Entrevista

"Senti que eu podia fazer o que queria com minha música"

Indicada pela terceira vez ao Grammy, a intérprete, compositora e arranjadora norte-americana Jazzmeia Horn conversa sobre a força da música em sua vida

TEXTO Márcio Bastos

26 de Novembro de 2021

Jazzmeia Horn tem 30 anos, três discos lançados e um livro

Jazzmeia Horn tem 30 anos, três discos lançados e um livro

Fotos Drew Bordeaux/Divulgação

[conteúdo exclusivo Continente Online] 

O amor é parte central da obra da estadunidense Jazzmeia Horn. Para a musicista de 30 anos, o sentimento conecta diferentes aspectos da experiência humana, das relações interpessoais à construção de identidades comunitárias. Essa temática atravessa seus dois primeiros álbuns, A social call (2017), que aborda temas ligados às experiências da população negra nos EUA, e Love and liberation (2019), um mergulho mais introspectivo nas políticas dos relacionamentos interpessoais. Por esses trabalhos, ela foi indicada duas vezes ao Grammy na categoria Melhor Álbum de Jazz Vocal. 

Nesses trabalhos de estreia, a artista já demonstrava a versatilidade de sua voz e seu talento para a composição, tendo os instrumentais executados nos formatos de trio ou quarteto, modelo mais usual para os artistas de jazz. Jazzmeia, no entanto, queria gravar um álbum com uma big band (quando há mais de 12 músicos na banda), o que não é usual para alguém de sua idade. Em geral, discos assim costumam ser viabilizados após muitos anos de estrada, devido ao seu alto custo. 

Mesmo antes da pandemia da Covid-19 eclodir em 2020, Jazzmeia já se dedicava ao desenvolvimento do projeto, ainda que, inicialmente, apenas em sua cabeça. Aos poucos, ia criando arranjos musicais, melodias e visualizando a sonoridade de cada instrumento. Ao apresentar o plano para sua gravadora, recebeu uma negativa quanto à viabilidade do projeto, mas, ao invés de desanimar, ela reforçou sua convicção de que este era o caminho a se seguir naquele momento. 

Considerada um dos nomes mais celebrados do jazz contemporâneo, já tendo ganho os prestigiados prêmios Thelonious Monk International Jazz Vocal Competition, Sarah Vaughan International Jazz Vocal Competition e NAACP Image Award, ela utilizou o isolamento social provocado pelo coronavírus para criar. Sem poder fazer shows, decidiu finalizar um livro que vinha escrevendo, intitulado Strive from within, e dar aulas online. Com o dinheiro arrecadado, começou a executar o projeto. 

Sua persistência resultou no álbum Dear love, no qual aprofunda sua visão sobre as políticas do amor, a partir de uma poética que interseccionaliza gênero, raça, classe e espiritualidade. Lançado de forma independente através de sua própria gravadora, a Empress Legacy Records, o trabalho ressalta a criatividade pulsante de Jazzmeia como intérprete, compositora e arranjadora. Ela produziu todo o disco, cuja sonoridade coloca o jazz em diálogo com outras expressões artísticas, como hip hop, R&B, gospel, pop e outros, e explorou com mais intensidade uma de suas paixões, a poesia, que entrecorta todo o álbum. 

Sua big band ganhou o nome de Her Noble Force e reúne Keith Brown (piano), Eric Wheeler (baixo), Anwar Marshall (bateria), Bruce Williams (sax alto), Keith Loftis e Anthony Ware (sax tenor), Jason Marshall (sax barítono), Freddie Hendrix, Bruce Harris e Josh Evans (trompete); Dion Tucker, Cory Wilco, Max Seigel (trombone), Tia Allen (viola), Chiara Fasi e Eddie Findiesen (violino); Dara Hankins (cello), Khalil Bell (percussão) e Sullivan Fortner (órgão e direção musical). A mixagem e masterização são assinadas por Kastushico Naito. 

