Perfil

Begèt de Lucena, um ‘cygano’ do Sertão

O cantor, poeta, compositor e ator nascido em Exu (PE), vive desde os nove em Campo Grande (MS). Sua música é um apanhado poético que se conecta às vivências nesses (e outros) territórios

TEXTO Leonardo Vila Nova

05 de Maio de 2023

Show de Begèt de Lucena no 'Festival América do Sul Pantanal' em 2022

Show de Begèt de Lucena no 'Festival América do Sul Pantanal' em 2022

Foto Marithê do Céu/Fasp/Divulgação

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“Eu sou de Pernambuco, sertão de Pernambuco, terra de Luiz Gonzaga.” É assim que o cantor, poeta e compositor Begèt de Lucena se apresenta quando lhe perguntam de onde ele é. Mas ele também é de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, para onde se mudou aos nove anos e onde reside atualmente. E ele já foi também de São Paulo, de Goiás, Tocantins, da Bahia... Desses lugares todos por onde ele, menino e jovem, já passou, acompanhando a mãe e a irmã mais nova, em alguns anos de vida cigana. Foi essa cigania que deu cenários e vivências aos olhos e sentimentos do pequeno Begèt, tornando-se farta inspiração para o que viria desaguar em sua produção artística. Begèt de Lucena – o artista – é um totem, um cavalo tomado por múltiplos Begèts que se conectam com aspectos diversos do que já lhe atravessou ao longo da vida e do que ele observou e apreendeu para transformar em arte. 

Begèt de Lucena nasceu no município de Exu, há quase 30 anos, vivendo sua primeira infância no distrito de Timorante, também conhecido como “Baixio dos Doidos”. Quem nasce lá, diz ele, tem como destino inexorável enlouquecer. “Desde criança, eu já tinha medo de ficar louco, porque todo mundo falava disso, que quem nascia lá ficava doido. Eu até acho que, de certa forma, eu enlouqueci [risos]”, brinca o artista. Nascido de uma relação entre dois primos de segundo grau que não se casaram nem viveram juntos – o que configurava um problemão em famílias patriarcais do interior –, Begèt sempre foi mais ligado à mãe, Francisca, do que ao pai, Alberto de Lucena, com quem teve um último contato aos 18 anos, em uma passagem de dois meses pela Bahia, convivendo intensamente antes de perdê-lo, naquele mesmo ano, em pleno Dia dos Pais. Mas, segundo conta, foi do pai que herdou os traços físicos mais aparentes e a inclinação para a música. Por parte de Alberto, Begèt tem três irmãos: Marcelo, Mariana e Maiara.

De Exu, cortemos para o final de maio de 2022, em Corumbá, no Mato Grosso do Sul. No palco às margens do Rio Paraguai, em um cenário e iluminação que conferiam ao espetáculo uma aura mourisca, usando vestimentas que remetiam ao imaginário de uma figura cigana encarnada ali, Begèt apresentava o show baseado em grande parte no seu álbum de estreia, Cygano, lançado no final de 2019. Era o Festival América do Sul Pantanal e a primeira vez em que eu via e ouvia falar daquele artista, tão recomendado pela produção do festival. “Você precisa conhecer o Begèt, ele é sensacional, e é da sua terra, de Pernambuco”, disseram-me algumas pessoas, destacando essa peculiaridade geográfica de um artista que construiu sua trajetória no Mato Grosso do Sul. Eis a senha para despertar o interesse: um artista pernambucano radicado em Campo Grande. O que ele teria para mostrar? Naquele show, pelo menos, ele apresentou um fragmento dos muitos que ele é/pode ser, essa dádiva (ou privilégio?) que os artistas possuem.




