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Renato Athias faz palestra sobre os judeus sefarditas na Amazônia

Palestra com o tema “Memórias sefarditas no Baixo Amazonas, de Salé, no Marrocos, a Alenquer, no Pará” ocorre no Centro Israelita do Pará

28 de Abril de 2025

Jan Janszoon (Murat Reis), renegado holandês a serviço da República de Salé (1650). Pintura de Pier Francesco Mola

Jan Janszoon (Murat Reis), renegado holandês a serviço da República de Salé (1650). Pintura de Pier Francesco Mola

Foto Domínio público/Reprodução

O antropólogo e professor Renato Athias profere palestra com o tema “Memórias sefarditas no Baixo Amazonas, de Salé, no Marrocos, a Alenquer, no Pará”, nesta segunda-feira, às 19h30, no Centro Israelita do Pará. Neto do comerciante judeu marroquino  Jacob Amram Athias, de Alenquer, que deixou o Mellah de Salé para se estabelecer em Alenquer, na Amazônia. Ele vem desenvolvendo estudos sobre a presença dos judeus no Norte do Brasil, em especial os sefarditas oriundos da República de Salé (ou República de Burugregue), conhecidos pelo espírito mercantilista.

“Esta apresentação é uma jornada emocional pelas memórias sefarditas da presença judaico-marroquina na Amazônia, com um foco especial no Baixo Amazonas. Aqui, vamos explorar as características únicas do ser e do fazer marroquino que moldaram um tipo de desenvolvimento bem característico da região do Baixo Amazonas e sua profunda conexão com o rio Burengregue, da região de Salé e Rabat”, afirma Renato Athias.

As memórias sefarditas serão relatadas a partir da experiência do palestrante, pois são uma parte importante da história da Amazônia, “A presença judaico-marroquina no Baixo Amazonas é um testemunho da resiliência e da determinação de um povo que enfrentou desafios e obstáculos, mas nunca perdeu sua identidade cultural”, explica o antropólogo.

Athias publicou alguns textos sobre o tema na sua página “De Salé à Alenquer - Memórias Sefarditas no Baixo Amazonas”, publicada no Medium, como o trecho a seguir: “O fato de ser uma cidade portuária, foi determinante para que em Belém fosse estabelecida formalmente a primeira Comunidade Sefardita da Amazônia e de todo o Brasil República, pois era a porta de entrada para a região. Por lá ingressaram no país, as cerca de 1000 famílias judaicas, em sua maioria marroquinas, que imigraram para a região ao longo de um século. Lá também foram fundadas as duas primeiras sinagogas, Eshel Abraham (1824) e Shaar Hashamaim (1889), em torno das quais se deu continuidade e se preservou a cultura milenares sefardita-marroquina daqueles imigrantes”.

Mestre e doutor em Etnologia pela Universidade de Paris X (Nanterre), Renato Athias é coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Etnicidade (NEPE) da Universidade Federal de Pernambuco, onde também atua como professor associado no Programa de Pós-graduação em Antropologia. É professor do Master Interuniversitário de Antropologia Iberoamericana da Universidade de Salamanca, na Espanha. Foi coordenador nacional do GT Antropologia Visual da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e diretor da Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências Sociais (ANPOCS). É vice-coordenador da Comissão de Museus e Patrimônio Cultural da União Internacional das Ciências Antropológicas e Etnológicas (IUAES).

Centro Israelita do Pará
Rua Doutor Moraes, nº 37
Belém - Pará

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