Em entrevista à Continente, a cantora e compositora falou sobre a importância de criar o álbum, os caminhos percorridos como uma artista jovem – negra e mãe – e como a música é sua força-motriz. No fechamento deste conteúdo, soubemos da notícia de que justamente Dear love havia sido indicado ao Grammy 2022 na categoria Best Large Jazz Ensemble Album (Melhor Álbum de Grupo de Jazz). Essa é a terceira indicação ao prêmio da jovem artista. 


CONTINENTE Primeiramente, como você está? E de que formas a pandemia, neste último ano e meio, afetou sua produção e criatividade?
JAZZMEIA HORN Tem sido de altos e baixos. Alguns dias sinto que estou no topo do mundo e, em outros, abaixo dele. Mas estou feliz, meus filhos estão bem. Estou ensinando bem mais, em vez de estar viajando (para fazer shows). Terminei um livro no qual estava trabalhando há algum tempo, o que foi bom. Aproveitei esse tempo para passar mais tempo com minhas crianças e escrevendo, fazendo arranjos e compondo. Apesar de não poder viajar, tem sido muito bom. 

CONTINENTE Que bom, porque algumas pessoas, por conta da pressão da pandemia, sentiram que não conseguiam produzir. Para você, foi o contrário. O álbum Dear love foi criado durante a pandemia?
JAZZMEIA HORN Sim. Em março (de 2020), percebi que não iria para lugar nenhum (por conta da pandemia). Eu estava lendo e escrevendo muito e estava pronta para voltar para a estrada, mas, pouco a pouco, as coisas continuavam sendo canceladas. Então me perguntei: “Como vai ser se ficarmos assim pelos próximos dois ou três anos? O que eu vou fazer? Eu ainda precisarei ganhar dinheiro”. Então, decidi terminar o livro (Strive from within), o que fiz em maio – e lancei em agosto. Em setembro, 400 pessoas já tinham comprado o livro. Fiquei muito grata porque foi um montante de dinheiro importante para que eu pudesse alimentar meus filhos e fazer as outras coisas que eu precisava. Dessas pessoas, 250 pessoas perguntaram se poderiam ter aulas particulares comigo. Fiquei muito agradecida, mas, ao mesmo tempo, pensei: “Como vou fazer isso?”. Achei uma plataforma online e criei um curso. Ensinei de setembro até janeiro (de 2021) e acabei dando aulas para 600 alunos. Durante este tempo, eu também estava trabalhando com música, em geral.

Quando eu estava na estrada, muitas das músicas que estão agora no meu álbum com a big band, nós apresentávamos como um trio. Já trabalhei com tantas orquestras diferentes e pensei como seria interessante ter meu próprio álbum de big band. Falei com Dee Dee Bridgewater, Dianne Reeves, Gregory Porter e todos esperaram até um estágio mais avançado da carreira, quando tinham por volta de 40 anos, para gravarem com big bands. Eu decidi que não queria isso para a minha carreira. Ninguém iria me dizer para esperar até ter 40 anos (risos). Então, comecei a escrever músicas para big bands. Fui até minha gravadora, antes da pandemia, e disse que queria fazer esse projeto. Depois que Love & liberation saiu, reuni as músicas para o disco e eles disseram que não tinham dinheiro para o projeto. Eles ofereceram fazer outro disco com um trio, mas eu não quis. Eu já tinha escrito as músicas, tudo estava pronto. Então, saí da companhia porque eles não entendiam aquilo que eu queria fazer em termos criativos.

Procurei várias gravadoras e todos disseram que, por conta da pandemia, eles não tinham o orçamento. Então eu disse: “Bem, estou ensinando esses cursos, vou ensinar mais, vou promovê-los mais e ver quantos estudantes eu consigo”. E assim eu consegui mais mil alunos. Decidi que, como não estou fazendo shows, essa seria a forma de conseguir meu sustento e gravar o álbum. 

