Reportagem

Mentiras cabeludas

Depois que O agente secreto revelou ao mundo a “Perna Cabeluda”, que, nos anos 1970, foi publicada na imprensa pernambucana como se fosse verdade, vale relembrar outros delírios levados a sério por jornais brasileiros

TEXTO Mariana Filgueiras

25 de Novembro de 2025

Em 1958, o fotógrafo Almiro Baraúna teria registrado um disco voado no Espírito Santo

Em 1958, o fotógrafo Almiro Baraúna teria registrado um disco voado no Espírito Santo

Foto Reprodução

O sucesso do filme O agente secreto está fazendo o mundo inteiro descobrir uma das maiores lendas urbanas recifenses em linha reta: a Perna Cabeluda. Referência em cordeis, frevos, histórias em quadrinhos e no cancioneiro de Chico Science – “Galeguinho do Coque não tinha medo, não tinha/ Não tinha medo da perna cabeluda”, cantou ele no disco Da lama ao caos – a perna nada mais é do que isso mesmo: uma mentira cabeluda inventada por jornalistas durante a ditadura militar e que foi publicada como se verdade fosse.

Uma entidade moralista, sem corpo e sem muito critério, que correu nos anos 1970 atacando casais lascivos, e que reaparece em cenas surreais no filme de Kléber Mendonça Filho ajudando a reconstruir o clima de repressão delirante da ditadura militar. “Eu não sei se tem outra cidade onde histórias fantásticas apareceram no jornal como notícia”, escreveu o diretor nas suas redes sociais na semana de lançamento do longa-metragem que é o representante brasileiro na corrida do Oscar. Com o texto, Kleber publicou uma página real do Diario de Pernambuco do dia 1º de fevereiro de 1976 com a história dos ataques da “Perna Cabeluda”.

Pior que tem, Kleber. O hábito de jornais respeitados publicarem lendas urbanas como notícias verdadeiras não foi um surto só no Recife… Já aconteceu de um jornal sério validar vampiro em Natal, fantasma em Curitiba, disco voador no litoral do Espírito Santo e muitos lobisomens já ganharam as páginas policiais pelo Brasil. Depois de uma pesquisa minuciosa em acervos de periódicos brasileiros antigos – não tabloides de notícias satíricas, é importante deixar claro! – a Continente prova que não é de hoje que a imprensa brasileira tem uma queda por ‘fake news’ –  especialmente as mal-assombradas.

Anna Formiga, a Feiticeira de Curitiba (Diário da Tarde, 1899)

Essa é pra provar que a coisa toda começou cedo, ainda no século XIX. Fundado em 1899, o jornal paranaense Diário da Tarde, tinha uma coluna sobre “coisas que pareciam do diabo”. Chamava-se “Vitrine do Diabo” e era assinada pelo pseudônimo “Mefistófoles”, o aliado de Lúcifer. O slogan da coluna dizia que “o diabo não era tão feio quanto lhe pintavam” e reunia notícias com um quê de inexplicável. Tinha notícias corriqueiras, como a de um sujeito que escorregou e machucou a testa três vezes na mesma semana; ou um barbeiro que havia sido assassinado por um português chamado “Penteado”. Certa vez, a coluna cismou com uma imigrante escocesa que vivia em Curitiba e que se chamava Anna, apelidada de “Anna Formiga” por conta do seu quadril avantajado. O jornal a descrevia como “feiticeira” e dizia que ela tinha “relações com Satanaz, cuja vontade domina”. “É moradora à Rua Dr. Pedroza. Em noite passada, teve uma questão com um cabo do 13º regimento de cavallaria e jurou vingar-se”, dizia a nota do dia 8 de maio de 1899. A publicação afirmou que ela então lançou um feitiço contra o homem, cuja esposa adoeceu. Deixou no seu corredor um pires de sal, duas moedas de dez reis, e um coração de cera “enleado em retrós pardo”. Foi quando a polícia foi avisada.

