Entre as atrações internacionais estão Edith Piaf (Said it better than me), de Joseph Wallace, e Elektrika Diena, de Vladimir Leschiov. Imagens: Reprodução
“A proposta é cada vez mais expandir e descentralizar o festival, que conta também com exibições em bairros de periferias e cidades do interior, antes, durante e depois de sua realização”, explica o curador do festival, Júlio Cavani, em entrevista à Continente. Esse tipo de linguagem cinematográfica, principalmente voltada para adultos, enfrenta muitas dificuldades de distribuição. É raro até mesmo as obras infantis entrarem em cartaz no circuito comercial, quando não são produções americanas. “O Animage tem um papel muito importante de preencher essa lacuna, de mostrar ao público o que há de novo no cinema de animação nacional e mundial, para todas as faixas etárias”, ressalta Júlio.
A abertura da programação de longas, no Cinema São Luiz, será com A cidade dos piratas, dirigido por Otto Guerra, no qual ficção e realidade se mesclam para retratar a vida e a obra da cartunista trans Laerte Coutinho, a partir da recriação de Piratas do Tietê, sua clássica série de quadrinhos. Uma produção lapidada ao longo de 20 anos como essa sincroniza-se ao espírito do Animage, de busca por um tipo de cinema de entrega, autoral e compromissado com a arte da animação.
A escolha por abrir as exibições de longas com um filme que contempla Laerte simboliza ainda uma preocupação em dar visibilidade à questão da transexualidade. Esse olhar cuidadoso se repete em outros pontos do festival, como na realização de sessões com audiodescrição para cegos, incluindo catálogo em braille, sessões ao ar livre em comunidades e hospitais públicos, além da distribuição de sementes de árvores da Mata Atlântica, ação que cativa os frequentadores do evento desde os anos anteriores. O Animage acontecerá na Caixa Cultural Recife, no Cinema São Luiz, no Cinema da Fundação (Derby e Museu), na Praça da Várzea (Pinto Dâmaso), no Parque Santos Dumont e no Parque da Macaxeira. Confira a programação completa aqui.
SAMANTA LIRA é estudante de jornalismo da Unicap e estagiária da Continente.