CONTINENTE Então todo o projeto foi realizado de forma independente?
JAZZMEIA HORN Sim. Da divulgação aos músicos, o engenheiro de som, pagar pelo estúdio de gravação, de ensaio, pelas artes gráficas, pelo estrategista de mídias sociais – literalmente tudo foi feito a partir das vendas do meu livro e do meu curso.

CONTINENTE O quão diferente foi esse processo? Porque imagino que ter o apoio de uma gravadora tem suas vantagens, mas, ao mesmo tempo, você precisa abrir mão de algumas coisas. Nesse caso, você conseguiu fazer tudo de acordo com sua visão, correto?
JAZZMEIA HORN Sempre que eu estava trabalhando com músicos, eu dizia a eles que a gravadora queria isso, ou que eles conseguiram aquilo para mim, eles sempre falavam que precisavam de mais dinheiro. Mas quando comecei a fazer as coisas de forma independente, o que quer que eu precisasse, muitas pessoas estavam dispostas a ajudar. Elas diziam: “Porque você é uma mãe, uma mulher, sei que vai ser difícil para você de qualquer forma, me diga o que eu posso fazer” (a cantora se emociona e segura as lágrimas). Fico sem palavras. Todos foram tão gentis, o engenheiro, as pessoas do estúdio. Não tive problemas. Quando eu trabalhava com a gravadora, eu tinha que brigar por tudo. Dessa vez, não tive pressão, foi tudo muito suave. A parte mais difícil foi escrever a música. Nunca experienciei esse tipo de apoio antes, com exceção da minha família. E todos (os profissionais envolvidos) eram homens – e é difícil para uma mulher conseguir apoio dos homens. Quando uma mulher diz que quer fazer algo, os homens menosprezam. Mas, nesse caso, todo mundo me apoiou e disse que o que eu quisesse fazer seria feito. Senti que eu podia fazer o que queria com minha música, quando, com a gravadora, eles diziam que as pessoas não queriam ouvir minha poesia. Dessa vez, eu decidi que iria compartilhar tudo que eu tinha e dar tudo que eu tinha para dar. Estou muito feliz. 

CONTINENTE Você comentou como foi difícil o processo de escrever as músicas para uma big band. Você já tinha tudo pronto antes da pandemia ou durante este período você também trabalhou na construção das músicas?
JAZZMEIA HORN Os arranjos viviam na minha cabeça desde antes da pandemia. Eu ficava pensando onde eles se encaixavam (começa a cantarolar melodias emulando instrumentos). Toda essa organização veio depois de tocar incansavelmente. Uma vez que estava claro na minha cabeça, era só uma questão de como concretizá-la. Se a pandemia não tivesse acontecido, provavelmente eu faria outro álbum de trio porque eu nunca tinha tempo de realmente sentar e escrever. Com a pandemia, eu passava dois ou três dias da semana com a música e só fazia quando eu sentia que era hora. Não tinha pressão para terminar. 