Dias depois, sob o título “O caso da feiticeira” – e já entre as notícias principais do dia, fora da tal coluna do diabo – a nota dizia que uma pessoa respeitável havia procurado o jornal para relatar que encontrou diversos objetos estranhos na batente da sua janela – atribuindo as estranhezas à Anna Formiga e reforçando o mito da feitiçaria, com toda misoginia possível. “Encontrou na vidraça uma rã seca, que tinha presa à pernas uma rosa branca, e na boca uma cruz formada por dois pauzinhos. Ao canto da janela foi encontrado um bilhete escrito com tinta roxa, letra péssima e de mulher: ‘Sista, Pista, Rista, Xista: eu te encanto”. E assim Anna Formiga ficou marcada como “a feiticeira de Curitiba”, e o jornal jamais publicou qualquer errata sobre o caso.

A Loira Fantasma (Diário da Tarde, 1975)

Setenta e seis anos depois de inventar a feiticeira Anna Formiga, o mesmo jornal criou outra lenda urbana curitibana: a “Loira Fantasma”. No dia 20 de maio de 1975, uma figura feminina misteriosa teria tentado estrangular um taxista perto do Cemitério de Abranches, na capital paranaense, na presença de dois policiais. E não só o Diário da Tarde como outros jornais levaram a história a sério, com manchetes como: “Mulher fantasma tenta matar um chofer de táxi” (Tribuna do Paraná, 21/05/1975), “Loura quer vingar-se” (Diário do Paraná), “Mulher fantasma leva três tiros e desaparece” (Diário da Tarde).

O que aconteceu foi o seguinte, de acordo com o taxista Walmir Siqueira, a vítima da assombração: às duas horas da madrugada do dia 20 de maio de 1975, ele pegou uma passageira loira, usando joias, “muito bem trajada, vestida com um casaco de pele preto, de lindos dentes”. A passageira falou para Walmir tocar a corrida para o Cemitério do Abranches. Quando ele se virou para trás para perguntar qual rua exatamente, a mulher não estava mais no carro. Walmir ficou apavorado. Quando ameaçou retornar, a mulher apareceu no cruzamento de duas vias públicas próximo ao cemitério. Walmir tentou fugir, e a mulher desapareceu de novo. Desesperado, Walmir dirigiu até o Centro da cidade. No caminho, cruzou com uma viatura, contou aos policiais o que havia passado e eles decidiram ir atrás da mulher, fazendo a retaguarda do carro de Walmir até o cemitério. Lá chegando, a mulher teria feito sinal, dado uma gravata em Walmir sob os olhos incrédulos dos policiais. Um dos inspetores então deu três tiros na mulher. Toda ensanguentada, ela sorriu, e, mais uma vez, desapareceu. As manchas de sangue sumiram do carro e as marcas do projétil jamais foram encontradas. Petrificados, os policiais chamaram o delegado-titular, Aldemar Venâncio Martins, para a cena do crime. Lá, ele realizou uma minuciosa revista e não encontrou nada que justificasse a história. Apenas uma bala deflagrada. Walmir e os policiais passaram no teste de embriaguez, seis viaturas vasculharam a região, e nada foi encontrado. 

Mas a história ainda renderia dias a fio nos jornais e na boca do povo. A lenda da Loira Fantasma é uma das mais famosas da cidade e, assim como a pernambucana Perna Cabeluda, já virou história em quadrinhos, filme, peça de teatro e letra de músicas. Todo ano, na Zombie Walk que acontece em Curitiba, alguém aparece vestido de Loira Fantasma. Este ano, a lenda urbana completou 50 anos, ganhando retrospectiva do projeto Nossa Memória, da Câmara de Vereadores de Curitiba.

