Mostra coletiva inaugura temporada 2025 na Amparo 60
Com abertura nesta quinta-feira (20), às 20h, "Tocar o céu com as mãos" reúne trabalhos de 13 artistas e curadoria de Walter Arcela
19 de Fevereiro de 2025
Luiz Hermano retrata paisagem flutuante e surreal
Foto Divulgação
Treze artistas de gerações e origens geográficas diferentes; únicos em suas abordagens, técnicas e temáticas expõem seus trabalhos na mostra coletiva Tocar o céu com as mãos, nesta quinta-feira (20), às 20h, na galeria Amparo 60, que inaugura calendário de exposições de 2025.
Ana Neves, Anti Ribeiro, Alice Vinagre, Diogum, Luiz Hermano e Marlan Cotrim - que fazem parte do casting da galeria - terão suas obras colocadas em diálogo com as dos artistas convidados, Charcha Barja, Chico da Silva Pirambu, Eduardo Coimbra, Liliane Dardot, Luiz Barroso, Rafael Chavez e Ramonn Vieitez.
O curador Walter Arcela propõe uma exposição com foco na dimensão celestial do sonho e do telúrico, lançando um olhar sobre artistas do casting nos quais ele via e sentia a presença desses temas. O título da mostra e toda sua conceituação fazem parte de uma bibliografia de pensadores indígenas, como Ailton Krenak e Davi Kopenawa.
“O céu tem toda essa metáfora enquanto uma alegoria do impossível, o sonho inalcançado, e na medida que a gente pensa numa queda literal do céu, a gente cria uma tangibilização do mundo intangível. Essa exposição traz um pouco essa possibilidade de viver concretamente o sonho, de viver concretamente a abstração da matéria”, contextualiza o curador.
A mostra se divide em dois blocos. No primeiro, Abismos Oníricos, obras focam na ilusão enquanto realidade. Ramonn Vieitez, Chico da Silva Pirambu e Luiz Hermano propõem, em seus trabalhos, seres flutuantes, alados ou em plena queda, em meio a paisagens surreais. “Eduardo Coimbra vaza o céu por entre estruturas geometricamente demarcadas. Ana Neves prospecta a palavra Sonho, acompanhada de um peixe, e o que é para este animal o mar, senão um céu? Já Anti Ribeiro elabora fulminações em plástico, preenchida por ar, e condensa matérias em torno do fogo, da eletricidade e do trovão, fenômenos que acontecem em pleno céu. Alice Vinagre, na série Anotações sobre o céu captura a delicadeza e o transitório celestial”, escreve Arcela.
Já Abismo Telúrico aposta no lirismo de uma terra grávida de céus, na conexão do cosmo com o chão. Nesse segundo bloco, estão as obras de Diogum, que usa o ferro para traçar um elo entre o real e o sagrado; de Liliane Dardot, com sua pesquisa sobre visualidades campestres do cerrado brasileiro; de Rafael Chavez, onde ecoa a aridez e o mistério da paisagem sertaneja; de Cacha Baja, que esculpe formas gonodais e orgânicas aludindo a um corpo em estado de gênese e transmutação; de Marlan Cotrim, que, em suas pinturas, propõe “cartografias errantes, e tremulares, as linhas, e as formas criam um horizonte multi-paisagem, onde não se distinguem céus, terras, mares, trata-se de visão circular”.
Os trabalhos expostos trazem uma grande variedade de suportes (pinturas, esculturas, objetos híbridos) e também se encontram e dialogam de maneiras distintas, não literais.
SERVIÇO
Tocar o Céu com as mãos
Onde: Galeria Amparo 60 - 3o andar da Dona Santa (Rua Professor Eduardo Wanderley Filho, 187, Boa Viagem)
Quando: Quinta-feira (20), às 20h. Visitação: De 21 de fevereiro a 18 de abril de 2025; de segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados das 10h às 15h, com agendamento prévio