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Circo e frevo dialogam em performance

Projeto terá série de apresentações gratuitas no Recife

12 de Março de 2024

Performance é resultado de projeto de pesquisa

Performance é resultado de projeto de pesquisa

Foto Will Oliveira

Espaço propício para diferentes expressões artísticas, o circo contemporâneo pode ser também um ponto de convergência com o frevo. As possibilidades de diálogo entre as artes circenses e o ritmo pernambucano são exploradas pela dupla João Lucas Cavalcanti e Vitor Lima, em parceria com a passista Inaê Silva. O resultado dessa mistura poderá ser visto em uma série de apresentações gratuitas realizadas no Recife, nos dias 16, 22 e 23 de março.

Intitulado Circo em fervo, o projeto é resultado de pesquisa que conta com incentivo do Funcultura, no qual a dupla se lançou em um processo que envolveu residência artística, aulas na Escola de Frevo Maestro Fernando Borges e trocas com profissionais e estudiosos do campo.

Outro eixo importante do projeto foi a parceria com Inaê Silva, passista que é referência nacional, com quem a Cia Devir desenvolveu uma performance como resultado da pesquisa.

“Na Escola de Frevo, tivemos a experiência, enquanto alunos, de aprender os passos da dança, a partir dos ensinamentos do mestre Nascimento do Passo, que permeia a metodologia dos professores. Também pudemos perceber as mudanças da dança, sua transformação em balé popular, ocupando não só as ruas, mas também os palcos. Tivemos contato com a tradição e o contemporâneo. Foram muitas referências para a gente aplicar na parte prática”, reflete João Lucas.

O projeto promoveu uma investigação das relações cênicas e técnicas entre o frevo e as acrobacias circenses. Os artistas buscaram inspiração na dança tipicamente pernambucana para agregá-la ao circo, sem estereótipos ou tentativas de sobrepor uma à outra. 

Os artistas apontam algumas convergências entre o frevo e o as artes circenses, como os movimentos de impulso, a relação com a terra e o ar, além dos movimentos acrobáticos em si.

“Queríamos trazer para o nosso circo a influência do nosso cotidiano, da nossa realidade. Daí o frevo. Para mim, também houve uma questão afetiva: moro no bairro da Escola de Frevo, a Encruzilhada, comecei a fazer frevo quando era criança, com Inaê, mas tive que parar. Essa pesquisa acabou sendo um resgate, na perspectiva pessoal, que me emocionou muito”, reforça Vitor.

Datas, horários e locais:

  • 16 de março, às 19h30, no Melodia de Budega (Rua Pedro Alves, 79, Encruzilhada)
  • 22 de março, às 16h, em frente à Igreja de Nossa Senhora do Livramento (Rua Direita, s/n, São José)
  • 22 de março, às 18h, na Praça da Várzea
  • 23 de março, às 16h, no Espaço Devir (Rua Olga, 71, Encruzilhada)

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