangria, no Teatro do Parque
Foto THALYTA TAVARES / IGNUS / DIVULGAÇÃO
[PARTE 2 | continuação da reportagem da ed. 271 | julho de 2023]
“Almir me conheceu recém-nascido na maternidade”, conta o compositor, multi-instrumentista e produtor Juliano Holanda. “Meus tios e meus pais, eles eram amigos das pessoas do Ave Sangria. Meu pai, quando veio morar no Recife, morou na Vila dos Comerciários, conhecia Rafles, conhecia toda aquela turma. Então, eu cresci, a minha infância toda, com esses amigos que tocavam violões na casa dos meus pais. E eles eram Almir, Ivinho e Sinay (irmão de Ivinho). Eu cresci vendo essas pessoas, eram como se fossem tios, parentes meus”, lembra o artista. Havia também uma vasta discoteca de dois dos seus tios (de sangue) com alguns dos melhores álbuns dos anos 1970. Foi a primeira formação empírica do jovem, hoje músico com participação em mais de 300 discos, seja como compositor, músico ou produtor.
O integrante da Ave Sangria original com quem Juliano tinha menos contato era o vocalista. “Marco Polo, com o passar do tempo, foi se tornando uma figura mais mítica pra mim, porque ele morava mais distante. E aconteceu uma coisa curiosa: um dos meus tios tocava no violão, de forma incompleta, uma música, que era Marginal – pra mim, era como se fosse a 30ª música de Robert Johnson, a música perdida do Ave Sangria. Uma vez, fui ao jornal pedir a Marco para gravá-la pra mim. É engraçado que, quando a música foi finalmente gravada, eu gravei”, diz Juliano referindo-se a Vendavais, o aguardado segundo disco da Ave Sangria, lançado em 2019 e que ele produziu junto a Paulo Rafael.
Com todo o arsenal discográfico da família, Juliano, então, aprendeu a tocar, desde cedo, várias das músicas da década de 1970. “Esse universo sempre esteve no meu DNA, na minha formação básica. Quem me chamou para tocar no show do Ave Sangria, no Santa Isabel, foi Marco Da Lata”, relata o produtor. A apresentação no Santa Isabel foi especialmente emocionante, pois além de tocar com a lendária banda, o músico sentiu a falta da mãe e seus tios nesse momento histórico. Todos já tinham falecido, menos o seu pai, que esteve presente. “Esse show remontou a coisa toda, só chegou tarde. Mas a emoção foi grande porque é como se isso estivesse fazendo justiça, justiça com o tempo. Aquilo já deveria ter acontecido, mas, pelas encruzilhadas da vida, ainda não tinha rolado.”
Nos preparativos para o show, Juliano ia à casa de Ivinho para repassar as músicas. E o guitarrista tinha tudo memorizado: “No final dos ensaios, ele dizia ‘mande um beijo para sua mãe’. Ela já tinha falecido há uns 15 anos, mas ele não assimilou. E eu também fazia de conta que estava tudo bem. Ele tinha essa relação comigo, ‘era o filho de Ana’. Isso facilitou um pouco o acesso de chegar e de trocar uma ideia.”
Quando Paulo Rafael veio do Rio para os ensaios do show no Recife, não chegou como o grande guitarrista e produtor que acompanhava Alceu Valença há 46 anos, mas como o Paulo Rafael dos anos 1970. No dia da apresentação no Santa Isabel em 2014, Juliano flagrou um momento especial entre dois grandes nomes da guitarra brasileira: “Passei por trás da coxia, pra pegar alguma coisa, Ivinho estava sentado na cadeira e Paulinho estava acocorado na frente dele, segurando com os dois braços. Ivinho estava tremendo e Paulinho dizia algumas coisas. Eu só ouvi: ‘Faça pelos velhos tempos’”.
Paulo Rafael e toda a banda, afinal, sabiam que aquele show de 2014 era o show da volta de Ivinho. Durante décadas, o virtuoso instrumentista pernambucano, que morava sozinho, costumava colocar, em uma TV pequena, com um som precário, alguns DVDs de shows de rock, como dos Rolling Stones. Ligava uma caixa de som e ficava acompanhando a exibição na televisão com a guitarra plugada. Observou Juliano: “Foi o jeito que ele encontrou de tocar com uma banda.”
Junior Do Jarro, ex-baterista da Anjo Gabriel, está com a Ave Sangria desde a volta em 2014. Imagem: Thalyta Tavares/Ignus/Divulgação.
