[disco] Sibilina

Difícil de entender, obscura, pouco luminosa. Sibilina, adjetivo que caracteriza algo misterioso, também dá nome ao segundo álbum do músico paulistano Cacá Machado, considerado um dos melhores discos de 2018. A enigmática sonoridade já proposta pelo título da produção surpreende a cada vez que as músicas são ouvidas e percebidas. Instrumentos de sopro, efeitos sonoros modernos para o baixo e para os arranjos de guitarra, e mesmo o uso do vibrafone dão corpo à poesia cantada por Cacá. Em 10 canções, ele se assume como intérprete e leva sua trajetória acadêmica como professor de História da Música da Unicamp para o universo da criação musical. Sibilina mistura diferentes gêneros e ritmos brasileiros, que são embalados por valiosas parcerias, tanto em composições, quanto em interpretações: as letras do jornalista Vadim Niktin e as vozes do cantor Mateus Aleluia, dos Tincoãs, e da pernambucana Alessandra Leão já valem a escuta.