CONTINENTE Em relação ao álbum, ele parece ser atravessado por diferentes facetas do amor, não só a romântica, e sua complexidade. Você pode comentar um pouco sobre essa relação do sentimento, nas letras e na música?
JAZZMEIA HORN Tudo isso é uma extensão de quem eu sou. Quando eu digo Dear love (Querido amor, em português), é para minha mãe, meu pai, minhas crianças, minha família e também para o meu companheiro. Você ouve canções como Let us (take our time) e Love come back to me, e ainda tem essa essência romântica. E você também tem canções como Strive to be, Where’s freedom!? e Where we are, e elas falam do meu amor pela minha comunidade. Nia é uma música sobre propósito. Na comunidade afro-americana, alguns de nós celebramos o Kwanzaa, que é logo depois do Natal, quando passamos sete dias com sete princípios diferentes. Entre eles, está Nia, que é um dia voltado para o propósito, para aquilo que você tem feito pela sua comunidade. Às vezes, eu me pergunto se estou vivendo o meu propósito, se essa arte que estou criando é em vão, e, às vezes, sinto que vivo o meu propósito divino. Eu luto com isso às vezes e queria dividir isso com as pessoas que me veem em um show, no Grammy, mas continuo um ser humano. Por isso é Dear love, porque não é só para o meu companheiro. O amor tem tantas facetas e isso está refletido em como esse disco é eclético. Você pode ouvir vários estilos como gospel, hip hop, R&B, pop, rock e até heavy metal. Queria mostrar minha versatilidade e meu alcance. São várias camadas. É como uma mulher que já é naturalmente linda com sua pele e cabelos naturais e quando ela põe um vestido ou maquiagem, é só um embelezamento do que ela já é. É assim que vejo esse disco. Você já me ouviu falar sobre causas sociais, sabe que eu sou uma ativista, que sou pelo povo, que eu posso fazer arranjos e improvisar, mas você nunca me ouviu fazendo um álbum de big band, nem esses poemas. Eu queria dividir todos esses diferentes elementos. 

CONTINENTE Como ouvinte, esse seu objetivo se transpôs para o disco, que fala muito sobre a complexidade da experiência humana. Como você disse, são várias camadas que se complementam: sua voz nunca sobressai as letras ou os arranjos. Você estava falando sobre como esse álbum fala sobre propósito. Em relação ao seu, quando soube que queria ser uma artista e trabalhar com música?
JAZZMEIA HORN Quando eu tinha três anos, meus pais disseram que eu tinha que fazer algo (relacionado à arte). Cresci na igreja, meu pai e meu avô eram pastores evangélicos. Minha mãe era cantora no coral e minha avó tocava piano. Meu pai também tocava bateria e órgão. Então, todo mundo era envolvido na igreja e eles me perguntaram se eu queria cantar, tocar um instrumento, mas tinha que fazer algo por Deus. Minha mãe cantava, então foi fácil para mim ficar ao lado dela e cantar também. Eles sempre disseram que eu seria uma cantora. Ninguém jamais pensou que eu seria uma dançarina, atriz, médica ou advogada. Durante a escola, eu estava em todo coral, teatro musical, qualquer coisa com música. E, quando cheguei ao ensino médio, foi quando eu descobri o jazz. Quando eu tinha 14 anos, decidi que seria uma musicista profissional. Do momento em que eu tomei essa decisão até agora, sempre me mantive focada em fazer isso acontecer, não importa o que acontecesse. 


Love and liberation (2019) é um mergulho mais introspectivo
nas políticas dos relacionamentos interpessoais


CONTINENTE Sua família te incentivou desde cedo a se envolver com a música. Você faz o mesmo com as suas filhas? Elas têm interesse pela arte?
JAZZMEIA HORN Meu Deus, sim. Elas já estão compondo suas próprias músicas. Elas não sabem como escrever porque têm seis e quatro anos, mas elas cantam e começam a me dizer como elas querem (os arranjos). Elas são ainda mais avançadas do que eu quando tinha a idade delas. Elas estão me mostrando a paixão delas pela música. Não vou forçar nada, vou cultivar o que quer que elas queiram ser, mas estou feliz que estejam demonstrando essa vontade de serem artistas. 

