CONTINENTE Como foi a feitura desse disco?
CESAR MC Dizem que o primeiro disco não é o momento em que a gente começa a produzir. Na verdade, ele sempre tem um tom autobiográfico, que pega desde a nossa infância. Consigo ver ali muita coisa da vivência, porque penso que a música é, primeiro, vivida, depois escrita. Então, acho que eu, ao decorrer da vida, muitos desses pensamentos que estão no disco agora foram elaborados, mas o momento que eu sentei pra organizá-los acredito que foi de dois anos para cá, eu tenho colocado no papel essas coisas.
CONTINENTE Mas você tinha um diário desde criança, né?
CESAR MC Eu usava o freestyle e a poesia como um diário. Eu não sabia muito bem o que eu estava fazendo, eu gostava muito de fazer algumas rimas sobre o meu dia, independente se ele foi mal. Eu crescia guardando essa prática só para mim como se fosse um diário mesmo. Isso tudo antecedia o que estava por vir quando vi a primeira batalha de MCs na minha frente. Aí, naquele momento, é como se tivesse encontrado de forma sólida aquilo tudo que eu sempre fiz na minha vida toda, encontrei um espaço onde aquilo fazia sentido. Então, meio que esse diário, esse hábito de poder rimar sobre a vida ganhou força ali, quando encontrei a primeira batalha de MCs e daí não parei nunca mais.
CONTINENTE A escrita surgiu primeiro como poesia, você ainda não pensava naquilo que escrevia como rap, não é isso?
CESAR MC Eu não sabia exatamente a forma com que aquilo se organizava, se estava dentro da cultura hip hop. Era literalmente uma coisa que eu achava interessante fazer aos 12, 13 anos. Com o passar do tempo, fui crescendo, ouvindo algumas músicas, entendendo que aquela rima era rap e tal. Mas as coisas só ganharam nome, de fato, quando vi pela primeira vez a batalha na minha frente. Ali entendi exatamente do que se tratava e quis procurar, pesquisar, mergulhar mais de cabeça e foi onde as coisas começaram a caminhar.
CONTINENTE Nesse período, você já lia poesias, tinha contato com literatura ou era uma questão de influência de letra de música?
CESAR MC Sim, minha mãe é professora de português e acabou influenciando muito nesse aspecto, tinha muitos livros de poesia e até mesmo algumas músicas que ela gostava muito, eu acabei também compartilhando desse gosto musical, como Legião Urbana, por exemplo, que eram músicas com um alto nível de poesia e empreendia naquela ideia de contar uma história através da música. Então, acho que esse contato com a literatura, mas também com a poesia presente nas músicas me fizeram amar essa arte.
CONTINENTE Interessante isso, porque considero Renato Russo um grande letrista, mas ele passou uma época sendo meio desmerecido pela crítica porque era muito popular e hoje está cada vez mais claro que ele foi um grande letrista. E isso que você contou agora é como se fosse uma influência dele em outro gênero. Fora a Legião Urbana, o que você ouvia mais?
CESAR MC Eu diria Milton Nascimento, APC 16, que talvez tenha sido o primeiro grupo de rap que ouvi na minha vida. Ouvia muito Charlie Brown Jr. Ouvia um pouco de cada coisa. A referência do hip hop na gringa também começava a ecoar pelo rádio ali, 50 Cent, Eminem, e aí comecei a juntar um pouco dessas referências e construir esse universo musical que ganhou força mais pra frente.
CONTINENTE Eminem já disse que leu um dicionário inteiro para enriquecer o vocabulário. Você tem alguma prática pra aprimorar o vocabulário, o rap, ou acha que não precisa?
CESAR MC É sempre positivo, sim. A leitura ajuda a gente a mergulhar em outros mundos e ter mais embasamento naquilo que a gente fala e acredito que o rap é uma cultura que exige esse mergulho profundo, que estimula esse mergulho, mas, apesar de, com certeza, entender que o estudo é um caminho muito forte, mantenho o meu foco na questão da vida em si, porque acho que é a soma da vivência com a liturgia. Não só uma coisa ou outra.
CONTINENTE Quais suas outras referências de rap de fora? Você falou de Eminem, 50 Cent...
