Curtas

Pra te abraçar

Iara Rennó e os encontros da websérie musical

TEXTO Marina Pinheiro

01 de Junho de 2021

Iara Rennó abraça através do isolamento com uma série de 6 encontros musicais

Iara Rennó abraça através do isolamento com uma série de 6 encontros musicais

Foto José de Holanda/Divulgação

[conteúdo na íntegra | ed. 246 | junho de 2021]

contribua com o jornalismo de qualidade

“Sobreviver pra te abraçar. Ontem sonhei com as cores do mar”, canta Iara Rennó. Nesse abraço enlaçado pelas cores da natureza, do violão que conduz a música ao quintal que serve de cenário, é iniciado um dos episódios da websérie Pra te abraçar. A faixa, que dá título ao projeto, é assinada por ela e pelo poeta arrudA, que não é o único nome a brilhar na produção: Thalma de Freitas, Tetê Espíndola, Lucina, Céu, Peri Pane, Alzira E, Ava Rocha e Anelis Assumpção são alguns dos artistas presentes nos seis episódios lançados entre março e abril de 2021.

Os encontros musicais apresentam 30 músicas inéditas, surgindo “de uma atividade intensa de composição”, conta Iara. E contrariam a solidão do isolamento ao trazer parcerias constantes, da escrita à equipe de produção: “foi um modo que eu vi de manter a vivacidade, de me sentir viva, de me sentir com as pessoas. Porque essas trocas, ainda que à distância, são trocas reais. Quando você faz uma música, ela não é uma troca virtual. Ela é uma troca real, é esse sentimento de abraçar de alguma maneira.”

Os vídeos surgiram em uma “maratona” de gravações: em dois dias, foram recebidos 12 convidados, que cantaram presencialmente ou de suas casas. Por trás das luzes, uma equipe inteira dedicada a cuidados de segurança sanitária, para que os artistas pudessem transmitir acolhimento, mas também revolta. Um complexo de sentimentos, vividos na pandemia e no pensar político da compositora, foram traduzidos em faixas como Mata grossa, cantada com Alzira E, e Deserto virá, com Josyara.

“As canções, de uma maneira crua, simples, desnuda, só na voz e violão, sem um arranjo de instrumentação, também acho que criam um tom de proximidade. Convergem com esse momento em que a gente está vivendo, de simplicidade”, explica. Iara, que encontrou uma forma de visitar casas através de vídeos e abraçar em um mundo sem abraços, pode ser recebida em qualquer sala de estar pelos episódios disponíveis na íntegra no YouTube.  

MARINA PINHEIRO é jornalista em formação pela UFPE e repórter estagiária da Continente

veja também

Pernambuco Meu País inicia em Taquaritinga

Maracatu rural viaja a Portugal

Duda Rios: Um artista de multipotencialidades