CONTINENTE Seu livro Strive from within aborda suas experiências como artista e o processo de criação de Love & liberation. Nele, você fala sobre os quatro elementos de foco. Poderia descrever um pouco sobre o que são eles?
JAZZMEIA HORN Os quatro elementos de foco são os principais recursos que eu acho que um cantor precisa ter. Quando comecei a escrever o livro, tinha acabado de me formar na faculdade e havia vários “buracos” no meu aprendizado. Ninguém me ensinou sobre presença de palco, composição de música e certas coisas que eu achava que deveria ter aprendido na faculdade e não aprendi. Então, escrevi um livro sobre elas para ajudar os outros. Os quatro elementos são: primeiro, a arte de contar histórias; segundo, cantar suas próprias músicas; terceiro, meu palco é meu altar; e quarto, todo mundo tem um estilo. Em meus 14 anos de estudos intensos e experiência como uma performer, musicista e educadora, eu identifiquei estratégias importantes, que é o que [os quatro elementos de foco] são e nas quais foquei minha energia. O que, também, me separou dos meus colegas e me ajudou no meu sucesso como uma artista dinâmica. E na preparação dos vários altos e baixos da jornada natural da vida, essas estratégias específicas me permitiram me apresentar confortavelmente dentro de mim, independente da minha raça, identidade, classe, meu gênero ou minhas visões políticas dentro da sociedade. Esses quatro elementos trazem à tona algo diferente e quando você entende como utilizá-los no palco, isso ajuda a realizar uma performance melhor. 

CONTINENTE Sua música também tem uma forte consciência política. O que você pensa sobre a situação política nos Estados Unidos neste momento? Sente-se mais esperançosa?
JAZZMEIA HORN Sou uma mulher negra no mundo, esta é minha consciência política. Nasci na política. Do momento em que nasci, as pessoas já tinham essas ideias pré-concebidas de quem eu deveria ser enquanto mulher negra. Não estou tentando ser política, é apenas uma parte da minha realidade, que é a de que meu criador me fez uma mulher negra. Não importa onde eu esteja, nos EUA, no Brasil, no México, na China, na Ásia, na Europa, não importa onde, as pessoas me veem primeiro como uma mulher negra do que como uma musicista. Essa é minha situação política, não só nos Estados Unidos, mas em qualquer lugar. Se me sinto esperançosa? Bem, eu sinto vontade de criar música. E a razão pela qual eu crio música é para que as pessoas possam só apreciar a música, não importa quais são seus preconceitos sobre qualquer pessoa ou alguém que se parece comigo. 


Seu primeiro disco, de 2017, aborda temas ligados às experiências da população negra nos EUA

CONTINENTE Além disso, você tem uma forte ligação com a literatura, expressa em Dear love por meio da poesia. Quais são suas principais influências nessa área e como isso incide sobre a sua arte?
JAZZMEIA HORN Amo poesia e sou inspirada por Meshell Ndegeocello, Nina Simone, Langston Hughes, Maya Angelou e por muitos escritores, como Angela Davis, Frances Cress Welsing. Sou inspirada a escrever minhas ideias, pensamentos, sentimentos. A poesia em Dear love é composta de cartas que escrevi para os meus amores – aqueles que já estão na minha vida e aqueles que ainda estarão, como o meu amado. Estou escrevendo essas letras para o meu amado na esperança de manifestá-lo para mim porque ainda não o conheci. E também tem as minhas cartas para a minha comunidade, que anseia por ser livre, e há cartas para minhas filhas, para o mundo. A intenção é fazer com que as pessoas parem e pensem por um momento. Espero conseguir fazer isso.

CONTINENTE A indústria da música está passando por muitas mudanças, mesmo antes da pandemia. Você fez algum show desde o início de toda essa crise sanitária? Se sim, como foi sua experiência e como você vê essas mudanças que estão acontecendo no negócio, como os streamings, mais shows sendo veiculados na internet, por exemplo?
JAZZMEIA HORN No final de 2020, comecei a transmitir meus shows e isso deu muito certo. Não imaginava que era algo que eu podia fazer e foi muito divertido criar meu próprio show e utilizar minha sala de estar, com pessoas de todo o mundo assistindo. Não tenho cem por centro de certeza de como as coisas vão mudar na indústria, mas não importa o que aconteça, meu negócio é continuar a criar música – e eu continuarei fazendo isso.

MÁRCIO BASTOS, jornalista e mestrando em Comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

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