CESAR MC Atualmente a lista é muito grande. Hoje, conhecendo mais todo o cenário, Kendrick Lamar, Travis Scott, Ice Cube, Rihanna, Beyoncé, Jay-Z. E sem esquecer, claro, do nosso rap do Brasil, Mano Brown, Emicida, Djonga, Racionais, Stormzy, o rap de Portugal. Mergulhando por esse mundo, a gente encontra várias possibilidades.
CONTINENTE E como é o cenário do rap no Espírito Santo?
CESAR MC O Espírito Santo é uma mina de diamante no quesito talento. Cada dia mais consigo enxergar muitos artistas surgindo com trabalho incrível. Só que dentro do Sudeste, a gente entende que o consumo da música rap sempre caiu no pólo São Paulo-Rio. É difícil a gente estar fomentando e batendo de frente com isso. Mas a gente tá conseguindo. BH tem uma cena linda que tem protagonizado muito. O ES é o lugar, neste momento, em que artistas que estão há muito tempo no cenário com um trabalho incrível estão ganhando voz. Então, acho que é uma cena cheia de talento. E é todo um lugar a ser desbravado, se a gente quiser ter uma referência real do rap a nível do Brasil, porque a gente se perde um pouco nessa polarização Rio-São Paulo, mas existe muita riqueza, sim, assim como vários cantos do Brasa que ainda tem muito pra dizer.
CONTINENTE Em 2017, você participou da batalha de rap nacional e ganhou. Gostaria que você falasse da importância dela pra esse despertar da sua carreira.
CESAR MC Sim, acho que a batalha de MC foi o meu portal de entrada pra conhecer a cultura hip hop. A partir dela, desse choque que eu tive daquilo que eu gostava de fazer com o movimento que já acontecia, eu comecei a ter o interesse em conhecer mais. Então, dali da batalha de MC do freestyle, eu já conheci referências no hip hop como cultura, os outros elementos, o b-boy, o grafite, o DJ, eu já comecei entender que existe um conhecimento ali por dentro e valores. Então, a batalha de rap me introduziu nesse mundo chamado hip hop. E a partir desse mundo, eu comecei a tratar minha música com seriedade, tentei entender a minha visão de mundo, isso foi o principal para que eu conseguisse ser quem eu sou hoje, quem eu pretendo ser amanhã. Em 2017, fui campeão nacional, isso gerou uma certa visibilidade a partir daí e foi quando comecei a minha relação com a Pineapple, onde eu lancei as primeiras músicas, elas começaram a dar certo. Hoje estou com a gravadora e temos vários trabalhos juntos. A partir dali que vieram muitas oportunidades.
CONTINENTE Você diria que há mais companheirismo, parceria ou mais competição no mundo do rap?
CESAR MC Acho que existe, sim, a competição, mas isso tudo é feito com base no companheirismo, sem dúvida. Fiz muitos amigos e nós nos ajudamos muito até. Esse coletivo é muito forte dentro do rap.
CONTINENTE Vocês ficam se xingando de uma forma artística. Queria saber se o que acontece na batalha de rima fica na batalha de rima ou fica alguma rusga depois?
CESAR MC A batalha de MC, assim como um teatro, é uma demonstração artística. E, por exemplo, pelo menos pra mim e para outros MCs, aquilo foi um lugar de vazão. Como garoto preto, periférico, passando por várias questões dentro da sociedade, quando encontro um lugar onde eu sou escutado, virou mais do que uma luta contra meu adversário. Ali dentro estava vencendo a mim mesmo, o meu pessimismo, o meu medo, as minhas dúvidas, os meus questionamentos de mundo. Então, aquela agressividade na batalha, ela ia muito além da pessoa que estava na minha frente, porque eu olho no olho de uma pessoa ali e pela qual eu também torço. É um outro sonhador. Então, dentro das batalhas de MCs, a gente entende isso. A gente consegue fazer uma manifestação artística, assim como um filme de ação consegue transmitir cenas agressivas de luta e ainda ser uma arte onde os atores conseguem conviver entre si. Então, o rap, o freestyle precisa ser interpretado com esse olhar de manifestação de arte também. E eu até acredito que a agressividade que eu tive dentro da batalha de MC foi a forma mais honesta de lidar com a minha agressividade, porque eu recebo a agressividade de um mundo com preconceito, com racismo, com injustiça, desigualdade. Então, achei ali um jeito de ser agressivo com esses pensamentos e catalizar dentro de uma perspectiva artística e não de revide. Acho que é um lugar de vazão e arte precisa dessa liberdade também.
