Perfil

Por que lembrar Hiroshima e Nagasaki?

Há 80 anos, as duas cidades do Japão foram devastadas por bombas atômicas lançadas pelos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial. A catástrofe do passado ecoa nas tensões geopolíticas do presente

25 de Junho de 2025

Foto Fotoarena

Em 6 de agosto de 1945, a cidade de Hiroshima foi bombardeada pelos Estados Unidos. Em mais um dia de conflito na Segunda Guerra Mundial, a população japonesa sofreu um dos maiores ataques até então utilizados em uma guerra: a bomba nuclear chamada Little Boy. Três dias depois, Nagasaki sofreu o mesmo destino. Chamada de Fat Man, era a segunda bomba nuclear utilizada em um conflito mundial.

O Projeto Manhattan foi um programa de pesquisa que visou ao desenvolvimento de armas nucleares, a partir de 1942. Robert Oppenheimer foi um dos cientistas envolvidos nesse projeto, que mudou o curso da guerra e levou o Japão a se render. A partir de 1945, o Japão passou a ser ocupado pelas Forças Aliadas, mais precisamente pelos Estados Unidos, até 1952. Esse acontecimento mudou a conjuntura da guerra e da política, desde a metade do século XX até o presente, e as memórias ainda permanecem em disputa.

Assim, por que lembrar Hiroshima e Nagasaki? Em primeiro lugar, deve-se ao fato de que este evento permanece vivo no presente. Suas lembranças transitam na sociedade e na imaginação daqueles que, ao menos, ouviram falar dele, sem adentrar em todo o contexto histórico. Ambas as cidades, suas estruturas e, principalmente, seus cidadãos, convivem com a catástrofe, com um trauma que ocasionou uma ruptura em sua realidade e na forma como percebem seus espaços de experiências (a recordação, a memoração, o acontecimento no passado que volta a ser experienciado) e horizontes de expectativas (um futuro não experimentado, mas vivo no presente, inquieto e esperançoso). É um presente entre o passado e o futuro, marcado por tensões.

CONTEÚDO NA ÍNTEGRA
NA EDIÇÃO IMPRESSA

Venda avulsa na Livraria da Cepe e nas bancas.

veja também

Arte, mercado e memória

Pioneirismo e teimosia

Mais do que uma escala em sânscrito