A produtora cultural e atriz Stephany Metódio já vinha sentindo a necessidade de produzir registros audiovisuais da história cultural da sua cidade. Durante uma das ações do Sesc, quando ela conheceu mais a história e trajetória de Seu Gonzaga, imediatamente teve a ideia de produzir um documentário. “Quando me aproximei mais dele, na época que trabalhava com o Sesc, conversamos e, em seguida, ele levou um monte de documentos e fotos. Seu Gonzaga tem documentos históricos da cidade de Garanhuns e ele sabe dessa importância”, afirma a produtora.
Em Pernambuco, o reisado proveniente de Garanhuns é considerado referência e devido à preocupação de cada vez mais registrar as manifestações culturais da cidade, o grupo Tear, formando por Stephany e por outros artistas como Alexandre Revoredo, Efraim Rocha, Leo Silva, Katarina Barbosa, Renan Araújo – que assina a direção do documentário –, Andrezza Tavares e Fernanda Limão, juntaram suas habilidades e inscreveram, em 2016, um projeto audiovisual no Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura, na categoria de descentralização do audiovisual, que foi aprovado e teve início no ano seguinte. Eles pretendem circular com o documentário no Festival de Goiana, no de Triunfo e no Festival de Inverno de Garanhuns, que acontece este mês.
Em entrevista à Continente, Seu Gonzaga relembra alguns momentos marcantes de seus 73 anos de vida, que são retomados no filme, a exemplo da criação na roça pelo avô Valdivino Lopes, a primeira vez que viu uma apresentação do reisado com o Mestre José Pereira, em 1954; ou quando participou do programa Som Brasil, de Rolando Boldrin, nos anos 1980, junto ao reisado do Mestre João Gomes. As motivações em perpetuar a cultura popular o fazem participar de diversas ações nas escolas de Garanhuns. “Nosso estado tem muitas manifestações populares e é isso que eu abraço, porque acho muito importante ficar para Pernambuco. Por isso, estou formando crianças.”