Show de Begèt no Fasp 2022, em Corumbá (MS), foi o primeiro após as restrições da pandemia. Fotos: Marithê do Céu/Fasp/Divulgação

Begèt chegou a Campo Grande, na infância, tempos depois que a mãe, Francisca, já havia rumado para lá com a caçula, Maria, a tiracolo. Segundo Begèt, a personalidade inquieta e desbravadora de Francisca não cabia naquela vivência e configuração sociais de Exu. “Minha mãe tem traumas coloniais desse lugar. Ela sempre gostou de outra coisa. Ela é ariana, tem essa coisa da mudança, do ‘vamo pra frente’, de desbravar,  de quebrar as cercas. Ela, então, viajava muito.” E, após algumas andanças por outros estados – citados lá no começo deste texto –, ele, enfim, se estabeleceu em definitivo em Campo Grande. Nesse ínterim entre a criança do sertão pernambucano – que já trazia consigo uma bagagem imagética e sensível daquele ambiente – e o artista sul-mato-grossense que eu vi no palco, muito se deu e muito compôs a persona artística que Begèt é hoje. 

O ARTISTA
A voz grave de Begèt é um elemento interessante nessa figura que ele encarna, que não está presa a uma binaridade masculina/feminina, mas ainda não chega a ser “andrógina”. É reconhecível, no ser e nos gestos do ser que habita o palco, a influência de Ney Matogrosso, mas não na voz, que, geralmente, é uma das marcas das “crias” de Ney, a exemplo dos cantores João Fênix e Almério, também pernambucanos, cuja região vocal é aguda, similar à do ídolo. E Ney é, de fato, referência essencial para Begèt. Foi a figura de Ney que remexeu com a cabeça do menino, ainda em Exu. “Eu, uma criança, um menino no interior de Pernambuco, via aquela figura na televisão e pensava: ‘Eu quero ser esse cara!’.” O gosto pela arte, ainda tão criança, parecia estranho para algumas pessoas. “Um tio meu, irmão da minha mãe, disse, uma vez: ‘Esse menino vai ser viado. Ele gosta de música, gosta de poesia’. Então, se é um menino que tem essa sensibilidade, na cabeça dele, só podia ir por esse caminho”. 

A despeito do pensamento do tio, o que importava nessa trajetória de Begèt era seguir o que lhe movia essencialmente, artisticamente, e a forma como ele assimilava o que o cercava e lhe chamava a atenção. O conterrâneo mais ilustre também foi forte referência para Begèt: “Luiz Gonzaga é a minha primeira referência de rock’n’roll”, declara. “Ele era um astro, tinha aquele ideal visceral do rock. Foi um cara que compôs Assum preto porque ele tinha perdido parte da visão, e disse para o meu avô: ‘Eu fiz essa música pra quem é cego. Quem não for que tape os olhos pra ouvir’. Um cara desse é rock’n’roll”. 


Begèt e a irmã. Foto: Acervo pessoal/cortesia

“Eu trago muitas lembranças dessa infância. Meu primeiro contato com o mundo é desse lugar, de Pernambuco, dessa família.” O núcleo familiar por parte de Francisca, a que Begèt se refere, era composto pelos sete irmãos de sua mãe e pelo avô, Damião, que, de início, não acolhia tanto o neto – por ser filho de mãe solteira e de um pai que só aparecia para vê-lo anualmente. “Eu fui crescendo e, com o tempo, ele foi tendo que me aceitar”, diz Begèt, ao lembrar que, no decorrer dos anos, o avô acabou se apegando a ele e foi com quem o menino ficou quando a mãe partiu em direção a Campo Grande, antes dele. “Eu vejo que o que ele reproduzia era por conta do sistema que se vivia. Eu sei que isso era muito complicado, ainda mais no sertão.” A região do Araripe que Begèt assimilou, e trouxe para sua obra artística, é lembrança viva: “A música Feira de mangaio, por exemplo. Toda vez que eu ouvia essa música, eu me lembrava de tudo que tinha lá (em Exu, no distrito de Timorante). A feira de mangaio lá era às terças-feiras e tinha tudo o que diz na música. Quando falava ‘Maria’, eu lembrava da minha irmã. Também tinha um pé de Juá no quintal lá de casa (...) É aquele ambiente que é muito nosso. Tem alguma coisa na música, na melodia que pode estar atrelada a alguma coisa do passado, do tempo. Ouvindo essa música, eu me lembro exatamente de tudo o que tinha lá onde nasci”. 


