Filme de Eryk Rocha ganha o Fest Aruanda 2024
"A Queda do Céu" venceu a categoria Melhor Longa-Metragem Nacional, no festival de cinema paraibano, que também premiou "Ainda não é amanhã", da pernambucana Milena Times, em cinco categorias
TEXTO Marcelo Abreu
16 de Dezembro de 2024
"A Queda do Céu", Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, foi o grande vencedor do festival
Foto Divulgação
O filme A queda do céu, de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha foi o principal vencedor do Fest Aruanda de 2024, realizado em João Pessoa, na Paraíba. A produção, que ganhou na categoria de Melhor Longa-Metragem Nacional e Melhor Som, narra rituais religiosos indígenas no estado de Roraima a partir do depoimento do líder yanomami Davi Kopenawa.
Entre os outros filmes com mais de uma premiação no festival, está Baby, de Marcelo Caetano, que ganhou como Melhor Fotografia, Trilha Sonora, Figurino, Direção de Arte, Roteiro e também o prêmio de Melhor Ator, divido por João Pedro Mariano e Ricardo Teodoro. Marianna Brennand ganhou como Melhor Diretora pelo filme Manas. E Lispectorante, da pernambucana Renata Pinheiro, levou o prêmio de Melhor Atriz (Marcelia Cartaxo) e Ator Coadjuvante (Pedro Wagner). Na categoria melhor curta-metragem na mostra nacional, o vencedor foi o filme Helena de Guaratiba, da carioca Karen Black.
Na mostra “Sob o céu nordestino”, que exibe filmes feitos na região, a grande vencedora foi a produção recifense Ainda não é amanhã, da pernambucana Milena Times, que venceu também nas categorias de Direção, Direção de Arte, Figurino, Fotografia, Atriz (Mayara Santos) e Atriz Coadjuvante (Bárbara Vitória). No júri popular, venceu Quem é essa mulher?, da baiana Mariana Jaspe.
Este ano o Fest Aruanda exibiu 74 filmes, entre longas e curtas (de ficção e documentários). Teve destaque também uma mostra competitiva de curtas internacionais, feitos por realizadores jovens de países como China, Portugal e Estados Unidos.
A destacar também as homenagens ao documentarista paraibano Vladimir Carvalho, que morreu em outubro passado, e uma pequena retrospectiva dedicada a ele, com a exibição dos longas Rock Brasília – Era de ouro (2011), O engenho de Zé Lins (2007), e dos curtas A bolandeira (1968) e A pedra da riqueza (1975).
Um dos eventos do festival que mais atraiu o púbico foi a mesa redonda “Desvendando os caminhos da música e o ofício de interpretar”, na qual o cantor Ney Matogrosso conversou com a atriz Camila Morgado. Com participação destacada em cerca de 20 filmes (entre longas e curtas), o artista disse que, ao contrário de quando canta, não tem uma técnica para atuar. “Eu vou no instinto. A gente fica na mão do diretor”.
Para 2025, quando o Fest Aruanda completará 20 anos, o fundador e curador Lúcio Vilar anunciou o incremento da plataforma digital Aruandaplay. Criada durante a pandemia para ajudar na realização remota do festival, a plataforma passa a ser “uma janela a mais de exibição para filmes que, de outro modo, ficariam muitas vezes restritos apenas às salas de festivais”, disse Vilar. O acesso à plataforma é gratuito.
MARCELO ABREU, jornalista e autor de livros de viagens.