CONTINENTE Qual o comparativo que você pode fazer entre as batalhas dos MCs e a competição do slam?
CESAR MC O slam é uma batalha de poesia falada. Ele carrega essa beleza de você trazer os seus versos. O freestyle também é permitido dentro do slam. Mas o foco é realmente a poesia. Já a batalha de MCs é sempre 100% freestyle, é rima feita completamente na hora. E você tem o embate ali. O jeito de se analisar tanto uma coisa como outra é diferente. Participei do slam também. Fui representante do ES no campeonato brasileiro de slam. Como se fosse um sarau do mais alto nível da poesia marginal. Existe toda uma profundidade.
CONTINENTE Tem uma coisa que observei é que, na batalha de MCs, você evitava palavrões e baixar o nível, diferentemente de outros. Isso é uma decisão sua ou foi uma coincidência? O que você também não colocaria, não pretende colocar nas suas letras?
CESAR MC As pessoas comentam muito sobre isso e tal. Mas acredito que aconteceu de forma natural. Não teve uma escolha pautada em nenhum tipo de pensamento. Só acho que usei as palavras que foram necessárias. Ocasionalmente não foi necessário usar essas palavras. Não tenho uma crítica específica às pessoas que usam, até porque vai muito mais da intenção do que a própria palavra. Então não consigo também demonizar as pessoas que fazem uso. Eu só enxerguei um caminho diferente e foi de forma muito leve mesmo.
CONTINENTE Você participou do slam no ano de Bell Puã. A poesia com a qual você participou foi a que virou Canção infantil. A que você atribui esse sucesso arrebatador de 40 milhões de acessos no YouTube? E houve alguma parceria com a cantora Cristal?
CESAR MC Conheço a Cristal desde 2015. Vi ela cantando. E achei uma coisa incrível. Sempre tive vontade de fazer uma colaboração com ela. Com Canção infantil, como era uma música que já estava pronta, escrita, quando entrei no processo de fazer a poesia virar música, senti que faltava um toque pra que ela tivesse uma interpretação certa, que era um toque de afeto. A música impõe uma certa fúria, uma revolta. Só que eu não queria que as pessoas interpretassem como puramente uma revolta. Tudo aquilo ali é muito fundamentado no amor. Tudo aquilo é um pedido de socorro. Tudo aquilo ali é uma reflexão de vida fundamentada no amor. Então juntar a fúria e o afeto naquela música foi uma prioridade muito grande que encontrei. E a Cristal se encaixou muito bem nisso. Ela conseguiu acrescentar uma doçura na música que fez com que a interpretação fosse correta.
CONTINENTE Por falar em colaboração, tem agora com Emicida. Queria que você contasse como surgiu? Eu tinha visto uma entrevista dele na qual diz que quando ouve você, ele tem vontade de fazer mais rap.
CESAR MC Eu me sinto privilegiado demais. Foi uma honra somar forças com Emicida nesse álbum. Ele e Djonga são artistas que eu me identifico muito em causa, me identifico com a pessoa deles. Eles influenciaram muito a minha arte positivamente. Na verdade, surgiu de uma forma muito natural. Eu já tinha percebido que o Emicida me citava em algumas entrevistas. E eu sempre mostrei como eu sou fã dele, da mesma maneira que com Djonga. A gente já tinha se encontrado pessoalmente algumas vezes. Em uma das conversas com ele, surgiu a ideia da música, ele aceitou e pra mim foi uma honra. O Djonga conheci pessoalmente no Poesia 9. Já era fã do trabalho e a partir dali a gente começou a ter uma relação de troca de ideia e aí fiz o convite e ele aceitou. Acho que a gente conseguiu chegar num resultado interessante.