O Vampiro da Mãe Luiza (Diário de Natal, 1967)

Essa lenda ganhou manchetes garrafais do Diário de Natal (periódico integrante dos Diários Associados, assim como o Diario de Pernambuco) pela primeira vez no dia 6 de abril de 1967, e deu uma coça na polícia, que nunca elucidou o mito. De acordo com as notícias da época,  um vampiro começou a fazer aparições no Morro da Mãe Luiza, em Natal, mobilizando os investigadores. O tal vampiro costumava sair do seu esconderijo depois da meia-noite e parecia um grande morcego. “A polícia vai permanecer todas as noites em rondas contínuas na Praia do Meio”, alertava o jornal. A polícia permaneceu semanas a fio atrás do bichão, mas não capturou nada. Um mês depois, novo ataque do vampiro – que agora soltava grunhidos em noite de lua  – desmoralizava a polícia de novo, agora acossada não só pelo vampiro, mas pelos relatos desassossegados dos moradores do Alto do Juruá. O vampiro jamais foi preso.

O disco voador da Ilha Trindade (Revista Cruzeiro, 1958)

Esse é um dos casos que faria um editor de revista semanal sério pedir demissão. No dia 16 de janeiro de 1958, o fotógrafo Almiro Baraúna estava a bordo do navio-escola Almirante Saldanha, da Marinha do Brasil, na altura na Ilha Trindade, no Espírito Santo. Baraúna havia sido convidado para fotografar as pesquisas oceanográficas que a instituição realizava na embarcação. Em certo momento, alguns tripulantes garantiram terem visto luzes estranhas no céu, e pouco depois o motor do navio pifou três vezes seguidas. Baraúna afirmou ter fotografado uma nave discoide sobrevoando a ilha. O filme foi revelado às pressas na enfermaria do navio, improvisado como um laboratório fotográfico. No entanto, pouco se via nas fotos. Mesmo assim, tão logo o navio aportou, Baraúna vendeu suas fotografias à imprensa, que prontamente publicou as imagens. A primeira revista a acreditar na história foi O Cruzeiro.

A reportagem fabulosa acabou ganhando repercussão internacional, e o “Caso Baraúna” chegou a ser investigado pela Força Aérea Americana, que investigava seriamente aparições de OVNIs pelo mundo. Mas tudo não passava de um truque do fotógrafo para faturar alto com as imagens – logo na primeira análise séria, as imagens foram consideradas fraudulentas – o objeto não tinha sombra ao sol de meio-dia, hora em que Baraúna teria feito as fotografias. Mais de 50 anos depois, com o fotógrafo já morto, uma amiga sua, a publicitária Emília Bittencourt, chegou a contar em detalhes para a imprensa como Baraúna montou a foto colocando uma colher em cima da outra, e usando uma porta de geladeira como fundo.



A Casa Mal-Assombrada de Nilópolis  (Luta Democrática, 1956)

No dia 28 de novembro de 1956, o jornal Luta Democrática (fundado por Tenório Cavalcanti, o “homem da capa preta”) publicou uma história curiosa acontecida em Nilópolis, na Baixada Fluminense, região metropolitana do Rio de Janeiro: uma família formada por pai, mãe e duas crianças havia sido expulsa de casa por fantasmas e foram morar com o vizinho. A situação toda aconteceu bem no meio do almoço de domingo: enquanto a família levava o garfo à boca, todos sentados à mesa, os pratos começaram a girar como helicópteros e a mirar o teto. Lá de cima, os pratos caíam e se espatifavam no chão. Assustados, o operário Olavo Macêdo Costa; a mulher, Maria de Jesus Macedo Costa; e os dois filhos de 10 e 9 anos fugiram de casa. Alguns vizinhos foram até o local checar o que tinha acontecido e viram mais cenas de horror: pratos voando, panelas derrubadas, barulhos estranhos… Enquanto eles ainda tentavam encontrar alguma razão para o sinistro, uma vidraça explodiu e uma lata de sardinha caiu no meio da rua. Todos sairam correndo. A polícia foi chamada e testemunhou cenas semelhantes, mas saiu de lá sem qualquer explicação para o fenômeno. Quando a imprensa chegou, o dono da casa contou ao repórter que coisas estranhas já estavam acontecendo havia alguns dias, mas só quando as crianças estavam em casa. No dia anterior, haviam encontrado guimbas de cigarro e caixas de fósforo vazias no forro do teto, sem que houvesse nenhum fumante em casa.

