Memória

Luis Tenderini, painho

O relato de uma das filhas do ex-metalúrgico que este mês faria 80 anos. Ele fundou o Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ações Sociais e a Trapeiros de Emaús Recife

TEXTO Helena Tenderini

23 de Janeiro de 2023

Na Escola Luis Tenderini, Recife

Na Escola Luis Tenderini, Recife

Foto Jean Mathieu Albertini/Emaús Internacional

[conteúdo exclusivo Continente Online]

Eu tinha três anos. Meu pai contava que me segurava pela mão esquerda e Sara, de cinco, pela mão direita. Estávamos com ele na Praça da Sé, em São Paulo, que aos poucos ia sendo lotada por centenas de trabalhadores vindos de todo canto da capital, para gritar contra o aumento do custo de vida e a carestia imposta pelo governo militar. Tempo de inflação alta e muita fome. Eram mulheres, homens e crianças (como nós duas) que acompanhavam as famílias na manifestação. E iam se juntando e aumentando rapidamente, como água de rio em tempestade. Vira enchente indomável. Assim é gente organizada. 

Painho era um contador de histórias, desses que prende a atenção de todos que escutam. E ele sempre tinha grandes histórias para contar, mesmo com a humildade e simplicidade de quem não quer aparecer como protagonista. Só que era. Protagonizou muitas histórias bonitas, fortes, desafiadoras, inacreditáveis, verdadeiras. Para saber contar é preciso antes – e ao mesmo tempo – saber ouvir. Uma das coisas que eu mais gostava era ouvir as histórias de meu pai. Na mesa, tomando café, no sofá, no terraço, no carro. Sempre foi de grande aprendizado, de grande prazer olhar nos olhos de painho e entrar dentro das suas palavras, construindo minhas próprias imagens na cabeça a partir de um mundo de vidas narradas ali. 

Não sei se me lembro da cena da Sé como ela aconteceu de verdade, ou visualizo a imagem a partir da história detalhada de painho, mas enxergo nitidamente a frente da igreja cheia de trabalhadoras e trabalhadores. Ao virar de frente para a catedral, a visão de um batalhão do Exército fardado, com escudos e cassetetes cercando toda a multidão. Uma cena amedrontadora para um pai com duas filhas pequenas, Helena e Sara. As duas meninas – nós – apertamos forte as mãos de painho e sabíamos que ele estava ali. O ano era 1978. 

Após 08 de janeiro de 2023, dia histórico e triste de ataque à democracia no Brasil, é extremamente necessário relembrar fatos assim. Pois as forças antidemocráticas ainda são grandes e a ditadura organizada daquela época também surpreendia com seu poder. 

A multidão de trabalhadoras foi sendo cercada cada vez mais no centro da Sé. Mas o povo não baixou a cabeça, manteve a postura firme, sem ceder ao medo, apesar da força intimidadora do cerco. Prontamente, Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo da maior cidade do Brasil, se posiciona. Progressista. Humano. Sabido de seu lugar de poder, abre as portas da imponente catedral. Essa casa de Deus é do povo, ele vai entrar e dentro dela ninguém vai fazer nada contra ele. E assim foi. A corrente de soldados rompeu-se em uma brecha e a enxurrada de gente passou como água forte de correnteza do início até o fim. Com a proteção do bispo e as mãos atadas de um exército que ainda era obrigado a respeitar a Igreja Católica.

Lembro quando painho levava a gente para Boa Viagem – nesta época sem tubarões, porque o Porto de Suape ainda não tinha causado a devastação ambiental que mudou o seu habitat no litoral pernambucano. Painho ia com as três filhas meninas, Sara, Helena e Anaê, até os barcos dos pescadores ancorados ali pertinho da praia central do Recife. Ensinava a gente a nadar, a ser livre e a não ter medo do que não precisa ter medo, e a ter respeito pelo que merece. Aprendemos a não temer o cerco do Exército e, ao mesmo tempo, respeitar as águas do mar, no seu ciclo de encher e baixar. A opressão e a injustiça devem ser enfrentadas, não podem ser temidas. A natureza, em sua imponência e força, deve ser respeitada e nós somos parte dela.