CONTINENTE Você já é inspiração. Algumas pessoas comentam que você é referência para elas. Como se sente sabendo disso e qual a responsabilidade que isso traz pra você?
CESAR MC Sem dúvida, quando a gente percebe que a gente consegue transmitir algo na vida das pessoas, a gente sente esse peso ali na caneta. Como diria Rachid, quanto mais eu esvazio a minha caneta, mais ela pesa. A gente sente essa responsabilidade. Mas também acho que é uma troca muito importante. Acho que não há nada melhor do que você ouvir de outra pessoa que alguma das suas ideias através da música ajudou, cooperou. Então, acho que é uma responsabilidade, mas recebo com muita gratidão essa responsabilidade.
CONTINENTE E por falar em comentários, eu queria saber de você, que já disse que é uma pessoa tímida, como é a sua relação com as redes sociais?
CESAR MC Esse exercício de estar bem ativo nas redes sociais veio da demanda. Eu sou um cara tímido e até muito reservado. Só que dentro dessa área artística é necessário estar presente. Acho que, em respeito aos fãs, é necessário estar ali comentando, falando. Então esse exercício de poder estar mais comunicativo, ele veio dessas demandas. Tenho buscado evoluir bastante nisso.
CONTINENTE Ainda é necessário um artista iniciante ter contrato com gravadora ou se você tivesse seguido totalmente independente, teria a mesma repercussão com o videoclipe de Canção infantil e agora com o disco? Seria possível?
CESAR MC São caminhos bem diferentes. E cada um carrega a sua dificuldade. Muitos artistas conseguem fazer essa caminhada de uma forma totalmente independente e só que tem a questão do recurso, de poder investir na música, nos clipes e eu não tinha recurso pra poder gravar uma faixa e cinquenta conto eram vários bicos de trabalho pra poder conseguir a grana e fazer a parada acontecer. Então, foi muito difícil pra mim. Quando recebi a proposta da gravadora, recebi com muito carinho entendendo que eu conseguiria dar uma força melhor ao meu trabalho. E minha gravadora é um selo independente. Então, eu não senti que o fato de estar junto com uma gravadora tirou a minha liberdade de trampar, acho que foi um caminho muito interessante. Mas também é bem louvável as pessoas que, de forma independente, vão tendo suas conquistas, investimentos e chegam lá. São caminhos diferentes que têm suas dificuldades.
CONTINENTE O rap, apesar de ser um gênero de muito sucesso e de já ter décadas de surgimento, existe em uma bolha. Você acha que esse clipe de Canção infantil conseguiu furar essa bolha?
CESAR MC Canção infantil teve um alcance diferente, sim. Eu consegui enxergar ela circulando por outros espaços, dialogando com outros estilos de música. E até mesmo a maneira sonora como ela foi construída teve essa abertura pra que entrasse em outros nichos musicais. Então, eu acredito que, sim, ela foi um pouco além daquilo que a gente pode chamar de bolha. Isso foi muito bom porque trouxe a galera pra dentro. Foi 100% positivo.
CONTINENTE Tem uma frase sua, nesse primeiro disco, que eu queria destacar: “O caos desse mundo me afeta”. Eu queria que você discorresse sobre essa frase.
CESAR MC Essa frase está presente na música Navega, que é uma das músicas mais existenciais da minha carreira. E nessa perspectiva existencial, a gente percebe que quando a gente reconhece as nossas fragilidades nesse mundo onde as coisas parecem tão incertas, onde tanta coisa acontece ao mesmo tempo e essas coisas invadem as nossas cabeças, a gente é muito afetado por isso. Os sonhos são sabotados por isso. A nossa saúde mental é muito sabotada por isso. E nessa música Navega, eu me permiti expor essas crises existenciais, essas crises nas emoções, onde a gente para no meio de uma situação muito difícil e diz, ‘Cara, como eu estou sentido e o que está me afetando dessa forma?’. Na verdade, é uma perspectiva interna. Navega é uma música muito de dentro.
CONTINENTE Por falar em caos do mundo, como você se informa?
