Morre o artista plástico recifense Carlos Pragana
Velório acontece nesta quinta-feira (30), no cemitério Morada da Paz, em Paulista. A cremação está marcada para 14h
30 de Janeiro de 2025
Carlos Pragana, um dos maiores gênios da pintura brasileira, segundo o amigo Francisco Brennand
Foto Divulgação/ Redes sociais
Um câncer levou o artista plástico recifense Carlos Pragana (1952-2025), nesta quarta-feira (29), aos 72 anos. O velório acontece nesta quinta-feira (30), às 10h, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista. A cerimônia de cremação ocorre às 14h.
Prestigiado por artistas, arquitetos e designers, Carlos Pragana foi, em essência, um pintor. O amigo e colega de profissão Francisco Brennand (1927-2019) o considerava um dos maiores gênios das artes brasileiras.
“Um dos aspectos curiosos da pintura de Pragana é que, apesar da sua extrema ousadia, ele continua um pintor figurativo, embora a maior parte de suas figuras totêmicas, humanizadas ou animalizadas, estavam aprisionadas por um grafismo carbonário, isto é, revolucionário, porquanto,inusitado. Ele é novo como um astronauta, e tão antigo quanto um feiticeiro das cavernas a pintar na escuridão. Essas palavras não têm outra destinação senão demonstrar o meu apreço e admiração por esse artista pernambucano que pode perfeitamente se inscrever desde há algum tempo na galeria dos grandes pintores brasileiro”, dissera o Mestre da Várzea.
Também celebraram a obra de Pragana o artista João Câmara, os críticos Ferreira Gullar e Weydson Leal, que escreveu: “A arte de Pragana que alia, em suas telas, a inventividade gráfica à expressividade cromática. Aliás, está na força do colorido a principal qualidade de sua pintura”.
Além das pinturas, esculturas, colagens, serigrafias, fotografias e desenhos compunham o repertório de suportes ao qual o artista autodidata se dedicou e cuja ousadia e experimentalismo o colocaram no rol da arte contemporânea. “Tudo é ousado para quem nada se atreve”, escrevera o poeta Fernando Pessoa. E Pragana pegou para si esse pensamento e usou como título de uma de suas exposições.
Nascido em 1952, no Recife, Pragana começou a desenhar quando era criança. Aos 14 anos de idade, expôs pela primeira vez. Vinte anos depois de dedicação exclusiva ao ofício, Pragana deixou de lado os pincéis para administrar o engenho do pai. Outros 20 anos se passaram e, em 1999, voltou a se dedicar à arte novamente, sem pausas.