Quando perguntado se Ivinho estava nervoso para o show de 2014, Juliano respondeu: “É como se ele tivesse represado aquilo durante tanto tempo e ele precisasse colocar aquela energia no palco. Na pandemia, a gente teve um pouco disso. A gente foi privado de fazer o que a gente faz. Eu tenho amigos que tiveram problemas com isso. Imagina você estar a vida inteira no palco cantando, você é aquilo, você é o palco e depois você não tem mais aquilo. Aí pega isso aí e multiplica por quarenta anos. Foi o que ele passou. Então isso mexe com o psicológico. Aí quando ele voltou a tocar, não é que ele estivesse nervoso, mas é porque, como havia muita energia concentrada, ele teve que canalizar aquilo naquele momento.”
E Ivinho teve também que entender a nova configuração da Ave Sangria. “Ele passou por um processo de reconhecer os espaços, porque antes ele era o maestro da banda e, de repente, havia outros integrantes com experiência. Ele tinha uma admiração e uma mágoa misturada com relação a Paulinho, como se um aluno tivesse ultrapassado ele, por ter virado um músico profissional. E Paulinho foi o cara que entrou adolescente na banda, tinha 17 anos e uma relação de fã com os caras. Ivinho era um ídolo dele. Então, Paulinho estava tocando com os ídolos, assim como eram os meus também”, analisa Juliano.
Após o show de 2014, Ivinho ainda participou de outros, mas o alcoolismo cobrou seu preço e ele passou a ter problemas sérios de saúde, foi internado duas vezes, até que faleceu no dia 12 de junho de 2015. “Ele, pelo menos, morreu com reconhecimento, tinha voltado a tocar, estava com uma vida mais digna. Conseguiu comprar, com o próprio dinheiro, TV, ventilador, guitarra, amplificador e uma cama, antes dormia em um colchão velho no chão”, conta Marco Da Lata, músico e produtor responsável pelo retorno da Ave Sangria em 2014, pelo lançamento do registro do show Perfumes y Baratchos, de 1974 (a partir de uma fita-cassete), relançamento do primeiro LP e estreia em CD do primeiro disco. E não descarta lançar um bootleg com gravações inéditas de Ivinho.
O músico, integrante da banda Anjo Gabriel, que já chegou a acompanhar Marco Polo e Almir em algumas gigs tocando o repertório da Ave Sangria, foi o anjo da guarda de Ivinho nos seus últimos meses, o ajudou de diversas formas. “Acho que ele tinha um problema sério de bipolaridade, podia estar bem, como virava uma chavinha, era meio como O médico e o monstro. Também deveria ter TDAH (transtorno do déficit de atenção com hiperatividade). Ele já frequentou o Hospital da Tamarineira. Mas acho que não estava tomando remédio para esses problemas. Metade do dinheiro da previdência, que garantia o valor mensal de um salário mínimo, era para pagar o aluguel. O resto era para sobreviver.”
Gilú Amaral toca na Orquestra Contemporânea de Olinda e já lançou dois discos solos. Imagem: Thalyta Tavares/Ignus/Divulgação.
Com a morte de Ivinho, aos 62 anos, Paulo Rafael assumiu a guitarra solo, até que o próprio também adoeceu em decorrência de um câncer, que o vitimou em 23 de agosto de 2021, aos 66 anos. Quem assumiu a guitarra da banda foi Breno Lira, experiente músico da banda Treminhão, professor de guitarra do Conservatório Pernambucano de Música e do Cemo, que já havia acompanhado Marco Polo e Almir em algumas apresentações esporádicas, a primeira foi no show da dupla no Pátio de São Pedro em 2008. Mas a inesquecível ocorreu em 29 de agosto de 2010.
Ao perguntar a Breno como foi a situação ocorrida naquele show na Torre Malakoff, ele ri e responde: “Meu Deus do Céu! Aquilo foi um dos piores momentos da minha vida! Foi tragicômico. Bem, aquilo ali aconteceu da seguinte forma: o produtor do show estava anunciando que era um show da Ave Sangria, mas era um show de Marco Polo e Almir cantando a Ave Sangria. Isso chegou aos ouvidos de Ivinho. Quando eu chego para o show, tá Ivinho em cima do palco. Eu disse ‘Marco, isso vai dar zebra. Chama alguém para tirar Ivinho e tomar uma cerveja lá embaixo’. ‘Não, bicho, Ivinho faz parte da banda. Deixa ele aí’. Depois, eu entendi que tinha que ser isso mesmo, que não seria justo com ele.”