Helena, Sara e Anaê em 1983. Foto: Acervo pessoal/Cortesia

Certa vez, estávamos nós três sentadas na beira de um barco e painho foi nadar. Deu um impulso mais firme com as pernas e foi. O barco balançou forte e Anaê, de dois anos, caiu na água, entrando debaixo do barco. Eu e Sara procurávamos e não conseguíamos encontrá-la. A gente gritava e painho, nadando lá longe, não ouvia. Até que Anaê apareceu do outro lado do barco (ela atravessou sozinha por baixo da água). A gente a ajudou a se segurar com as pequenas mãos na beira do barco até painho chegar e ficar tudo bem. De vez em quando, essa história aparecia nas nossas conversas de família e, até hoje, eu acho que painho nunca percebeu a gravidade desse fato, porque estava tudo bem quando ele chegou.

***

Luigi ou Luis Tenderini, meu pai, foi um homem sábio, de fé. Simples, nunca perdeu sua humildade de pastor de ovelhas e cabras, camponês de uma pequena aldeia nas montanhas da Valssasina – norte da Itália. Respeitado, importante, conselheiro, ancião que falava seis línguas e que, com o microfone na mão e os pés em grandes palcos, plataformas e parlamentos, bravou frente às injustiças do mundo, às quais se opôs, contra as quais lutou e, muitas vezes, que entristeceu o coração grande que possuía. 

Não teve pai, ficou órfão antes de completar dois anos de idade. Em uma Itália devastada pela guerra e pela pobreza, meu avô Domenico morreu ao cair de um poste que consertava como trabalhador da companhia elétrica. Era inverno de 1944, antevéspera de Natal, quando a madeira apodrecida do poste cedeu e ele caiu de uma altura grande, batendo a cabeça em uma pedra. Faleceu na hora. Minha avó (nonna) Marta ficou viúva com 10 filhos em escadinha, para criar sozinha. Luigi Tenderini era o nono filho. Por conta da situação de pobreza enfrentada pela família, ele precisou ser enviado, com seis anos de idade (1949), a um orfanato em outra cidade, para poder estudar e ter as refeições diárias garantidas. 

Às vezes penso como é possível um homem criado sem pai ter sido tão incrível pai? Deve ser porque não teve pai, mas teve amor. De mãe, de irmãs e irmãos e da comunidade. 

Cresceu passando muito tempo fora de casa, primeiro no orfanato, depois no colégio em sistema de internato. Com 15 anos, perdeu seu irmão mais próximo, Achille, de 17 anos – que adoeceu e não resistiu à doença. Viveu no seminário e decidiu se tornar padre, seguindo o exemplo de Carlo, irmão mais velho. Mas sempre ia passar as férias e datas comemorativas nas montanhas, em sua aldeia, e foi em uma dessas ocasiões, no final de 1966, que, cortando lenha para aquecer a casa naquele inverno, perdeu o dedo indicador da mão esquerda, levado pelo machado. 


Premana, a vila italiana onde Luigi nasceu. Foto: Acervo pessoal/Cortesia


Domenico e Marta, pais de Luigi. Foto: Acervo pessoal/Cortesia


Luigi e Marta, a mãe. Foto: Acervo pessoal/Cortesia

Uma lembrança de criança que eu, minhas irmãs e nossos filhos e filhas temos é de vê-lo brincando de fazer mágica com o dedo faltante, como se tirasse um pedaço e colocasse de volta e depois engolia. Passei anos até entender que era uma brincadeira e que ele realmente só tinha nove dedos. Mais uma semelhança com o presidente Lula, do qual painho era grande admirador, torneiro mecânico igual a ele. 

Esse montanhês se fascinava pelas histórias de alguns conterrâneos de Premana que viajavam o mundo, na intenção de viver a vida como missionários. Painho decidiu que viveria a causa jesuíta, inspirado em Francisco de Assis, italiano que escolheu os animais e a simplicidade dos campos, do sol e da lua. Escolheu o Brasil para ser sua casa e viajou 13 dias em um grande navio até aportar no Rio de Janeiro. O dia era 18 de novembro de 1968. Imediatamente, ele foi enviado pelos seus superiores à Teresina, capital do Piauí. Duas coisas o surpreenderam de pronto: o calor da cidade nordestina (chegara no verão de um dos lugares mais quentes do Brasil) e o poder massacrante da ditadura militar (no final daquele ano, iniciava-se o AI-5, Ato Institucional nº 5, período mais sombrio do regime brasileiro). 

