O lugar do sabor

Zé Corninho é a reunião de amigos e a comida caseira

Há quatro décadas, o restaurante familiar serve comidas regionais com tempero caseiro em ambiente simples e afetivo

27 de Março de 2025

Foto Leopoldo Conrado Nunes

O nome oficial é Recanto dos Amigos. Mas quem é de casa, só chama de Bar do Zé Corninho. Não se espante com o apelido, o ambiente é familiar e os pratos têm gosto de comida de vó, de mãe, de pai, de tia, de irmão. Se você ainda não conhece o restaurante, localizado em Campo Grande, bairro da Zona Norte do Recife, está na hora de reparar essa injustiça e saborear um almoço, literalmente, caseiro. E com afeto.

Digo almoço porque o Bar do Zé Corninho abre apenas das 11h30 às 15h. Logo, não tem café da manhã nem jantar. As refeições são servidas no terraço da casa dos proprietários, onde foram acomodadas 12 mesas de madeira e as cadeiras. É nesse lugar que os clientes degustam rabada, bacalhau gratinado, galinha ao molho de cabidela, filé acebolado, arroz e feijão mulatinho.

O cardápio simples e eficiente é uma herança de família, diz Felipe Gustavo Oliveira, um dos representantes da terceira geração à frente do restaurante. Completam as opções de refeições o guisado bovino, lombo paulista, bife ao molho, cozido de chambaril, dobradinha, frango, filé, carne de sol, peixe e camarão. Tudo preparado pela mãe de Gustavo (o garçom), Mércia Maria de Oliveira, e pela irmã dele, Maria Carolina Oliveira.

“Nossos pratos são feitos na hora, com tempero caseiro, não tem nada sofisticado”, diz ele. A decoração do terraço segue o padrão enxuto do cardápio. Nas paredes de tijolos aparentes há uma placa com o nome do lugar (Bar e Restaurante Recanto dos Amigos), um crucifixo, um rosário, um quadro com a imagem do cantor Luiz Gonzaga, um com o desenho de Gustavo e outro do pai dele, ambos com chifres na cabeça.

Os cornos que enfeitam pai e filho são uma brincadeira e remetem à origem do nome “Zé Corninho”. A história começou com José Ramos de Oliveira (Zé ou Zezinho), pai de Gustavo e de Maria Carolina, que tinha o costume de chamar as pessoas de corno, sem maldade, só por diversão, recorda o filho. O termo acabou sendo incorporado ao restaurante, que continua sendo assim identificado, mesmo depois da morte de José Ramos, em 1º de maio de 1994.

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