ANIMAGE chega à sua 13ª edição
Festival de animação oferece programação gratuita, entre 3 e 8 de outubro
TEXTO Paula Passos
02 de Outubro de 2023
'Le Petit Nicolas', de Amandine Fredon e Benjamin Massoubre
Imagem Divulgação/ANIMAGE
De 3 a 8 de outubro, o Recife recebe a 13ª edição do ANIMAGE – Festival Internacional de Animação de Pernambuco, que ocupa as salas de cinema do Teatro do Parque, Cinema da Fundação Derby e Cinema da Universidade Federal de Pernambuco. A programação é gratuita e exibe filmes para todas as idades.
Neste ano, o Festival recebeu mais de 1.700 inscrições. Desse total, 135 obras foram selecionadas: sete filmes em longa-metragem e 128 em curtas-metragens. A edição também oferece ao público masterclasses e bate-papos com realizadores(as) do Brasil e do exterior.
Julio Cavani, curador dos longas-metragens e da Mostra Competitiva de Curtas, explicou à Continente quais critérios foram utilizados para filtrar os trabalhos: “a gente valorizou muito a originalidade e a autoralidade dos filmes, como filmes pessoais que são expressões poéticas dos artistas. Também observamos o conteúdo e as mensagens passadas por eles”, explica.
Bizarros peixes das fossas abissais (2023), dirigido por Marcelo Marão. Divulgação/ANIMAGE
A abertura do ANIMAGE será com o longa-metragem brasileiro Bizarros peixes das fossas abissais (2023), dirigido por Marcelo Marão, que será exibido pela primeira vez no Brasil. No seu longa, Marão conta a história de uma heroína que tem o superpoder de metamorfosear seus glúteos em um feroz e imenso gorila, capaz de aniquilar os malfeitores. Isso tudo com a ajuda de uma tartaruga e uma nuvem.
Bizarros peixes das fossas abissais navega entre o humor absurdo e cenas de ação exageradas e impossíveis. No elenco de voz, estão Natália Lage e Guilherme Briggs. O diretor participa do festival junto com sua equipe e terá uma mostra especial para exibir seus curtas-metragens. Além dele, Ciranda feiticeira, de Lula Gonzaga, pioneiro do cinema de animação no estado, está na grade da programação do primeiro dia. A trilha sonora do curta-metragem é assinada pela cantora Lia de Itamaracá. De Pernambuco, temos na Mostra Competitiva de Curtas: Depois do sonho, de Ayodê França (2023) e Quando o infinito chega ao fim, de Thiago Pombo (2022).
Além de cineastas brasileiros (28 trabalhos selecionados são daqui), os países que mais marcam presença no ANIMAGE são a França (14 obras), Suíça (5), os Países Baixos e a Itália (4). A produção francesa Le Petit Nicolas, de Amandine Fredon e Benjamin Massoubre, realiza sua estreia no evento. Ela narra o processo de criação do clássico personagem mirim de cartuns da França e mostra o trabalho da dupla de animadores, o roteirista René Goscinny (1926-1977) e o desenhista Jean-Jacques Sempé (1932-2022), numa narrativa de metalinguagem, ao mesmo tempo em que histórias acontecem.
Depois do sonho, de Ayodê França. Divulgação/ANIMAGE
Matthieu Thibaudault, adido cultural e audiovisual pela Embaixada da França no Brasil, comenta brevemente a importância do ANIMAGE que, anualmente, acolhe produções francesas: “fugir da padronização comercial significa fugir dos conformismos estéticos. Isso é o dever que precisa ser cumprido pelo cinema de animação autoral”, comenta. A exibição conta com o apoio da Embaixada da França no Brasil.
Outra estreia vem da Alemanha, Johnny & Me – A journey through time with John Heartfield, segundo longa-metragem de animação de Katrin Rothe. A diretora, inclusive, marca presença no festival com uma masterclass sobre seu processo de criação.
"Ficamos muito felizes em apoiar um filme como Johnny & Me, da premiada diretora alemã Kathrin Rothe. O longa-metragem apresenta ao público a história de John Heartfields, pioneiro na arte da fotomontagem de cunho político, um legado de luta contra o regime totalitário nazista, vigente à sua época, uma obra histórica e artística rica”, compartilha Johannes Bloos, cônsul-geral do Consulado Geral da Alemanha no Recife.
Johnny & Me – A journey through time with John Heartfield, de Katrin Rothe. Divulgação/ANIMAGE
O Festival possui ainda várias mostras, como a Africana, com filmes selecionados por Kalor Pacheco; a Erótica, com curadoria de Nara Aragão; Argentina Our Fest, assinada por Paola Becco, a convite do Festival; além da Mostra Competitiva, com obras selecionadas por Chia Beloto (PE), Nara Aragão (PE), Radhi Meron (SP) e Pâmela Peregrino (BA). Para a criançada, há a Brasil Infantil, com curadoria de Julio Cavani.
“O ANIMAGE tem conseguido, ao longo desses anos, tecer um panorama de obras brasileiras e internacionais de animação. É um Festival que tem visibilidade internacional e que proporciona ao público acesso a filmes que sem o ANIMAGE não seria possível. São trabalhos em que as pessoas se reconhecem ao assistirem e temas que a gente não costuma pensar que serão vistos numa animação. Para mim, há um grande prazer em realizar esse trabalho”, conta Antônio Gutierrez, criador do ANIMAGE.
O Festival possui ainda várias mostras, como a Africana, com filmes selecionados por Kalor Pacheco; a Erótica, com curadoria de Nara Aragão; Argentina Our Fest, assinada por Paola Becco, a convite do Festival; além da Mostra Competitiva, com obras selecionadas por Chia Beloto (PE), Nara Aragão (PE), Radhi Meron (SP) e Pâmela Peregrino (BA). Para a criançada, há a Brasil Infantil, com curadoria de Julio Cavani.
“O ANIMAGE tem conseguido, ao longo desses anos, tecer um panorama de obras brasileiras e internacionais de animação. É um Festival que tem visibilidade internacional e que proporciona ao público acesso a filmes que sem o ANIMAGE não seria possível. São trabalhos em que as pessoas se reconhecem ao assistirem e temas que a gente não costuma pensar que serão vistos numa animação. Para mim, há um grande prazer em realizar esse trabalho”, conta Antônio Gutierrez, criador do ANIMAGE.
Os melhores filmes são premiados com o troféu ANIMAGE nas categorias: Curta Infantil; Curta Brasileiro; Curta – Prêmio do Público, Direção, Roteiro, Direção de Arte, Técnica e Som. A principal premiação é a de Melhor Curta – Grande Prêmio ANIMAGE que, além da estatueta, recebe em dinheiro o valor de R$ 4.000,00. A programação completa do festival está em aqui.
PAULA PASSOS, jornalista, documentarista e mestra em Comunicação pela UFPE.