Pouco mais de um ano em Teresina, painho pediu permissão aos seus superiores na ordem jesuíta para viver uma experiência junto aos trabalhadores em São Paulo. Queria viver como operário, pois lia sobre as lutas sindicais na grande capital do país, e acompanhar de perto essa experiência entrou nos seus sonhos. A obediência é a maior virtude de um jesuíta, tinha que obedecer à hierarquia da ordem. Deixaram e ele foi. São Paulo mudou sua vida: desistiu de ser padre, virou metalúrgico, se casou, lutou contra o regime opressor, foi preso e torturado, teve três filhas. 

Até que chegou uma surpreendente proposta de voltar ao Nordeste. Carlúcio Castanha, amigo de amigos, precisava sair do Recife por conta da perseguição que estava sofrendo pelo governo ditador de Pernambuco. Ele era educador do Centro de Trabalho e Cultura (CTC) e painho assumiria seu lugar. Mainha estava se formando assistente social e só aceitaria vir com trabalho certo para ela também. Vieram! Painho voltava ao Nordeste 11 anos depois, com uma família: Anaê recém-nascida, um mês de vida, mudança lotando o fusquinha e ele, sozinho, pegando estrada de São Paulo a Recife. Mainha e nós três viemos de avião. 

De painho, são tantas as memórias. Às vezes esparsas, soltas, perdidas, confundidas com a realidade. Às vezes, nítidas, profundas, plenas, repletas de sonhos. Essas memórias, carrego hoje com orgulho, junto com minhas irmãs, Sara e Anaê, meus filhos Makambi, Malaika, Malakai e Aluandê e todas as netas e netos, viúva, familiares, amigas e amigos, gente querida, admiradores, “discípulos”. Ele colecionou admiradoras e admiradores que nem sabemos, no percurso do chão que pisou nesse planeta água que nos acolhe. Neste dia 23 de janeiro de 2023, completaria 80 anos de idade, oito décadas que viveu profundamente. 


Evento de fundação dos Trapeiros de Emaús Recife, em agosto de 1996, com as presenças de Dom Helder Camara e Abbe Pierre, fundador do Movimento Emaús. Foto: Acervo pessoal/Cortesia

Ele que sentava no chão de barro batido e comia à sombra de uma árvore com agricultores acampados debaixo do barraco de lona preta, ao mesmo tempo em que lidava com políticos importantes em ricos banquetes, bebendo dos melhores vinhos do mundo em taças de cristal. Mas sentia o coração aquecido era na segurança, simplicidade e amor dos seus. Por isso, escolheu passar os últimos anos de sua existência compartilhando suas experiências na comunidade de vida de Emaús. A pandemia dificultou esses momentos, afastando, infelizmente, mas de forma necessária, as pessoas. E, nesse meio, o câncer, que enfrentamos juntos entre 2020 e 2022, também. Mas, vivemos cada segundo, intensa e amorosamente, como nos foi possível e permitido.

***

Painho fundou, sempre coletivamente e ao lado de mainha, três instituições sociais em Pernambuco: a Creche Vivendo e Aprendendo, em Camaragibe (1985); o Centro Dom Helder Camara de Estudos e Ações Sociais (1989); e a Associação dos Trapeiros de Emaús Recife (1996). 

O casamento deles, mãe e pai, nos ensinou sobre amor profundo e completo, que une vidas no afeto, no compromisso, no trabalho e na luta social. Também ensinou sobre imperfeição, porque a gente ama com as falhas mesmo. E respeito porque, mesmo com as falhas, precisa cuidar do amor e das relações para que elas permaneçam vivas e saudáveis. Os dois só queriam viver a vida simples de uma família simples que nunca teve riquezas, mas teve muita ajuda, apoio, oportunidades e alguns privilégios. 

