[Cinema] Rafiki
Proibido no Quênia, o longa trata o amor homoafetivo entre duas mulheres
TEXTO Revista Continente
05 de Agosto de 2019
Foto Divulgação
Em Rafiki, que estreia no país neste mês pela Olhar Distribuição, a diretora Wanuri Kahiu narra o encontro entre Kena (Samantha Mukasia) e Ziki (Sheila Munyva), duas jovens quenianas que mantêm uma amizade, apesar de pertencerem a famílias rivais no campo político. Há um ditado popular que sentencia que good kenyan girls become good kenyan wives, mas elas não querem vestir fantasia alguma e arriscam vivenciar uma paixão. Como, portanto, optam por fugir do script secularmente estabelecido e apropriado para elas, hão de arcar com consequências violentas. A realizadora mostra, com delicadeza e resistência, como a experiência cotidiana do amor homoafetivo ainda é tabu em muitas partes do planeta. Detalhe impressionante: exibido na Un certain regard do Festival de Cannes em 2018, Rafiki foi proibido no Quênia e teve que recorrer à Justiça para representar o país africano na disputa pelo Oscar.