Infância, família, crise dos refugiados, música, questões de gênero… São diversas as temáticas dos 75 filmes exibidos no festival, com entrada gratuita e censura livre em todas as sessões (com a ressalva de que os filmes estrangeiros estão legendados, não dublados). As quatro mostras competitivas, além da mostra infantil e da sessão acessível, contemplam curtas-metragens de 32 nacionalidades, entre eles os brasileiros Sai da lama, Jacaré (2017/PE), de Alexander Juruena e Jacaré Lima, que traz um olhar diferente sobre lixo e reciclagem; e a animação Cheiro de pitanga (2017/MG), de Jackson Abacatu, uma viagem de sensações em tons escarlates. Já o filme convidado neste ano é o longa Laika (2017), da República Tcheca, que reconta a história real da cachorrinha astronauta russa.
O filme convidado Laika será exibido na quinta (11/8). Foto: Divulgação
A tradição de prestigiar os grandes nomes da animação continua nesta edição, como confirma a jornalista Ana Farache, idealizadora e diretora do festival, em entrevista à Continente. Farache, amante da arte do stop motion, conta que sempre sentiu falta desta abordagem em festivais do Brasil e da América Latina, relembrando que o propósito do Brasil Stop Motion é trazer este universo para mais perto, de modo a divulgar a produção e a técnica de diretores e animadores, como Tim Allen, Walter Tounier, Barry Purves.
Neste ano, a homenagem do festival vai para o diretor russo Stanislav Sokolov, membro da Academia de Artes Cinematográficas da Rússia, um dos países pioneiros na produção de animações. O cineasta vem pela primeira vez ao Brasil para o lançamento de Hoffmaniada (2018), longa-metragem baseado nos contos fantásticos do escritor alemão E.T.A. Hoffmann, que durou mais de uma década para ser produzido. Além da participação na estreia do filme, que acontece na noite de abertura do festival nesta quarta (8/8), às 19h30, Stanislav Sokolov realizará uma master class na quinta (9/8), no Cinema da Fundaj (Derby), revelando o making off do filme e seu processo de criação em outras animações.
Outras oficinas e as master classes do Brasil Stop Motion 2018 também trazem mais referências do cinema de animação internacional e nacional. Os produtores cubanos Yohan Madrigal e Aramis Acosta darão uma oficina de roteiro e uma aula sobre o panorama do cinema de animação em Cuba, já a diretora pernambucana Duda Rodrigues apresenta, em uma oficina para iniciantes, conceitos introdutórios da técnica. Vale ressaltar que as oficinas já estão com inscrições esgotadas, mas as master classes não; é só chegar e assistir.
Todas as atividades e sessões do festival foram escolhidas cuidadosamente para que pessoas de todas as idades, estudantes, profissionais e cinéfilos possam apreciar a delicada arte do stop motion.