Begèt e a mãe Francisca. Foto: Acervo pessoal/cortesia

MATO GROSSO DO SUL
Do lado sul-matogrossense, onde eclodiu o Begèt artista, ele também se alimentou bastante. No “ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico”, como escreveu Caetano Veloso em Um índio, o rapaz tem referências consolidadas nessa mélange. A começar pelo já citado Ney Matogrosso e pela prolífica família Espíndola. “Tem Alzira E., que é a ‘mais mais’; tem o Geraldo Espíndola, o Jerry Espíndola. Pessoas que eram meus ídolos e hoje são meus amigos queridos”, revela. “Outros artistas daqui [Mato Grosso do Sul] também são muito importantes para mim, como Paulinho Simões, como Geraldo Roca [in memorian]”, continua. 

O próprio aspecto demográfico do Mato Grosso do Sul também trouxe matéria-prima sensível para o artista. O estado do Centro-Oeste é vizinho do Paraná, de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, além de fazer fronteira com Bolívia e Paraguai. “Isso é muito foda, porque aqui a gente tem música paraguaia, tem a polca. E é isso que nos permite ter essa arte efervescente, pois aqui é um celeiro.”

Não só esteticamente, mas o discurso de Begèt acabou por absorver também o que se relaciona com esse território. Da sua lavra, a canção  Coração de criança fala, por exemplo, sobre questões indígenas (cultura muito forte na região, onde confluem 11 povos) . O MS, aliás, é o segundo estado brasileiro em número de habitantes indígenas. “Faço referências ao Porto da Esperança – um polo de escoamento latino-americano, de água fluvial –, onde tem uma comunidade ribeirinha. Eu não sou indígena, mas é uma questão que me afeta. Então, são coisas que eu uso o ‘poder’ da fala que eu tenho e transformo isso em poesia, em música, em arte”. 


Imagem para o clipe da música Força bruta. Foto: Divulgação

POESIA, MÚSICA E CORPO
Begèt é, em princípio, um artista da palavra. “Eu escrevo poemas para musicá-los”, diz ele. Mas é na música que as suas palavras se assentam, sendo o meio mais direto – ou o mais popular – de se fazerem ouvir. Se em princípio está a palavra, por fim está o palco, que é onde as palavras, já vestidas de música, ganham gestos, danças, intenções. “O palco é o único lugar sobre a Terra em que eu me sinto seguro”, conta Begèt, que é um rapaz tímido fora de cena. Apesar da timidez, Begèt também é ator. A primeira peça que escreveu foi o monólogo Baixio dos Doidos, sobre o lugar de onde veio. 

“Quando eu fui para o teatro, consegui entender meu corpo em cena, consegui entender que eu posso me expandir no palco”, relembra. Do teatro, ele aprendeu a ter uma visão mais técnica desse corpo cênico, de como explorá-lo conscientemente, mas ele não se identifica com o termo “performance” (pelo menos não na música). “Porque é algo que você estuda, você direciona uma técnica para fazer aquela performance. É claro que eu estudo e penso o que vai ter no meu show. Mas me incomoda porque as pessoas acham que eu faço aquilo porque vim do teatro. A música é que veio primeiro e eu não fico no espelho arquitetando e pensando o que eu vou fazer, meus gestos, nada”, explica Begèt, lembrando ainda que muito do que ele leva ao palco se manifesta de forma intuitiva. 

