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Premiação para a difusão de arte

Continente recebe o Prêmio Antônio Bento, da Associação Brasileira de Críticos de Arte, em São Paulo

16 de Agosto de 2024

João Baltar Freire, presidente da Cepe, e Mário Hélio, editor da Continente, na cerimônia de premiação da ABCA

João Baltar Freire, presidente da Cepe, e Mário Hélio, editor da Continente, na cerimônia de premiação da ABCA

Foto Divulgação

Publicada há quase um quarto de século pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), a Continente recebeu, na quarta-feira (14), o Prêmio Antônio Bento, entregue pela Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), por sua contribuição à difusão das artes visuais na mídia em 2023. A solenidade de entrega da premiação ocorreu no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, com a presença do presidente da Cepe, João Baltar Freire, e do editor da revista, Mário Hélio Gomes de Lima.

“A Continente é uma revista que, pode se dizer, motivo de muito orgulho, mas também é responsável ainda pela existência da própria Companhia Editora de Pernambuco. Essa companhia começou como uma imprensa oficial, que imprimia o Diário Oficial do Estado de Pernambuco. Quando essa impressão deixa de existir, passa a ser, como todas no Brasil, praticamente online. Então, a maior parte das companhias editoras estaduais fechou suas portas e se transformou em departamento, outro órgão e autarquia. Mas a Companhia Editora de Pernambuco sobrevive muito por conta da importância que a Continente, e as outras publicações da editora, a partir da revista, têm no meio cultural pernambucano. A Continente se tornou uma das instituições culturais mais importantes de Pernambuco e, creio eu, do Nordeste”, afirmou, em discurso, na cerimônia de entrega do prêmio, o presidente da Cepe, João Baltar Freire.

"O prêmio da ABCA é absolutamente importante para quem quer que o receba. É um prêmio de críticos de arte, não é corporativo, ou seja apenas por e para jornalistas. E não somente a revista que recebe, na categoria mídia, mas também porque esse prêmio é concedido a instituições das mais variadas. O fato de a revista estar ao lado do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e da Bienal Internacional de São Paulo, já diz tudo. Os premiados estão sendo reconhecidos pelos que atuam na área cultural. A revista está premiada ao lado de figuras de grandes destaques da sociedade", avaliou o editor Mário Hélio.

Lançada em dezembro de 2000, a Continente mantém-se como uma das revistas de cultura mais longevas do país. “É uma perenidade impressionante”, afirma Mário Hélio, idealizador, fundador da revista e superintendente de Periódicos e Projetos Especiais da Cepe. Para o editor, o prêmio da ABCA é um reconhecimento à trajetória da Continente, que, desde a edição de número 0, dedica-se, com afinco, à cobertura das artes, dentre elas, as visuais. A capa daquela edição estampou o artista plástico paraibano João Câmara, radicado em Olinda, personagem de uma matéria com 32 páginas.

"A revista, desde a sua primeira edição, é um veículo pernambucano em que as artes visuais são destaque. Então, é uma honra e um estímulo para a revista aperfeiçoar ainda mais seu trabalho. É um prêmio ao esforço da Cepe de fazer produtos de excelência. E eu prefiro dizer que é um prêmio pelo conjunto da obra, por uma escolha editorial que vem sendo mantida ao longo do tempo, e entregue por uma instituição que tem 75 para uma instituição que tem 24 anos. Além disso, é um prêmio nacional, não fomos colocados apenas em uma categoria regional. A revista foi escolhida dentre os meios de comunicação de todo o Brasil, analisou Mário Hélio.

Embora a premiação seja referente ao ano de 2023, a Continente vem, na sua trajetória de mais de duas décadas, realizando uma ampla cobertura das artes plásticas, seja em reportagens, entrevistas, colunas e seções, como a Portfólio, trazendo matérias sobre a obra de diversos artistas, como pintores, desenhistas, ilustradores, grafiteiros e fotógrafos.  

Em 2023, ano referente à premiação, a publicação divulgou, nas edições impressa e online, a produção artística dos pernambucanos Jeff Alan (fevereiro) e Abiniel João Nascimento (março), do libanês naturalizado brasileiro Camille Kachani (abril), da paulista Fernanda Feher (junho), da capixaba radicada no Rio de Janeiro Kika Carvalho (agosto) e do paulista Alex Flemming (setembro).

A revista implementou nova linha editorial desde o início de 2024, que continua dando espaço importante às artes plásticas. A edição de nº 275 trouxe matérias sobre a arte têxtil contemporânea e o grafiteiro Bozó Bacamarte. Já a edição de nº 276, a mais recente, que apresenta um longo perfil sobre a pintora pernambucana Lúcia de Barros Carvalho (Suanê), falecida em 2020, inclui como brinde aos leitores uma gravura criada exclusivamente para a Continente pelo xilógrafo e cordelista J. Borges, que faleceu em 26 de julho.