CESAR MC Eu gosto muito de estar sempre informado. Na era da informação, em todo o lugar, a gente tem uma manchete. Gosto de ficar atento às fontes das coisas, porque dentro da internet, onde a gente costuma estar mais se informando é um lugar onde a gente precisa comprovar o que gente está lendo. Gosto da leitura de alguns autores específicos que têm muito da minha confiança. Eu busco estar sempre ouvindo novos olhares e entendendo melhor. É bem plural as formas como eu busco conteúdo, tanto na leitura quanto em podcasts.
CONTINENTE Qual é o peso da religião na sua vida e na sua música?
CESAR MC Eu diria talvez não a religião, mas a fé. Eu faço essa distinção no sentido de que a minha relação com a fé muitas vezes é crítica à religião. Não a religião no sentido instituição, porque eu sou cristão. Mas sempre deixo claro que sou cristão segundo Cristo, não segundo ao Cristianismo, que historicamente como instituição cresceu e carregou sua bandeira até mesmo em meio a tragédias e má intenções de pessoas, a vários escândalos. Então, eu sendo totalmente honesto com a minha fé, sinto a necessidade de não só cantar sobre ela, mas também denunciar aquilo que ela não é, pra que esse lugar que me deu amor e confiança, que é Cristo, não seja confundido com a má intenção de pessoas que usam esse nome pra benefício próprio. Então acho que minha relação com a fé é minha relação com tudo, porque minha leitura de mundo vem a partir da fé, a partir de Cristo e ela influencia todas as minhas músicas. Mas sempre trago esse olhar de crítica da religiosidade que envolve a minha fé, pra que eu não me perca e não faça outras pessoas também olharem de forma errada pra essa fé, porque tem muita gente falando besteira, e eu me sinto nesse lugar de também iluminar o caminho pra que pessoas também, se encontrarem amor e esperança dentro dessa perspectiva de fé em Cristo, possam ser bem-vindas a esse lugar.
CONTINENTE Mas você não participa de alguma igreja?
CESAR MC Participo, frequento uma igreja local. Eu não sou contra a igreja local, de maneira nenhuma. Quando critico a religião, não estou falando de cada igreja, de cada grupo, não. Estou falando no sentido de grandes líderes, daquilo que ecoa pelas mídias e cria uma falsa vitrine do que seja o real cristianismo. Agora fui muito abençoado dentro das igrejas. Acho que as igrejas têm um papel incrível dentro da sociedade, de autoajuda, de projeto social, de restauração de valores. Mas também reconheço o quão destrutivo pode ser quando isso é usado como projeto de poder e com más intenções. Então sempre faço esse equilíbrio. Mas tenho uma vida muito ativa com relação à fé, sim. Frequento a Igreja Batista. Cresci dentro da igreja.
CONTINENTE Quais são os seus planos para os próximos anos?
CESAR MC A gente vive nessa luta diária de conseguir de se estruturar cada vez mais. Costumo dizer que a gente nunca chega lá. A gente sempre recomeça numa base melhor. A partir do lançamento desse álbum e a forma como ele vem ecoando junto aos outros trabalhos até aqui, a minha intenção é continuar cantando a vida numa estrutura melhor. Sempre vai ser isso. Se hoje foi através de um álbum, amanhã que seja através de uma outra manifestação. Mas a ideia sempre vai ser a mesma, cantar a vida e que isso possa transmitir algo bom para as pessoas.
CONTINENTE Você lançou esse disco ainda em meio à pandemia. Como está a sua agenda diante desse cenário?
CESAR MC Nós ainda estamos enfrentando esse cenário tão difícil e eu passei todo esse tempo até aqui, com a agenda fechada, me adaptando à situação, fazendo mais eventos online, tomando mais cuidado com as produções reduzidas. Agora a gente tem essa perspectiva positiva de que as coisas possam se normalizar e torce para que seja feito o quanto antes. Se essa sinalização positiva continuar, sem dúvida a agenda é aberta para todo tipo de ação que for em relação ao álbum. A gente está com o show do álbum aí para poder realizar. Tem muito projeto em escola, muito projeto de ação social também que a gente tá doido pra cair pra dentro aí. Vamos ver como que ficam os próximos passos.
DÉBORA NASCIMENTO, jornalista, repórter especial da Continente e colunista da Continente Online.