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[Poesia] As deusas em brasa de Conceição Rodrigues

Autora pernambucana lança livro de poemas que aborda gênero e religiosidade

TEXTO Revista Continente

01 de Abril de 2022

Imagem Reprodução

O título adverte que a moça não está de brincadeira. Os dedos das santas costumam faiscar (Patuá, 2021) reúne em quatro “desatos” poemas em que a pernambucana Conceição Rodrigues percorre o que podemos ler como um calvário imaginário. Nesse percurso, os poemas observam, criticam, espicaçam, praguejam e lançam chamas. A referência ao universo religioso faz todo sentido, porque um dos “atos” desta poeta é questionar as violências sociais e de gênero a partir do martírio cristão. “Sou o espelho dos santos/ em sofrimentos”, anuncia em até deus; “é como se eu não morresse se o nome/ não é assassinato/ou/ não tivessem me matado/ se o nome é suicídio”, escreve em santa teresa d’ávila; “santa bárbara/ foi arrastada pela cidade/ num tempo em/ que não havia/ calçamento nem spa”, reconta em santa bárbara. Um livro para acender fogueiras.

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