Edição #219

Março 19

Nesta edição

Rap, negritude, banditismo

No mês passado, publicamos uma entrevista de extrema lucidez histórica e social com o sociólogo Ricardo Antunes, professor do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp e membro fundador do Psol. Nesta edição, estamos de volta a São Paulo, desta vez, para conversar com o rapper Mano Brown. As motivações e as formas de expressão do professor e do artista são totalmente diferentes, mas um elemento – além do lugar de nascimento – os une: o olhar crítico à realidade. Sem o intelectualismo certeiro de Antunes, mas com vigor e alto poder de comunicação, sobretudo com o público negro e jovem, nesta entrevista, Brown fala da vida pessoal imbricada à profissional, nos 30 anos que vem dedicando ao movimento musical cuja matriz são o engajamento e a inquietação.

Um outro músico negro de grande empatia com a juventude foi o pernambucano Chico Science. Nesta edição, no mês em que Chico faria aniversário (53 anos), celebramos sua memória com o quadrinho Banditismo, que Jarbas Domingos preparou com exclusividade para a Continente, a partir da música Banditismo por uma questão de classe, de autoria da Nação Zumbi, e gravada no seminal Da lama ao caos (lançado em abril de 1994, há 25 anos).

Ao falarmos de artistas negros que encontram grande empatia com o público, podemos mencionar também neste número da revista a presença do carioca Maxwell Alexandre, cujo trabalho está apresentado na seção Portfólio. (Aliás, a jornalista Erika Muniz empreendeu em janeiro viagens ao Rio e São Paulo com as entrevistas com Brown e Maxwell agendadas.) Maxwell, que mora e mantém ateliê na Rocinha, constrói, em suas pinturas de grandes dimensões, crônicas de uma cidade em que se sobrepõem plasticidade e violência, respaldadas por uma iconografia que remonta à infância do artista.

Além desses e outros assuntos, agora em março, trazemos uma reportagem sobre a participação das mulheres na produção fílmica, temática que teve destaque curatorial na mais recente Berlinale, Festival de Cinema de Berlim, que pelo segundo ano consecutivo teve cobertura da Continente, com a participação da nossa repórter especial Luciana Veras, viabilizada através de uma parceria que mantemos com o Centro Cultural Brasil Alemanha (CCBA). São muitos bons assuntos a nos instigar, leitorxs! Acompanhem essa jornada!

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