Artes Visuais

Artista plástico Eudes Mota morre aos 74 anos

14 de Abril de 2025

Foto Rafa Medeiros

Rigor e geometria, contraste e harmonia, lúdico, mas nunca monótono ou enfadonho. Há tantas combinações possíveis quando se fala da obra do artista plástico Eudes Mota, cujo anúncio da morte aos 74 anos, nesta segunda-feira (14), repercutiu entre artistas, críticos e admiradores. Nascido no Recife, em 6 de dezembro de 1951, Eudes Mota foi diagnosticado com Parkinson em 2009. O velório ocorre na Funerária Rosa Master (Rua Pedro Afonso, 470) e  o sepultamento está marcado para esta terça-feira (15), às 11h, no Cemitério de Santo Amaro, zona central do Recife.

“A geometria que encanta Eudes está nas ruas, na marcação de vagas de estacionamento no chão, nas palavras-cruzadas, nos códigos de barra, nos moldes de costura, nos classificados dos jornais, nos jogos de tabuleiro. Observando esses elementos do cotidiano, o artista transporta-os para o espaço da tela, da moldura, da pintura, do objeto, da escultura, reinventado-os, dando novos sentidos a esses signos”, escreveu a jornalista e então editora da revista Continente, Mariana Oliveira, no portfólio "Um artista entre duas tradições", em novembro de 2018 (clique aqui).

A Galeria Amparo 60 publicou um post em sua página no Instagram lembrando que coube a Eudes Mota realizar a exposição de estreia do espaço, ainda em Olinda. “Mota construiu uma trajetória marcada pela reinvenção de signos do cotidiano — como códigos de barra, moldes de costura e palavras-cruzadas — em obras de rigor geométrico e profundidade conceitual. Sua poética, situada entre a herança construtivista e a pop art, questionava os limites da pintura tradicional enquanto celebrava a beleza escondida nos detalhes banais da vida urbana”, afirma um trecho do post.

Na reportagem "Independentes: Minha casa, meu ateliê" (clique aqui), do jornalista Paulo Carvalho, com fotografias de Rafa Medeiros, publicada em em agosto de 2013, para a sessão Arquivo, Eudes Mota fala da sua relação com o mercado de arte: “No meu ateliê, o mercado é melhor que nas galerias. Sempre vendi mais aqui. Além disso, dentro do meu site, hospedei um espaço expositivo do qual eu mesmo sou curador. Sem despesas e sem preconceitos. O cliente fica mais à vontade, mais livre para escolher sua obra. E escolhe com calma e sem pressão. E tem mais visitação do que o espaço físico.”

A reportagem também traz opiniões dos artistas plásticos João Câmara, Raoni Assis e Gil Vicente e Fernando Peres.

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