Luigi Tenderini nasceu um homem branco na Itália e, no contexto de um país racista e machista como o Brasil, isso se tornou um privilégio. Djanira, esposa e mãe de seus cinco filhos, companheira de 39 anos de vida, nasceu mulher negra num país racista e machista como Brasil e isso não é um privilégio. Ambos vieram de famílias muito pobres, em lugares muito diferentes. Lembro bem quando mainha, cansada da vida de mulher trabalhadora e mãe de cinco filhos, disse que não iria mais ficar responsável pelo preparo do café da manhã. Era tarefa esforçada demais pra ela, que nunca gostou de acordar cedo. Acordava porque era obrigada pela vida, mas não era de seu agrado. A partir desse dia, combinou com painho que essa não seria mais tarefa sua e ele – que tinha facilidade em madrugar – concordou de coração aberto. 


Luis e Djanira, esposa e mãe de seus cinco filhos, companheira por 39 anos.
Foto: Acervo pessoal/Cortesia

Dor imensa foi vivida junta pelos dois (como pai e mãe que perdem um filho e depois outro). Lucas e Rafael, nossos irmãos gêmeos univitelinos, eram jovens quando partiram. Nossos caçulas nasceram na véspera do Natal e foram corajosamente adotados por mainha e painho. Naquele ano de 1982, nossa família vivia uma situação mais confortável financeiramente, sem os aperreios de outros anos. Mainha era assistente social numa fábrica de tecelagem, em Timbaúba (PE), e painho, educador no Centro de Trabalho e Cultura (CTC). Havia quatro anos que morávamos no Recife, era semana anterior ao Natal e eles estavam amadurecendo a vontade de adotar uma criança. Pensaram em adotar uma criança maior, pois essas iam ficando nos orfanatos e, à medida que cresciam, tornava-se mais difícil de serem escolhidas. Nós, três filhas, fomos junto com eles visitar o orfanato lá em Olinda. Na volta para casa, ouvi a conversa dos dois, que comentavam sobre um menino de nove anos que estavam pensando em adotar. Na minha cabeça de criança de sete anos, imaginei um monte de coisas: que felicidade ter um irmão menino! Eu não sabia como era, mas queria muito!!! Ia poder brincar e aprender um monte de coisas sobre ter um menino como irmão. O assunto ficou no clima natalino da casa e vivemos o natal desse ano sentindo que chegaria uma criança nova em nosso lar. A ceia foi especial e farta de alegria, alimentos e fé. 

No dia 25 de dezembro, o telefone toca com insistente urgência. Era do orfanato. Haviam chegado, na noite do dia 24, dois meninos gêmeos recém-nascidos, deixados ainda na maternidade e um casal prontamente fora ali no orfanato para realizar a adoção. Queriam um recém-nascido, que pudesse ser criado desde o seu primeiro dia de vida. Mas só queriam um, dois era demais! Diante das dificuldades do orfanato em cuidar de dois bebês recém-nascidos e recém-abandonados, iriam separar os dois, a não ser que alguém os adotasse juntos. Foi assim, numa urgência, na necessidade de uma decisão rápida, que Lucas e Rafael passaram a fazer parte da nossa família e eu ganhei não um, mas dois irmãos meninos. 

Eles foram meninos que deram trabalho, danados, ativos, rebeldes. Tornaram-se homens com muitas pendências, brechas, fissuras. Mas tinham um coração enorme, uma bondade e generosidade que foi incompreendida. E nunca, nunca foram hipócritas nessa vida, eram eles mesmos, autênticos, transparentes, cristalinos. Eram dois jovens lindos! Dois jovens que contestavam, passavam o fingimento do mundo na cara, porque não suportavam hipocrisia. Isso incomodava, incomodou, incomoda. Ser quem você é, ser verdadeiro, não esconder, não fingir, não viver de aparência. Sempre admirei isso neles. Hoje eles não estão mais aqui, deixaram filhos e filhas, sobrinhos queridos. E deixaram tantas coisas na memória e tantos ensinamentos. Lucas e Rafael partiram cedo, foram levados pela injustiça, pela violência, pelo racismo estrutural, pelo genocídio da juventude negra. Hoje estão aqui de outras formas, reinventadas, reescritas. Meus irmãos não aguentaram essa estrutura de mundo injusta e desigual. Ou o mundo que não aguentou ter a transgressão ingênua deles. Foi esse mundo que assassinou Lucas e levou ao desaparecimento de Rafael, na sequência dos anos de 2007 e 2008. 


