Aos 82 anos, a energia permanece quase a mesma. De todo o tempo em cima do palco, são duas horas e 19 minutos sem intervalo, sem tomar um copo de água, em fenômeno de entrega e competência muito raro na história do pop. Contando ainda com o bis, são ao todo duas horas e 37 minutos de show, cantando 37 músicas, entre sucessos dos Beatles, de sua trajetória com a banda Wings e da carreira solo. E a noitada ainda começa com uma hora de antecedência: 30 minutos de discotecagem com o DJ Chris Holmes (que só toca Beatles, McCartney e afins) e meia hora de vídeos e música nos telões gigantes, rememorando a trajetória dos Beatles.
Como sempre, é um show de som, luzes e pirotecnia para todos os gostos. Para os fãs mais atentos dos Beatles, músicas como “Getting better”, “Got to get you into my life” e “Being for the benefit of Mr. Kite” ; para a turma dos anos 70, sucessos de Paul com os Wings, como “Band on the run”, “Jet”, “Junior’s farm” e “Let me roll it”; para agradar as massas, “Hey Jude”, “Let it be”, “Something”,“Obla di Obla da” e “Lady Madonna”. Para os roqueiros “Helter Skelter” e “I’ve got a feeling”, entre outras.
No segundo dia em São Paulo, McCartney trocou algumas músicas da primeira noite, para dar um sabor especial para os que repetiram a dose nos shows. Em vez de abrir com “Hard day’s night” começou com “Can’t buy me love”. Em vez de “Drive my car”, tocou “All my loving”, música que mais do que qualquer outra relembra a beatlemania. E no bis, em vez de “Birthday”, tocou “Day tripper”.
E ainda no capítulo “Paul e Brasil”, a assessoria da produtora que traz o cantor ao Brasil divulgou uma foto de McCartney recebendo uma camisa deixada por Pelé, autografada. A camisa era para ter sido entregue na turnê de 2019, mas o encontro acabou não acontecendo na época. Na camisa 10 da seleção, está escrito: "Paul, mantenha a bola rolando. Eu te amo. Pelé". Paul respondeu que o presente é “um tesouro”.