Como ele diz, a música veio primeiro na vida de Begèt e é através dela que se estabelece o seu canal de comunicação e expressão mais visceral. Aos 11 anos, o artista participava de um coral de igreja, mesmo tendo, à época, “uma voz estranha” e que até incomodava um pouco a mãe – “Hoje, ela é minha maior fã”. A primeira composição veio aos 15 anos, a música Me ensina a conjugar o verbo amar, que também está no seu álbum Cygano (ouça aqui), encerrando o disco.


Show da banda Santo Chico, da qual é vocalista. Foto: Leandro Benites/Divulgação

Além do seu trabalho solo, Begèt é vocalista da banda O Santo Chico, junto a Luciano Armstrong (guitarra), Rafael Taveira (contrabaixo), Guilherme Napa (bateria) e Felipe Ceará (percussão). O grupo está prestes a completar 10 anos – com algumas pausas nessa trajetória, devido às andanças dos músicos. “Um tá morando em São Paulo. Outro ficou em João Pessoa uns dois a três anos. Mas, a banda nunca deixou de existir. Sempre que a gente se encontra, a gente faz um show.” O Santo Chico faz o que Begèt classifica como “rock tropical” – “Nós fazemos o rock clássico, mas também trazemos muitas brasilidades, coisas da música popular brasileira”. Por “música popular brasileira”, entenda, entre outras, a música de autores pernambucanos. Não à toa, no repertório já passaram canções como Assum preto (Luiz Gonzaga), Risoflora (Chico Science), Sala de Reboco (Luiz Gonzaga), Lamento sertanejo (Dominguinhos/Gilberto Gil), Espumas ao vento (Accioly Neto), Garçom (Reginaldo Rossi). Na banda, Begèt assume a persona d’O Santo Chico propriamente dito. 

Outro projeto do qual Begèt fez parte é o ARduaRÀ – com Felipe Ceará (percussão e programações) e Júlio Queiroz (contrabaixo). “Um projeto que me deu muita alegria de fazer”, conta Begèt. “A gente mesclava a música brasileira, em sua essência, aos beats eletrônicos, tinha coco, por exemplo”. ARduaRÀ – cujo som, Begèt chama de MPBF, Música Popular Brasileira Futurista – deixou alguns registros em vídeo, como Listening to Luiz Gonzaga, num feat. com Furmiga Dub.



CYGANO
Filho de Iansã, Begèt conta que “é ela quem abre meu caminho, quem sopra o vento da minha sorte”. E é justamente ela quem abre o seu álbum de estreia solo, Cygano. A composição de Caetano Veloso e Gilberto Gil é, de acordo com Begèt, a espinha-dorsal do trabalho que, segundo ele diz no encarte, “representa o meu ponto de partida, o momento em que eu, como cavalo da música, sigo o meu mais certo caminho, agradecendo, desde rasgar o ventre, a minha mãe Francisca, em nome dos meus”. Cygano foi lançado no dia 4 de dezembro – Dia de Iansã – de 2019. 

O álbum foi viabilizado a partir do FIC – Fundo de Incentivo à Cultura do Mato Grosso do Sul e produzido por Júlio Queiroz. Traz 11 faixas, sendo sete delas composições de Begèt. Cygano é um apanhado dessa poética que ora paira no claro, ora no escuro; das reminiscências do que Begèt viu em sua Exu, no Baixio dos Doidos, dos amores e desamores da vida, com um misto de ternura e desilusão, cantando o que lhe faz chorar e sorrir, preparado e pronto para “morrer de amor”, como ele diz, fazendo disso tudo sua encanteria. Em Cygano, ouve-se bolero, ouve-se rock e balada, ouve-se também o baião (Pernambuco que não desgarra).

