Curtas

Festival Animage 2021

A 11° edição da mostra de cinema de animação acontece pela primeira de forma virtual. Mais de 60 filmes estão disponíveis até o dia 28 de março

TEXTO João Rêgo

19 de Março de 2021

Longa 'Dilili em Paris' é um dos destaques do festival

Longa 'Dilili em Paris' é um dos destaques do festival

IMAGEM DIVULGAÇÃO

[conteúdo exclusivo Continente Online]

Luz, câmera e imaginação. Se a pandemia limitou nossos horizontes físicos, não há lugar melhor do que o cinema de animação para se aventurar em novos mundos. Fluxos de criação, imprevisibilidade de composições, mas também temas efervescentes são algumas das características que vão guiar a programação da 11º edição do Animage, a primeira em formato virtual. 

Lá em 2019, quando comemorava dez anos de existência, o festival não podia prever que um ano depois seus principais palcos, o Cinema São Luiz e as salas do Cinema da Fundação, no Recife, estariam fechados. A edição de 2020 não conseguiu sair do papel. “Nós achamos que esse ano as coisas estariam mais resolvidas, mas é que todos estão vendo, houve uma piora”, explica Antonio Gutierrez, idealizador do festival. 

De volta após um ano, o Animage agora aposta nas possibilidades do mundo digital para expandir a capilaridade das suas atividades. Entre 19 e 28 de março, mais de 60 filmes, incluindo longas e curtas-metragens de animação, ficarão disponíveis gratuitamente no site oficial do evento, durante 24 horas, em dias diferentes. No total, a seleção engloba a produção cinematográfica de 25 países.

“Olhando pelo lado da função do festival, a gente conseguiu fazer uma programação muito representativa. Então ele tem a função de levar um pouco de alento para as pessoas, com temas interessantes, diversão, entretenimento, mas também a parte de formação”, justifica Gutie. “Perdemos a tela grande, aquela coisa da celebração no São Luiz e Fundaj. Mas por outro lado, esse conteúdo consegue chegar para mais gente”.

curta-metragem tailor
O curta Tailor, o filme, de Calí dos Anjos e Bia Medeiros, narra a história do cartunista transgênero Orlando Tailor. Imagem: Divulgação

Para catalogar todas as obras, a curadoria as dividiu em oito mostras com eixos temáticos. Dedicada à garotada, foram separadas duas: Mundos mágicos e Pequenas histórias. Esta última reúne filmes protagonizados por crianças de diferentes culturas, da África do Sul até a Argentina.

O público adulto foi contemplado com seis mostras, que agrupam os curtas mais por semelhança temática do que por abordagem estética. São elas Nas Profundezas; Humanas Relações; Estranhamentos; Planeta em Transe; Amor, Suingue e Simpatia; e Pernambuco Animando para o Mundo, uma seleção com seis trabalhos de animação realizados por pernambucanos.

Como nas outras edições, o Animage exibe dois longas-metragens internacionais. Um deles é o soturno Psiconautas: Los Niños Olvidados, dos espanhóis Alberto Vázquez & Pedro Rivero, que narra a aventura de Birdboy e Dinki contra uma catástrofe ecológica que assola suas terras – um importante subtexto para os tempos atuais.

O segundo longa, e grande destaque da programação, é Dilili em Paris, do francês Michel Ocelot, responsável por obras como Kiriku e a feiticeira (sucesso, principalmente, no Brasil), Azur e Asmar e uma parceria com a cantora Björk para o videoclipe de Earth intruders. Em seu novo filme, Ocelot narra a história de uma jovem negra, Dilili, que é levada a desvendar os misteriosos por trás de sequestros de várias meninas na cidade de Paris.

Seguindo sua tradição de fomento à produção local, o Animage também oferece uma gama de atividades formativas. Serão realizados dois painéis, com os temas Produção de Longas de Animação e Documentários em Animação, ambos com mediação de Júlio Cavani. Ainda serão ofertadas duas masterclasses, com dois importantes realizadores da animação brasileira: Wesley Rodrigues e Aída Queiroz, animadora, professora, pesquisadora e diretora do Anima Mundi. Tanto os painéis quanto as masterclasses oferecem tradução para Libras.

A edição é uma realização da Rec-Beat Produções com apoio da Cepe - Companhia Editora de Pernambuco, Revista Continente, e Patrocínio da Lei Aldir Blanc através da Fundarpe, Secretaria de Cultura e Governo do Estado de Pernambuco, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.

JOÃO RÊGO é jornalista em formação pela Unicap e repórter estagiário da Continente

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