Essa é a segunda indicação da Continente ao prêmio da ABCA. A primeira foi em 2018. A revista teve a indicação e conquistou a premiação, numa votação espontânea dos associados da entidade. O Prêmio Antônio Bento é uma distinção oferecida à mídia pelos bons serviços na divulgação das artes visuais. 

"Os prêmios foram atribuídos pelo resultado da votação de cerca de aproximadamente 169 associados/as em escala nacional, por votação em formulário online. O sistema de premiação foi criado em 1978, para destacar exclusivamente as artes visuais, quando iniciou com três categorias e foi se ampliando através dos anos. Em 2022, a premiação foi ampliada novamente e o Prêmio ABCA passou a contemplar 18 Prêmios em 13 categorias, incluindo cinco destaques regionais. No ano de 2023, para além dos prêmios mencionados, a diretoria da ABCA reservou-se o direito de prestar quatro homenagens, respeitando as indicações de associados", informou a entidade.

"O carro-chefe do aplicativo da revista, que será lançado em outubro, são as artes plásticas, estava decidido antes da divulgação do prêmio", informa Mário Hélio. Em São Paulo, a Continente ganhou um troféu confeccionado pelo artista plástico carioca Sanagê Cardoso.

CONTEMPLADOS PRÊMIO ABCA 2023

1. Prêmio Gonzaga Duque: destinado a crítico associado, pela sua atuação ou publicação de livro.

Felipe Chaimovich

2. Prêmio Mario Pedrosa: destinado a artista contemporâneo.

Dalton Paula

3. Prêmio Sérgio Milliet: destinado a um pesquisador (associado ou não), por trabalho de pesquisa publicado.

Maria de Fátima Morethy Couto – Livro: A Bienal de São Paulo e a América Latina: trânsitos e tensões (1950-1970). Campinas: Editora Unicamp, 2023

4. Prêmio Ciccillo Matarazzo: destinado à personalidade atuante no meio artístico.

Adriano Pedrosa

5. Prêmio Mário de Andrade: destinado a crítico de arte, pela trajetória.

Moacir dos Anjos

6. Prêmio Clarival do Prado Valadares: destinado a artista, pela trajetória.

Anna Bella Geiger

7. Prêmio Maria Eugênia Franco: destinado a curadoria de exposições.

Daisy Peccinini, O Feminino na Obra de Victor Brecheret, realizada no Museu Oscar Niemeyer (MON), Curitiba, Paraná, 2023.

8. Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade: destinado à instituição por sua programação.

Pinacoteca do Ceará – Fortaleza (Ceará)

9. Prêmio Antônio Bento: difusão das artes visuais na mídia.

Revista Continente (Pernambuco)

10. Prêmio Paulo Mendes de Almeida: destinado à melhor exposição do ano.

35a Bienal Internacional de São Paulo (São Paulo)

11. Prêmio Emanoel Araújo: destinado ao reconhecimento de Coleção/Acervo/Conservação/Documentação histórica

Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – (São Paulo)

12. Prêmio Yêdamaria (Yêda Maria Corrêa de Oliveira): destinado à instituições, pessoas e projetos que promovam ações de impacto amplo em processos educativos e de mediação nos vários campos das artes, em espaços formais e não formais.

Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes (Goiânia)

13. Prêmio Gilda de Melo e Sousa: destinado ao reconhecimento de críticos/as, em início de carreira, independentemente da idade, por sua produção, ou engajamento em projetos inovadores de divulgação da crítica de arte.

John Fletcher

Prêmio Destaques regionais: destinado aos destaques de cada região do país, sendo que consideramos as cinco regiões – Norte, Sul, Nordeste, Centro Oeste e Sudeste.

Total: 5 destaques regionais, sendo um por região, podendo duplicar prêmio na indicação geral.

Região Norte:

1a Bienal das Amazônias – Melhor exposição do ano Região Sul:

Pinacoteca Barão de Santo Ângelo (Instituto de Artes – UFRGS) – Reconhecimento de

Coleção/Acervo/Conservação/Documentação histórica Região Sudeste:

SESC- São Paulo – Instituição por sua programação.

Região Nordeste:

Bienal Internacional do Sertão – Instituições, pessoas e projetos que promovam ações de impacto amplo em processos educativos e de mediação nos vários campos das artes, em espaços formais e não formais

Região Centro-Oeste:

Exposição coletiva “Atualização do sistema”, na galeria principal do Museu Nacional da República – Melhor exposição do ano

Homenagens da Diretoria para o ano de 2023

Maria Bonomi
Pedro Martins Caldas Xexéo (in memoriam)
Mariza Bertoli (in memoriam)
Ricardo Viveiros

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