“Resultado: começamos a apresentação. Assim que terminou a primeira música, não me lembro qual era. Ivinho, que estava sentado, pegou o microfone e começou a falar: ‘Isso aqui não é o Ave Sangria! Esse cara aqui não é o guitarrista! Aquele outro baterista também não é!’ Tudo isso falando para o público inteiro. E ele dizia pra mim: ‘Você não tá tocando o solo do jeito que eu fiz’. E aí, Marco Polo, ‘Bicho, tu não pode dar a guitarra a ele?’”, lembra Breno. “Ivinho é canhoto e toca a guitarra como canhoto, com as cordas invertidas. Eu sou canhoto, mas toco como destro”. A plateia gritava: “Ivinho! Ivinho!” Em certo momento, o lendário guitarrista desceu do palco. “Então, em Dois navegantes (de Almir de Oliveira), pensei: ou me salvo aqui ou saio morto. Vou fazer o maior solo da minha vida; me inspirei, até pela questão de sobrevivência”, sorri Breno. “Fiz um solo gigantesco, ganhei a plateia. Foi uma coisa muito tensa.”
No final, Breno botou a guitarra nas costas, desceu do palco e passou pela multidão de fãs da banda. E saiu para tomar uma cerveja com amigos no Bar do Mamulengo, do outro lado da Praça do Arsenal, para relaxar. Quando foi se aproximando, um amigo disse: “Olha quem está ali!” Numa mesa próxima à dos amigos de Breno, estava Ivinho bebendo. “Eu dei uma de doido, fingi que não o vi. O amigo dele veio e disse: ‘Ivinho quer falar contigo’. Acredita que ele falou completamente diferente? ‘Bicho, que show arretado! Você botou pra arrombar, cada solo maravilhoso!’. Só fez me elogiar, disse que o pessoal falava muito bem de mim, mudou da água pro vinho. Em uma entrevista que ele deu depois, disse que os guitarristas pernambucanos preferidos dele eram Paulo Rafael e Breno Lira.”
Da mesma forma, aconteceu com o roadie Thiaguinho. Ao final do show no Santa Isabel, em 2014, após ser enxotado por Ivinho do palco, ele recebeu um pedido de desculpas do guitarrista. A propósito, o motivo real da falha no som da guitarra, segundo Thiaguinho, foi que, de última hora, apareceram pessoas de todos os lados oferecendo a Ivinho uma miscelânea de pedais e amplificadores, na esperança de poderem se gabar. A maioria desses equipamentos eram importados e raros. Ivinho acabou escolhendo um amplificador que não estava com as indicações corretas no painel. Nem a luz de liga/desliga estava funcionando. E foi exatamente esse o culpado pela pane no início do show.
“Breno tem esse espírito impressionista, ele é uma mescla de Ivinho com Paulo Rafael, está nos dois lugares, na coisa expressiva mesma de pensar diferente cada vez que toca a música”, analisa o produtor Juliano Holanda. “Também tem uma capacidade de improviso enorme e pode citar, no meio, um solo que Ivinho fez. Tem a consciência formal de Paulo Rafael. No Ave Sangria, ele assimilou a coisa de um e de outro.”
Assim como Juliano, Breno também conheceu Almir bem antes de tocar na Ave Sangria. Ele frequentava a casa de um padrinho de Breno, que já impressionava tocando guitarra aos 15 anos. “Eu já tocava aquelas coisas do Ave Sangria naquelas festas. Almir foi convidado para fazer o Pre-Amp, com repertório do Ave Sangria e material solo. Me chamou, o baixista Wellington Santana e o baterista Ricardinho Fraga (Treminhão). Registrou o show em DVD e levou para Marco Polo, que estava sem banda. Quando surgiu o convite para tocar no Pátio, em 2008, essa formação foi junto, e mais Niedja e Caio, esposa e neto de Almir, para fazerem a percussão”, recorda Breno, dos shows pré-volta oficial da Ave Sangria.
A formação atual – e mais longeva – da banda acabou sendo montada por Marco Da Lata, então sócio do selo Ripohlandya com Cristiano Ras (respectivamente baixista e então guitarrista da Anjo Gabriel). O músico sugeriu a Marco Polo, Almir e Paulo Rafael, os músicos Juliano Holanda (baixo) e Gilú Amaral (percussão), ambos da Orquestra Contemporânea de Olinda, e Junior Do Jarro (então baterista da Anjo Gabriel). Assim como Israel Semente, Do Jarro é também um furacão na bateria e já conquistou a admiração dos fãs da Ave Sangria.
Sobre o fato de ocupar, agora há quase dez anos, a posição que era do lendário instrumentista, Do Jarro, diretamente da Chapada Diamantina (BA), de onde administra um circo, diz por telefone: “É uma honra inenarrável ser sucessor do Israel Semente Proibida, que, pra mim, é o cara responsável pelo sotaque mais genuíno de rock nacional.”
E Do Jarro esmiúça: “Se for colocar tudo, Mutantes, toda a Tropicália, toda essa galera do progressivo nacional, Casa das Máquinas, se for analisar tecnicamente, vai ter um sotaque próximo ou idêntico ao do rock and roll internacional. Mas Israel não. Porque, primeiro, ele não era roqueiro. Era uma lapa de doido, mas ele era do forró, do coco, mesmo quando tudo na década de 1970 era rock’n’roll ou iê-iê-iê. Quando ele começou a tocar o rock and roll da Ave Sangria, e posteriormente com Alceu Valença, ele realmente criou uma escola, criou uma escola do instrumento, criou uma escola no estilo. Então, pra mim, estar assumindo esse lugar, além de ser uma honra, é uma responsabilidade, porque é algo singular, é diferente.”
