História e cultura do judaísmo no III Ciji
O 3º Congresso Internacional de Judaísmo e Interculturalidade: História e Transculturalidade acontece no Recife ExpoCenter, entre os dias 26 e 28 de maio
22 de Maio de 2025
Foto Divulgação
Na segunda-feira (26), começa a 3ª edição do Congresso Internacional de Judaísmo e Interculturalidade. Trazendo para o Recife uma grande diversidade de pesquisadores, estudiosos, professores e escritores de Portugal, Espanha, Israel e diversos estados do Brasil, o evento é gratuito e aberto ao público interessado em conhecer mais sobre os aspectos históricos e culturais do judaísmo.
Em 2025, o III Ciji tem como tema geral a história e a transculturalidade e, logo no primeiro dia, os presentes vão participar de uma programação de conferências, debates, um lançamento literário e uma visita guiada à Sinagoga Kahal Zur Israel, a mais antiga das Américas.
O linguista israelense Ioram Melcer iniciará o dia de palestras respondendo a uma pergunta, a princípio simples, mas que se mostra bastante complexa: “Quem (finalmente) é (um) judeu?”. A partir do conhecimento sobre as leis israelenses e definições marcadas na história do país, Melcer cria um diálogo que perpassa os sentidos de identidade e também tocam em momentos dolorosos para o povo judeu, como a Inquisição e o Holocausto durante o Terceiro Reich.
Depois de Ioram, o Ciji conta com a mediação do jornalista e Superintendente de Periódicos e Projetos Especiais da Cepe, Mario Helio Gomes, para a mesa de título “Expansão atlântica, migrações e dinâmicas coloniais e pós-coloniais, seus personagens e intérpretes”. Fazem parte da mesa o professor e membro da Academia Paraibana de Letras, Francisco Gaudêncio, o diplomata Luiz Feldman e a arquiteta e pesquisadora Rosa Ludemir.
Em sua fala, Francisco vai instigar o pensamento do público sobre uma figura de importância histórica, porém constantemente esquecido: Ambrósio Fernandes Brandão. Cristão-novo, ele se tornou senhor de engenho na Paraíba e escreveu o livro Diálogo das grandezas do Brasil. Essa obra é de grande significância para o Brasil, uma vez que é uma das mais antigas obras elogiosas à então colônia portuguesa. Escrito em 1618, o livro destaca o potencial econômico e a riqueza das capitanias, com destaque à de Pernambuco.
Luiz Feldman, por sua vez, fará um discurso mais voltado para o sociólogo Sérgio Buarque de Holanda, nome relevante das ciências sociais brasileiras. Com o título de “Tradição talássica em duas obras de Sérgio Buarque de Holanda em 1958”, o estudioso compara Elementos formadores, e Visão do paraíso, analisando suas minúcias.
Trazendo a cidade do Recife, sede do congresso, para a conversa, o título da fala da arquiteta Rosa Ludemir é “Judeus do Recife, com orgulho e com saudade”, se dispondo a compartilhar as ligações entre os judeus, a cidade e o Carnaval.
A segunda e última mesa do dia tem a professora Ana Paula Cavalcante como moderadora e diante do tema “Perseguição, sofrimento e resiliência: uma história trágica em dois recortes: Inquisição e Auschwitz”, o historiador Geraldo Pieroni e o pesquisador Marcelo Walsh dialogam de forma a nomear personagens reais que vivenciaram essa história.
O III Ciji já anunciou toda a programação dos três dias de congresso no site e instagram. As inscrições para participar podem ser feitas online, diretamente pelo site.