Lembra Ney Matogrosso? Pois bem, ele está no álbum, cantando, junto a Begèt, a canção Bolero de criolo, consagrando o encontro daquele menino do sertão de Pernambuco com o seu ídolo que, até então, ele só via pela TV. Foi com um pouco de audácia e alguns goles de álcool a mais que Begèt arriscou enviar uma mensagem para o Instagram de Ney. “Naquele momento, eu não sabia quem estava por trás do insta, se ele ou uma equipe. Mas falei da importância dele na minha vida, o quanto eu o amava e ele me influenciava.” Sem nem sequer se lembrar mais disso, e para sua total surpresa, o próprio Ney o respondeu oito meses depois. Trocaram algumas palavras e Begèt o convidou para cantar em seu disco. Ao ser apresentado à música, sem muito “arrodeio”, Ney topou prontamente. Alguns meses depois, gravaram e o resultado está na faixa número 4 de Cygano.




Begèt e Ney Matogrosso durante gravação.
Foto: Raíssa Tâmisa/Divulgação

No álbum, também estão as já citadas por aqui Coração de criança e Me ensina a conjugar o verbo amar. Entre outras, destaques para Cafeshop, uma balada-rock que lembra os áureos tempos do “Brock”, dos anos 1980; Cachorro louco, que para algum desavisado poderia muito bem passar por uma música feita por alguma banda pernambucana contemporânea, de Olinda, talvez; Morte certa, um baião por onde resvala o pernambucano, com elementos como o pífano, reforçando esse cenário. Além da já citada Iansã, Begèt gravou canções de compositores como Jerry Espíndola (Jugular), Rodrigo Bittencourt (Cinema americano) e Luis Capucho (Maluca). 

No entanto, por ter sido lançado no final de 2019, Cygano acabou não ganhando a estrada à época, por motivos de: pandemia de Covid-19. “Sofri muito porque esse disco foi tão desejado, foi planejado. Meu último show antes da pandemia foi muito legal, dentro da Virada Cultural de SP, tava alçando uns voos legais, tinha coisa legal marcada pra depois, mas veio a pandemia e eu caí do cavalo”, lembra com a poesia sempre afiada: “Estou sempre à beira do abismo. Ser artista é estar à beira do abismo”. 

Em 2022, Begèt de Lucena voltou a se apresentar nos palcos. O retorno foi no show do Festival América do Sul Pantanal, justamente quando o vi pela primeira vez. Ali, ele estreava o show Pau, pedra e corda, que traz repertório do disco Cygano e outras canções. “É uma menção a essa analogia do cru: com um pau, uma pedra e uma corda, eu faço meu som.” Além dele, são três violões e dois percussionistas em cena. No show, com esmerada produção de cenário, luz e figurino, Begèt expande o conceito metafórico do cigano. É essa persona que o cavalo Begèt incorpora e faz cantar no palco. Assim como na capa do disco, envolto por alegorias que ele cria e insere na sua poética. Um céu de bronze e nuvens de chumbo são o cenário do Begèt cigano – ainda de cabelos compridos –, montado em um cavalo negro. “O Begèt que vocês veem na capa é um totem. Eu sou o cavalo da música, por isso que eu canto descalço. Não sou eu ali, é a minha coisa mais pura, mais crua (...) Todos esses Begèts que eu idealizei são a mesma pessoa, é aquela criança que cresceu”, sintetiza.

Begèt esteve em Pernambuco, pela última vez, no início de 2017. Deseja voltar o quanto antes. E sonha em levar o novo show – com toda a devida produção – ao seu nascedouro. “Eu quero levar esse show para Exu. Seria lindo poder cantá-lo no Parque Asa Branca, ou onde quer que seja. Eu tenho esse sonho de fazer esse show em praça pública, na terra onde eu nasci”, declara. Um camaleônico e cygano que deseja morrer em cima do palco, cantando. Enquanto isso, ele segue dizendo tanto sobre si nas suas canções: “Grito para quem nem tem ouvidos. Me interessa muito mais os corações”, diz ele na apresentação do disco. E, parafraseando Chico Science, com “Mato Grosso do Sul embaixo dos pés e Pernambuco no coração”.

LEONARDO VILA NOVA
, músico e jornalista cultural.

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