Djanira e Luis com os filhos gêmeos recém-nascidos. Foto: Acervo pessoal/Cortesia


Toda a família. Fotos: Acervo pessoal/Cortesia

Escrevo esse relato com o coração apertado de uma memória que sei que acontece diariamente com muitas mães e pais, especialmente negros. Foi a dor de perder um filho assassinado e outro desaparecido que transformou a tristeza de mainha em um câncer terminal avassalador. Ela se encantou em março de 2010, após um mês internada na UTI do Hemope, quando sequer sabíamos o que ela tinha. Painho entristeceu demais quando mainha virou estrela no céu. Seu coração se partiu. Das tantas dores que ele sentiu na vida, foi um dos maiores abalos. Dessa tristeza, nasceu um tumor que lhe levou a vida, 12 anos depois, no primeiro dia do mês de julho de 2022. 

Com minha mãe, aprendi a desenhar as tantas histórias de vidas que ela viu, ouviu e viveu nos fios das palavras. Ela transformava mundos inteiros no profundo dos sentimentos, dando cor, pintando, tecendo. Mainha conseguia dançar nas palavras escritas com seu corpo em molejo. Dava vida pelo poema de seus dedos e pelo sorriso escancarado de sua boca. Painho foi um contador. Mainha uma cantadeira. Os dois das histórias. Ambos das palavras. Em som e em letra. Em contação e em folha. Em vento e em toque. Aprender sobre contar e versar com ele e ela é uma festa no coração pra mim. Este – tão retalhado pela saudade – junta um tantinho os pedaços quando posso fazer um pouco do que aprendi e continuo a aprender com os dois. Djanira e Luis. 

Depois que mainha virou estrela e passou a visitar nossos dias como beija-flor, nasceram cinco netos e dois bisnetos. Painho casou-se novamente com Missimere e ganhamos uma família ampliada. Ele achou a alegria que o fez viver bem sua última década e partir em paz, quando viu que estava na sua hora.

***

Em sua memória e homenagem, estamos inaugurando, na ocasião do aniversário de 80 anos de seu nascimento, o Memorial Luis Tenderini, na casa dos Trapeiros de Emaús, no bairro da Linha do Tiro, no Recife, onde painho fez a opção de viver os últimos anos de sua vida, junto à comunidade que ajudou a construir. A Associação dos Trapeiros de Emaús integra o Movimento Emaús Internacional e realiza um trabalho de coleta e recuperação de objetos em desuso, em oficinas de reparo e venda a preços acessíveis, em bazares comunitários. Com seu trabalho, também mantém a Escola Luis Tenderini, que oferece, gratuitamente, cursos profissionalizantes aos jovens da comunidade.

Tenderini, Luigi, Luis, painho se encantou com a serenidade  e certeza da missão cumprida. Pai, você é presente. Presente de tempo. Presente de regalo. Obrigado, filha. Pai, não precisa agradecer. Eu que agradeço. Um pai e avô, homem humano como você. Obrigada. Você é Presente. Toma o chá quentinho da noite e durma bem. Sua bença, painho! 


Fórum Internacional em Genebra, 2019. 
Foto: Acervo do Movimento Emaús Internacional/Cortesia

HELENA TENDERINI é antropóloga, artista, educadora, parteira, produtora cultural e cuidadora. Tem mestrado em Antropologia e graduação em Licenciatura em Educação Artística – Artes Cênicas. Poeta e artista, já publicou alguns livros sobre plantas, cuidados, rezadeiras e parteiras. Criou o blog Kabaça em Flor e a página @lavra.kabacaemflor, onde publica alguns de seus poemas e escritos. Vive em comunidade, com a família, no Sítio Malokambo, em Tracunhaém (PE).

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