De acordo com o pesquisador e pedagogo Hedjan Costa, escritor de terror e suspense (autor do livro Gótico Suburbano e Saia desta casa), que levantou essa história nas suas pesquisas para o livro, essas características “têm similaridades com outros casos de Poltergeist”, a exemplo do famoso caso Therese Selles, de 1911, publicado na revista francesa “La vie mysterieuse”, em que pratos também saíam pulando da pia. “‘Poltergeist’ é uma palavra alemã que quer dizer ‘fantasma barulhento’, e quando as pessoas notam fenômenos estranhos numa casa, culturalmente associam ao malassombro. Foi o que aconteceu na casa de Nilópolis, ao mesmo tempo que repele, atrai, desperta interesse no público. As pessoas transformaram o local num ponto de romaria, ainda existe a casa, e tiveram outras, houve uma em Bangu, também. O que acho interessante nessas reportagens é que aparece a figura da polícia, o que dá certa credibilidade à história”, afirma Hedjan. Até hoje o mistério da Casa Mal-Assombrada de Nilópolis segue sem explicação.

O Lobisomem Voador de Pitangui (O Independente, 2001) 

Se encontramos histórias no séculos XIX, elas seguem aparecendo no século XXI. Em maio de 2001, a cidadezinha de Pitangui, em Minas Gerais, amanheceu com uma chamada bizarra na capa do seu único jornal, O Independente: “Um lobisomem assustando no Santa Luzia”. Na página 7 do tabloide, a história completa, com o título surrealista “O lobisomem que podia voar”: o jornal dava conta que naquela semana os moradores do bairro de Santa Luzia tinham perseguido um lobisomem que batia asas e voava. 

Só que tudo não passava de uma brincadeira de um moleque de 14 anos, Moisés Navarro. Numa noite de lua cheia, ele avistou dois amigos conversando no final da rua e quis pregar uma peça nos colegas. Vestiu uma beca preta do seu pai, uma máscara peluda de carnaval, meias, luvas e uma capa com babados. “Eu adorava pregar peça nos outros, tudo era motivo para dar um susto nos outros”, conta Moisés, músico em Belo Horizonte. Quando chegou bem perto dos amigos vestido daquele jeito, Moisés quase matou um deles de susto – o jovem saiu gritando que tinha visto um lobisomem. O outro rapidamente subiu em um poste, correndo, apavorado, até que um motoqueiro passou na hora e também acreditou no suposto lobisomem que passara correndo. A notícia de que havia um lobisomem à solta em Pitangui começou a se espalhar no bairro. E uma multidão começou a perseguir o tal lobisomem, com pedras, pedaços de pau e até uma arma. Por baixo da máscara, Moisés morria de rir: “É bom demais fazer maldade…” Por conta dos babados da capa e dos movimentos que Moisés fazia correndo fantasiado com os braços de noite, as pessoas começaram a gritar: “O bicho voa! O bicho voa!”. Moisés conseguiu voltar e se esconder em casa, onde teve de ficar sem sair por uma semana, até que a vizinhança se acalmasse. A história foi detalhada por Moisés quase 25 anos depois, no programa “Que história é essa, Porchat?”, e até hoje o músico guarda o jornal com carinho.



