Grammy 2017

Três homens lideram a lista de mais indicados para as categorias da 60ª edição do Grammy Awards, sendo o rapper Jay-Z o mais contemplado, com oito indicações, seguido por Kendrick Lamar e Bruno Mars, cada qual com sete e seis indicações. É a primeira vez que artistas negros são contemplados em maioria na premiação, especialmente a mais importante da noite, a de álbum do ano, em que quatro dos cinco são negros. Talvez, um reflexo das críticas que a academia sofreu na premiação anterior, quando Adele levou todos os prêmios principais, deixando o importante Lemonade, de Beyoncé, quase no esquecimento nas categorias em que concorreu. Sendo a noite mais celebrada da música e a maior premiação da indústria fonográfica no mundo, o Grammy acontece no dia 28 de janeiro de 2018.

Importantes produções femininas também estão na lista. Entre elas, destaca-se o Praying, da cantora Kesha, que nos últimos anos enfrentou processos judiciais contra seu produtor principal, Dr. Luke, acusado por ela de abusos físicos e psicológicos. Um álbum denso, diferente de todas as produções comerciais já lançadas pela intérprete de Tik tok, talvez seu álbum mais verdadeiro do ponto de vista artístico, indicado nas categorias de melhor performance de pop e melhor álbum pop com vocal. Outras artistas, como P!nk, Lana Del Rey e Lady Gaga também tiveram seus recentes trabalhos reconhecidos pela academia.

Na verdade, ainda que a aura de notoriedade em volta do Grammy permança e a premiação não tenha perdido sua importância para o mundo da música, seja para o público, os artistas e o mercado, a sensação que se tem – observando as atuais indicações e algumas dos anos anteriores – é que os votantes estão cada vez mais abertos para músicas que, de um ponto de vista franco, só foram indicadas porque fizeram um enorme sucesso nas paradas musicais. Despacito, por exemplo – um grande hit de Luis Fonsi, Daddy Yankee e Justin Bieber – foi indicada na categoria de gravação do ano, cujo critério de avaliação geralmente diz não considerar os sucessos comerciais e midiáticos na música, de acordo com a The Recording Academy. Aí é que faz falta, por exemplo, canções mais autênticas, talvez uma outra indicação para Kesha, por exemplo, ou uma outra para Lush for life, de Lana Del Rey.

Todos os indicados podem ser conferidos no site do Grammy. Abaixo, os indicados nas principais categorias:

Gravação do ano
Redbone, de Childish Gambino
Despacito (Remix), de Luis Fonsi & Daddy Yankee feat. Justin Bieber
The story of O.J., de JAY-Z
Humble., de Kendrick Lamar
24K magic, de Bruno Mars

Álbum do ano
Awaken, my love!, de Childish Gambino
4:44, de JAY-Z
DAMN., de Kendrick Lamar
Melodrama, de Lorde
24K magic, de Bruno Mars

Música do ano
Despacito (Remix), de Luis Fonsi & Daddy Yankee feat. Justin Bieber
4:44 — JAY-Z
Issues, de Julia Michaels
1-800-273-8255, de Logic feat. Alessia Cara & Khalid
That’s what I like, de Bruno Mars

Melhor novo artista
Alessia Cara
Khalid
Lil Uzi Vert
Julia Michaels
SZA

Melhor performance de pop
Love so soft, de Kelly Clarkson
Praying, de Kesha
Million reasons, de Lady Gaga
What about us, de P!nk
Shape of you, de Ed Sheeran

Melhor performance de duo ou grupo
Something just like this, de The Chainsmokers & Coldplay
Despacito, de Luis Fonsi & Daddy Yankee Featuring Justin Bieber
Thunder, de Imagine Dragons
Feel it still, de Portugal. The Man
Stay, de Zedd & Alessia Cara

Melhor álbum de pop tradicional
Nobody but me (Deluxe Version), de Michael Bublé
Triplicate, de Bob Dylan
In full swing, de Seth MacFarlane
Wonderland, de Sarah McLachlan
Tony Bennett celebrates 90

Melhor álbum de pop com vocal
Kaleidoscope EP, de Coldplay
Lust for life, de Lana Del Rey
Evolve, de Imagine Dragons
Rainbow, de Kesha
Joanne, de Lady Gaga

Melhor música rock
Atlas, rise!, de Metallica
Blood In the cut, de K.Flay
Go to war, de Nothing More
Run, de Foo Fighters
The stage, de Avenged Sevenfold