No último sábado (26/8), a manifestação pela reativação do Teatro do Parque, fechado há sete anos para uma reforma que nunca se inicia, levou artistas, ativistas e pessoas de todas as idades à Rua do Hospício para celebrar a música, a arte e o encontro, como em outros tempos, numa virada cultural que durou 12 horas seguidas.
A maniFestAÇÃO congregou todos os tipos de público, classes sociais, linguagens artísticas. Teve teatro, teve dança, circo, música. Corpos de todas as cores e peculiaridades eram vistos em harmonia contagiante, a partir de suas diferenças. Uma junção de energias e desejos.
Se cada corpo carrega consigo uma energia própria, que é, em parte, o acúmulo de suas memórias – sensoriais e subjetivas –, e o desejo por uma produção sensível, o Teatro do Parque também é uma espécie de corpo, hoje um tanto escondido, renegado... Ali, estão guardadas as memórias de um tempo – de nem tanto tempo atrás assim – ainda vivo, pulsante. A memória, aliada ao desejo que acalenta, é uma potência política capaz de reconfigurar o futuro. Os corpos que dançam, que gesticulam estão inquietos, resistem mesmo em sua fragilidade, e são capazes de imaginar – e realizar – um novo tempo e uma nova vida.
SOFIA LUCCHESI, estagiária da Continente, estudante de Jornalismo da Unicap e fotógrafa.