Música

Olegário Lucena percorre feiras públicas

Cantor e compositor faz intervenções musicais autorais pelo Agreste, Sertão e Zona da Mata Norte, convidando musicistas de cada região contemplada, com estreia da circulação em Caruaru, no sábado (4/10)

03 de Outubro de 2025

Foto Paulo Lira/Divulgação

A mais nova criação de Olegário Lucena surge de uma memória afetiva da sua infância em Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste de Pernambuco. O cantor, compositor e instrumentista pernambucano lança O que é isso, Mainha?, que é uma intervenção musical por oito municípios do estado, com circulação pelas regiões Agreste — Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Garanhuns —, Sertão, em Arcoverde e São José do Egito, e Zona da Mata Norte, em Tracunhaém e Goiana. Todas as apresentações na rua têm o recurso da acessibilidade de interpretação em Libras para a comunidade surda. 

“Ainda criança, na feira livre de Santa Cruz do Capibaribe, vi uma apresentação de dois violeiros e fiz a pergunta para a minha mãe: ‘O que é isso, Mainha?’. A partir dessas lembranças, nasceu a ideia da intervenção musical nas feiras livres das cidades do interior pernambucano, onde também comecei a carreira solo e que agora nessa continuidade ampliamos essas vivências como artista e musicista de rua, do interior do estado etc”, conta Olegário Lucena.   

A estreia de O que é isso, Mainha? ocorre em Caruaru, no sábado (04/10), com apresentação no Parque 18 de Maio, em Petrópolis, pela Feira de Artesanato, como atração da praça de alimentação da feira, às 9h30. As outras intervenções na região agrestina acontecem no mesmo horário e nas datas seguintes: dia 5 (domingo), no Central de Feiras e Mercados (Ceascc), em Santa Cruz do Capibaribe (bairro: São Cristóvão), e no dia 18, na Feira do Heliópolis, em Garanhuns (bairro: Heliópolis). Olegário Lucena também convida Ana Paula Marinho, em Caruaru, Zeh Lucas, em Santa Cruz do Capibaribe, e Kleiton Robert, em Garanhuns. São artistas e musicistas da região contemplada.

A previsão é que a circulação seja concluída ainda neste ano. No Sertão, o convidado é Neguinho Arcoverde, enquanto na Zona da Mata Norte a parceria é com João Paulo Rosa, ambos artistas e musicistas. Os encontros em Arcoverde, São José do Egito, Tracunhaém e Goiana têm data e local a definir. Vale destacar também que em cada macrorregião uma produção local fica na articulação da pauta, incentivando profissionais locais e gerando um diálogo e renda entre as pessoas envolvidas direta e indiretamente. 

A equipe técnica é composta por Osvaldo Batista (produção executiva), Paulo Lira (fotografia e audiovisual), Sérgio Almeida (designer), Manu Oliveira e Emerson Oliveira (ambos com interpretação em Libras), e pela Associação da Cultura Regional Nordestina (coordenação). “O que é isso Mainha?” tem incentivo público, com o financiamento do edital Funcultura (Fundo de Incentivo à Cultura de Pernambuco), por meio do Governo de Pernambuco, Fundarpe e Secretaria de Cultura (Secult-PE).

“São paralelos, conexões e influências que destacam e fortalecem artistas de rua. E isso se multiplica mais ainda por ser nas feiras livres, que também é um espaço de encontro de pessoas de todas as raças e gêneros. A gente considera que é um portal de referência e de mostra artística, com acesso livre, de circulação social e de visibilidade. Além do mais, é uma afirmação da ideia do pertencimento local sobre os espaços públicos e a necessidade da sua valorização, do seu cuidado e da sua ocupação de território”, afirma o artista. 

“A gente acredita que as apresentações contribuem para a divulgação de cada artista de rua, além de ser importante para ampliar o elenco de musicistas das feiras livres, revelando novas pessoas que tocam, cantam e performan para o cenário musical, sobretudo local. Além do mais, estamos estimulando a juventude a entender e reconhecer que a música é uma profissão, então esse incentivo é político, social e educativo”, acrescenta.  

Olegário Lucena toca nas ruas, feiras, praças e terminais há mais de dez anos, com vivências em diversas cidades do estado de Pernambuco de maneira independente, sendo ao mesmo tempo um espaço para apresentar publicamente sua carreira autoral solo. Como registro da memória é previsto o lançamento do documentário A Rua é um Palco, com produção justamente durante os encontros. A sua continuidade é um objetivo enquanto criação autoral, que consequentemente aquece as mídias digitais. Vale reforçar que o audiovisual traz o recurso de acessibilidade da interpretação em Libras para a comunidade surda.

“Estamos valorizando e trazendo ritmos de base da cultura popular e ancestralidade em forma de música para memória coletiva tanto das pessoas que andam na feira livre como das que estão envolvidas com O que é isso, Mainha?. Contribuindo assim para o fortalecimento da cultura pernambucana, principalmente para o interior do estado, e para o fato de espalhar a arte em espaços públicos”, pontua.

O projeto tem financiamento do edital Funcultura (Fundo de Incentivo à Cultura de Pernambuco), por meio do Governo de Pernambuco, Fundarpe e Secretaria de Cultura (Secult-PE).  

SERVIÇO
O que é isso Mainha? no Agreste: outubro de 2025
04/10 - Caruaru
Parque 18 de Maio (Feira de Artesanato)
Horário: 9h30
Convidada: Ana Paula Marinho
Gratuito

05/10 - Santa Cruz do Capibaribe 
Central de Feiras e Mercados (Ceascc) 
Horário: 9h30 
Convidado: Zeh Lucas
Gratuito

18/10 - Garanhuns
Feira do Heliópolis 
Horário: 9h30 
Convidado: Kleiton Robert
Gratuito

Locais das apresentações: Parque 18 de Maio (Feira de Artesanato, em Caruaru), Central de Feiras e Mercados (Ceascc, em Santa Cruz do Capibaribe) e Feira do Heliópolis (Garanhuns)

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