[Dança] “Céu Sangrando Tinta”

Uma exploração visceral da interseção entre violência, opressão e fragilidade. Inspirada no conto "O General está pintando", de Hermilo Borba Filho, o espetáculo de dança contemporânea Céu Sangrando Tinta estreia na sexta-feira (24), às 20h, e e no sábado (25), às 19h, retornando ao palco com mais duas sessões nos dias 14 e 15 de junho, no Teatro Hermilo Borba Filho. É a primeira peça, em 20 anos, que o edital “O Solo do Outro”, do Teatro, premia uma mulher trans no cargo de diretora e criadora da obra, Catarina Almanova - que assina a pesquisa ao lado de Bob Silveira, Rebeca Gondim e Silvinha Góes. 

Em cena, quatro personagens enfrentam a monotonia de uma existência marcada por repetição, até que suas vidas sofrem o anúncio de um inevitável fim, desencadeando uma inquietante reflexão sobre a fragilidade da vida diante do caos iminente. A pesquisa em dança mergulha na naturalização da violência e na indiferença à vida humana, refletindo sobre estruturas de poder e fragilidade. Ao trazer uma versão modificada, porém inspirada no conto, a peça questiona até que ponto a existência humana é considerada descartável. A obra busca explorar a expressão do movimento através da improvisação, integrando elementos das vertentes de Mary Wigman e Isadora Duncan para enriquecer suas ideias em desenvolvimento.

A pesquisa toma como referência o conto "O General está pintando", de Hermilo Borba Filho, no qual em sua cena final, um rapaz angustiado e ansioso na tentativa de salvar sua avó, que está prestes a falecer, é atingido por um tiro de um soldado do pelotão. A crítica e análise da história nos oferece uma visão única de Hermilo sobre a naturalização da violência, expondo uma clara estrutura de poder e fragilidade que resulta na indiferença à vida humana.

SERVIÇO
Céu Sangrando Tinta
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho (Cais do Apolo, 142, Bairro do Recife)
Quando: Dias 24 e 25 de maio; 14 e 15 de junho. Na sexta-feira, às 20h, e no sábado, às 19h
Quanto: Entrada gratuita
Classificação: 14 anos