O Lobisomem da Vila Rosali (Luta Democrática, 1971)

Se tem uma lenda urbana campeã entre todas as que emplacam nos jornais é a do lobisomem. Nesta pesquisa, encontramos histórias das mais diferentes cidades brasileiras, em variadas épocas. O autor Hedjan Costa explica que é importante não confundir, pois as palavras “lobisomem” e “vampiro” costumavam ser usadas pela crônica policial no início do século XX para se referir a certos tipos de criminosos, como os que praticavam violência sexual contra crianças. “A primeira referência que encontrei em jornais brasileiros a lobisomem como lobisomem mesmo, a menção mais antiga que encontrei foi uma do jornal Última Hora, de 1957, em relação a uma série de ataques que estavam acontecendo no bairro do Andaraí, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Um rapaz saiu de noite ao ouvir um barulho e ouviu um bicho estranho rondando o quintal, que andava de quatro, era muito peludo e uivava. No dia seguinte, ele contou para os vizinhos e a história se espalhou, inclusive porque foram encontrados animais ‘sem sangue’ pelo bairro. O jornal começa tratando o fato como a aparição de “um animal misterioso” e os moradores mesmo tratam de caçar o bicho. As histórias nunca têm um desfecho, essa acabou com a suspeita de que fosse uma onça”, detalha Hedjan, que, no entanto, destaca o caso que considera mais interessante, acontecido em 1971, o chamado “Ciclo do lobisomem da Vila Rosali”.

Em setembro de 1971, o jornal Luta Democrática começou a cobrir a história de um suposto lobisomem em São João de Meriti, no Rio de Janeiro, “com a  forma de um cachorro e o tamanho de um bezerro”, que começou a aparecer às sextas-feiras perto do Cemitério Israelita, na Vila Rosali, deixando um rastro de animais mortos e sem sangue. “Sai fogo das suas ventas e orelhas”, dizia a manchete do jornal. “Toda a cidade vive de calças na mão”. Na página 2, a história daquela primeira edição, a história foi recheada de detalhes e testemunhas que garantiam ter visto o animal. Os irmãos Constantino e Rubens Soares, motoristas de caminhão, chegaram a atirar no animal, tamanho susto que levaram na estrada; a dona de casa Maria de Lourdes Diogo disse que quase desmaiou quando atendeu a porta e viu o bichão à porta. Outros moradores relataram, sem qualquer contestação ou dúvida por parte dos repórteres, que havia dois cachorros na vizinhança, um preto e um marrom, e o lobisomem só aparecia quando ambos sumiam. De acordo com o jornal, ninguém mais saía de casa à meia-noite das sextas-feiras. E a cobertura durou dias e dias, sempre dando manchete ao caso. Quando moradores decidiram caçá-lo, quando a polícia decidiu prendê-lo, a cada aparição do suposto lobisomem, o jornal gastava espaço e tinta com a notícia.

E o que aconteceu foi que o lobisomem começou a ser visto em outros lugares, aumentando ainda mais a repercussão no periódico. Pior: começou a fazer milagres. Houve um alfaiate mudo, chamado Mateus da Silva Ferreira, que começou a falar depois que viu o tal lobisomem. Foi quando os programas de TV populares do Chacrinha e do Flávio Cavalcanti, que disputavam a mesma audiência, começou a competir para ver quem levava as testemunhas do lobisomem para contar a história na TV. “Vou botar o microfone na mão do mudo”, apressou-se Flávio Cavalcanti. “Foram diversas manchetes, a notícia mais importante do dia, reportagens de capa. Imagine você nos anos 70 ver um jornal pendurado na banca com uma manchete sobre um lobisomem à solta. Você compra o jornal, quer saber mais sobre aquilo”, salienta Hedjan – um morador chegou a ser baleado numa troca de tiros durante uma das muitas caçadas ao animal. Mais do que uma lenda urbana, o “ciclo do lobisomem” tornou-se uma novela urbana, pois a cada dia o jornal contava um capítulo da saga.

Uma coisa é certa: se essas histórias não tivessem sido levadas à sério em tantos jornais, não teríamos esse registro tão rico sobre o imaginário, as fantasias e os medos da época, lembra o autor, que está louco para ir ao cinema ver a Perna Cabeluda do filme O agente secreto: “Todas essas histórias nos revelam muito sobre a sociedade”.

MARIANA FILGUEIRAS, jornalista e roteirista

veja também

Alto do Moura: o idioma do barro

Imagens sonoras

Música cheia de malícia