Ao lado de Do Jarro, fica Gilú Amaral, que começou cedo na percussão, aos 12 anos de idade. Além de percussionista, produtor musical, compositor de trilhas para cinema e teatro, Gilú, criador da Orquestra Contemporânea de Olinda, integra o projeto instrumental Wassab (com Juliano e Hugo Linns) e já colaborou com diversos artistas, como Naná Vasconcelos, Renata Rosa, Banda de Pau e Corda. Está em mais de 200 discos, dentre eles, seus dois solos (Peji, 2018, e O sopro e a percussão, de 2023).
“Já viajamos o Brasil praticamente todo, quase todas as regiões. Acho que só não fomos pro Norte. Fomos pro Sul, Sudeste, Centro-Oeste. A Ave Sangria é uma banda que furou o tempo. Uma banda que você vai num show, vê o avô, o pai e o neto juntos. Eu vi isso várias vezes. Como é bonito ver uma banda que conseguiu estar à frente, mesmo com um disco da década de 1970, mesmo quarenta anos parada”, observa Gilú, acrescentando que recentemente o grupo passou por outros atropelos, como a pandemia após o lançamento de Vendavais (2019) e a morte de Paulo Rafael, mas ele segue firme.
Encerramento do show em homenagem aos 50 anos da banda, com participação de artistas de diversas gerações. Imagem: Thalyta Tavares/Ignus/Divulgação.
A prova foi o show de comemoração dos 50 anos da banda, realizado no Teatro do Parque, no dia 20 de maio deste ano, onde a Ave Sangria também já havia se apresentado nos anos 1970. Em uma noite de sábado memorável, diversos artistas de várias gerações passaram pelo palco para cantar com Marco Polo e Almir de Oliveira: Isaar, Cannibal, Geraldo Maia, Tagore, Flaira Ferro, Cleyton Barros, Agda e Bruna Alimonda.
Para a geração mais nova de fãs, que hoje lota os shows da Ave Sangria e conheceu a banda através das plataformas de streaming e redes sociais, e são também responsáveis pelo seu renascimento, a nova formação de músicos da Ave Sangria é, também, a banda. “Houve outras formações para tocar o repertório da Ave Sangria. Mas essa formação atual talvez tenha sido a que mais capturou a sonoridade e reproduziu de maneira mais orgânica aquela sonoridade característica da banda ao vivo. Isso quem diz são os próprios integrantes. A gente canaliza alguma coisa, mas a energia vem deles, a matriz energética vem dos dois (Marco Polo e Almir de Oliveira), eles são a força condutora”, aponta Juliano.
“Todos eles têm trabalho autoral. Eles dizem: ‘Quando a gente tá tocando com a Ave Sangria, a gente é a Ave Sangria.’ E são criativos, talentosos e se dão por inteiro, eles se equivalem em termos de qualidade”, elogia Marco Polo. “É uma troca de energia, a nossa, essa energia de experiência de muito tempo, do que a gente já viveu, e a juventude deles, que vêm com uma energia muito forte, que nos levanta e nos faz um bem danado. Acho que esse equilíbrio funciona muito bem”, diz o cantor, aos 75 anos. “A sonoridade do Ave está aqui. Esse pessoal conseguiu recriar aquela sonoridade. E conseguiu recriar isso com muita naturalidade. O som flui.”
“Eu sou tanto da Ave Sangria, assim como uma série de outras pessoas que nem estão no palco. É uma sonoridade, uma construção artística que permeia um universo de pessoas, não só meu universo”, defende Juliano. “Fazemos a manutenção dessa sonoridade que identifica o lugar de onde nós nascemos, identifica o nosso estado, identifica a nossa construção cultural. Tanto quanto Capiba, João Cabral de Melo Neto, pra mim tem a Ave Sangria. Curioso é que são as mesmas músicas dos anos 1970. O povo não enjoa de ouvir e a gente não enjoa de tocar”.
Sobre o futuro da banda, que já planeja novo disco de estúdio e novos projetos, Marco Polo afirma: “Se essa banda sobreviveu de 1974 até agora, é capaz de perdurar por mais tempo também. Mesmo depois que a gente desaparecer, o legado musical está aí. E acho que fica. Se não ficar, de qualquer jeito, ele já marcou presença na história da música pernambucana.”
DÉBORA NASCIMENTO, jornalista, repórter especial da Continente, colunista da Continente Online.