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7º Chama Violeta anuncia 15 atrações

Festival de Artes Integradas na Ingazeira coordenado pela artista pernambucana Odília Nunes acontece de 19 a 21 de dezembro, com circo, teatro, música, poesia, cinema, literatura e formação

12 de Dezembro de 2025

Cícero Gomes e Dona Maria, do Samba de Coco de Trupé de Arcoverde, estão presentes desde a primeira edição do evento

Cícero Gomes e Dona Maria, do Samba de Coco de Trupé de Arcoverde, estão presentes desde a primeira edição do evento

Foto Amanda Oliveira/Divulgação

O 7º Chama Violeta, festival de artes integradas coordenado pela artista pernambucana Odília Nunes, acontece de 19 a 21 de dezembro, com circo, teatro, música, poesia, cinema, literatura e formação na comunidade do Sítio Minadouro, área rural de Ingazeira, no Sertão do Pajeú. Neste ano, serão 15 atrações, entre espetáculos, shows, sessão de cinema, oficinas com 60 artistas e técnicos de companhias de Pernambuco, Paraíba, Bahia, Rio Grande do Norte, Distrito Federal, São Paulo e da Argentina. Com o tema Entendi que amor é escolha, a sétima edição do Chama Violeta tem início na sexta-feira (19), a partir das 8h, com apresentações em escolas municipais dos espetáculos Vereda dos Mamulengos, da Casa Moringa, do Distrito Federal, e Odília Nunes com o solo Decripolou Totepou, que, em 2025, completa 20 anos de estreia.

“Este foi meu primeiro solo. Nesses vinte anos, várias crianças do Minadouro assistiram, mas a nova geração ainda não conheceu. Nada melhor do que comemorar esse aniversário onde tudo começou”, conta Odília, que há três anos mora em São Paulo, como atriz da premiada Cia do Tijolo, no elenco dos espetáculos Guará Vermelha (2023) e Restinga de Canudos (2025). Em 2025, sem incentivo do poder público, o Festival Chama Violeta com a parceria dos artistas e companhias participantes, que abriram mão do cachê para compartilhar sua arte e receber o carinho e a acolhida de crianças, adultos e idosos do Sítio Minadouro, já familiarizados com a diversidade de linguagens artísticas que, pelo menos uma vez por ano, os visitam.     

O tema desta edição, Entendi que amor é escolha, é simbólico para a curadoria e o formato do Festival. “O critério da curadoria é afetivo. Primeiro a gente escolhe o tema e a partir dele vai montando a programação. É intuitivo. Tenho uma lista de amigos que quer chegar junto, mas este ano achamos pertinente convidar grupos familiares, porque temos os 50 anos de casamento dos meus pais, que são pessoas muito atuantes na comunidade e na feitura do Chama Violeta, e de outro casal, Cícero Gomes e Dona Maria, do Samba de Coco de Trupé de Arcoverde, que estão presentes desde a primeira edição do Chama”, destaca.

Além do Trupé, os outros grupos familiares da programação são Piruá e Paraqueta, com Rodrigo Bruggemann e Amora Maux, pai e filha, do Rio Grande do Norte, o casal Anelise Mayumi e Douglas Iesus, da Bahia, com o espetáculo de dança Embalanceio: dançar sonhos pequeninos, a Cia Bode com Pequi, formada pelo casal Pedro Milhomens e Clá Solar (que também produz o Chama Violeta) e a filha Aruna com o espetáculo Caminhos e a Cia das Marionetes, da Argentina, com Antologia das Marionetes.

O festival Chama Violeta é uma das ações do projeto No Meu Terreiro Tem Arte, iniciativa criada por Odília Nunes em 2015 com o objetivo de promover intercâmbio cultural, residência artística, festivais e ações formativas ao longo do ano no Sítio Minadouro. Em 2019, o projeto recebeu o Prêmio Pernalonga de Teatro, concedido pelo Governo do Estado de Pernambuco e em 2021, o prêmio Inspirar do Instituto Neoenergia, que contempla iniciativas lideradas por mulheres.        

PROGRAMAÇÃO
A partir da sexta-feira (19) à tarde, as atividades seguem ao ar livre, em locais com endereços peculiares, como Terreiro de Mariquinha, Terreiro de Seu Expedito e Dona Lourdinha, Terreiro de Edileuza, espaços gentilmente cedidos por familiares e amigos de Odília, que também sedia atividades no Alpendre da sua casa. A Sede da Associação de Agricultores do Minadouro sedia as oficinas de A voz da poesia, ministrada por Isabelly Moreira, de São José do Egito, e Confecção de Calungas de Pano, com Catarina Calungueira, do Rio Grande do Norte.

As apresentações são realizadas às 17h e 19h, com shows fechando a programação da sexta e do sábado, com Luana Flores, da Paraíba, e o show Nordeste Futurista, e Sons de Resistência, como Samba de Coco de Trupé de Arcoverde, respectivamente.

O Festival mantém a tradição de realizar partilhas de temas transversais ao fazer artístico. No domingo, a partir das 14h, no Alpendre da casa de Odília, acontece a roda de conversa Vô, deixa minha mãe brincar, um bate-papo sobre infâncias com Gabriela Romeu, jornalista, escritora e documentarista de São Paulo, que há mais de vinte anos desenvolve projetos que criam pontes entre infâncias.

Em seguida, no Cineclube Minadouro, tem a estreia do filme Um dia Havia de Ver o Mar, de Odília Nunes, uma história real que aconteceu na própria comunidade do Minadouro, sobre o sonho de um garoto de ver o mar. “Um menino, um dia, me pediu pra levar ele na praia. Cumpri minha promessa. Mas não fomos só em dois. É que esse sonho era coletivo. O filme é o registro desse encontro”, conta a diretora.

COORDENADORA
Odília Nunes é gestora cultural, palhaça, brincante popular, atriz de teatro e cinema, bonequeira, diretora teatral, dramaturga, cordelista, natural do sertão do Pajeú Pernambucano. Desde 2015 produz o projeto No Meu Terreiro Tem Arte, onde compartilha espetáculos e oficinas artísticas com comunidades rurais e periféricas. Atualmente integra a Cia do Tijolo de São Paulo.

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