Como nas palavras do antropólogo Raul Lody, autor do prefácio do livro, Claudemir incorpora o preparo artesanal à sua culinária e estilo. “Fazer comida é um momento emocional onde as técnicas culinárias buscam símbolos que marquem um sentimento, uma relação entre a pessoa e o prato”, escreve. “Ele é um simbolizador de ingredientes que faz da sua comida uma interação que vai além do gosto, e marcada pela sua vocação autoral”, opina Lody.
“Tudo no livro foi intencional”, garante o chef, que contou com a colaboração da jornalista Erika Valença na sua execução. A obra também está carregada de experiências pessoais, cujos registros de pesquisa remontam sobretudo aos últimos cinco anos, época em que, ainda segundo o próprio Claudemir, “não sabia que suas viagens e descobertas poderiam lhe render parte do livro”.
Bairrista – “como todo bom pernambucano”, brinca –, ele defende a valorização da cultura local. Acredita que a culinária pernambucana é uma das mais ricas do mundo. À frente da cozinha do Ça Va Bistrô até junho, este mês inaugura o próprio empreendimento, o restaurante Oleiro Cozinha Artesanal, localizado no Parnamirim, no Recife. “A casa vai ser decorada com peças de barro de artistas como mestre Nado, Suely Brasileiro, Zezinho de Tracunhaém. Vai ser bem voltada ao produto barro”, adiantou.