Detalhe do ateliê de Christina Machado. Foto: Breno Laprovitera
A partir das imagens produzidas é possível percorrer diferentes ambientes dos ateliês, aproximar detalhes, se deter em um ou outro lugar que chame mais atenção. A sensação de imersão é ampliada pela presença de audiodescrição, textos explicativos e fotos com detalhes de cenários e objetos. O visitante pode interagir com os espaços escolhendo planos, explorando detalhes e criando olhares diferenciados sobre as imagens.
Uma imersão nos desenhos de Juliana Lapa. Foto: Breno Laprovitera
O projeto foi idealizado e executado pelo fotógrafo Breno Laprovitera, o programador Gabriel Laprovitera e a jornalista Adriana Dória Matos com apoio do Funcultura. “Aprovamos o projeto no final de 2018 e começamos a selecionar artistas que mantinham ateliês próprios e bastante ativos. Em 2019, visitamos boa parte deles, concluindo as visitas pouco antes da pandemia”, lembra Breno, destacando que a escolha levou em consideração também o reconhecimento artístico e a variedade de obras, estilos e técnicas, compondo um panorama diversificado da arte produzida em Pernambuco. “Apresentamos um produto de recorte temporal, que serve de testemunho histórico sobre a produção e os modos de criação de artistas de diferentes gerações em atuação em Pernambuco nesta segunda década do século 21. Sabemos que hoje esses mesmos ateliês não estão dessa maneira, ou talvez nem existam mais”.
Close no material de trabalho de Maurício Castro. Foto: Breno Laprovitera
A exceção, segundo eles, foi o caso de José Carlos Viana, falecido em 2019. “Em 2009, fizemos as imagens para a exposição Zoológicos. Naquele momento estávamos começando a trabalhar com 360º e aproveitamos a oportunidade e documentamos o ateliê. Já tínhamos esse material em mãos.” Neste caso, a Adriana traçou um perfil do artista, único que não foi entrevistado por ela especialmente para o projeto. “Apesar de sere dez artistas, 12 ateliês foram registrados. Isso porque Joelson e Manuel Dantas Suassuna possuem, cada um, dois espaços ativos de criação. Nos pareceu importante registrar os dois”, completa Breno. A proposta do grupo é levar adiante o projeto e visitar ateliês de outros artistas, montando um grande portfólio online desses espaços de criação.