Obituário

Celso Marconi, o senhor do tempo

O cineasta, crítico de cinema, professor e curador faleceu, ontem, dia 2 de janeiro, aos 93 anos

TEXTO Revista Continente

03 de Janeiro de 2024

Foto Ricardo Moura

Faleceu, ontem, dia 2 de janeiro, o jornalista, crítico de arte, professor, curador e realizador cinematográfico Celso Marconi Lins, aos 93 anos. Nascido no Recife, Marconi começou no jornalismo na década de 1950, quando escreveu para o Folha do Povo, o Jornal Pequeno e o Diário de Pernambuco. Em 1960, fez parte da diretoria do Sindicado dos Jornalistas de Pernambuco e passou a integrar a equipe da edição Nordeste do Última Hora, de Samuel Wainer, onde assinou uma coluna de cinema.

Durante o Golpe de 1964, foi detido quatro meses e voltou a atuar na imprensa em 1966, no Jornal do Commercio – onde, por mais de 20 anos, fez críticas de cinema, música, artes plásticas e artes cênicas. Nos anos que se seguiram, dedicou-se ainda mais ao cineclubismo e formou diversas gerações de cinéfilos no Recife, promovendo as primeiras exibições na cidade de cineastas como Fellini, Kurosawa, Antonioni, Godard, Bergman, Pasolini e Truffaut.

Foto: Arquivo de família

Em 1991, assumiu a editoria do Suplemento cultural, publicado pela CEPE, e a gestão do Museu da Imagem e do Som de Pernambuco. Em 2020 ganhou a biografia Celso Marconi: O senhor do tempo, assinada por Luiz Joaquim e editada pela CEPE Editora. Nos últimos anos,  tornou-se ativo nas redes sociais (em especial no Facebook), publicando até 2023, artigos e críticas cinematográficas.

Em maio de 2021, aos 90 anos, em plena pandemia, Marconi conversou com a repórter Débora Nascimento e falou sobre sua rotina de seguir assistindo a muitos filmes e de escrever sobre eles. “Eu me acordo, digamos assim, às vezes 16h, às vezes 17h, mas durmo na hora que eu quero. Aí me levanto, vou tomar um cafezinho, fazer um lanche. Aí volto, me sento aqui, trabalho umas três horas seguidas, assim, lendo ou me preparando pra escrever alguma coisa, vendo um filme. Tudo aqui é assim, bem tranquilo”, contou.

A entrevista completa pode ser lida aqui.

veja também

Adeus ao gênio Ziraldo

José Cláudio, nosso grande retratista

Leonardo Dantas Silva: perda para a cultura pernambucana