[livro] Jogos de aparência

"O álbum de retratos repousa sobre a mesa da sala. Está aí, à espera de alguém interessado em vê-lo. Não importa quem seja a pessoa que venha a contemplá-lo", escreve a pesquisadora Georgia Quintas em trecho do seu mais recente livro Jogos de aparência: Os retratos da aristocracia do açúcar (Olhavê, 2016, 232 págs.). A autora esmiuça as sutilezas simbólicas das fotografias e dos álbuns de família produzidos entre os séculos XIX e XX, no período açucareiro de Pernambuco, e traz reflexões sobre o papel da fotografia em uma dimensão social e cultural de um período. Mas também como possível documento de uma sociedade partida em duas faces contundentes, afinal, como defende a autora na apresentação: "os retratos de uma época, as pessoas de uma época sempre dizem mais, sempre nos desorientam mais". Nos orientam, portanto, a trazer novas interpretações. A publicação é parte da sua tese de doutorado em Antropologia realizada na Universidade de Salamanca em torno do acervo iconográfico da Coleção Francisco Rodrigues, abrigada pela Fundação Joaquim Nabuco, e tem lançamento marcado para 2 de setembro, das 10h às 14h, no Atelier Mariana Tassinari, Vila Madalena. No Recife, ainda não há data de lançamento, mas o livro está disponível à venda no site da editora.