"Essa gangue de desajustados carrega um pouco do país como está"
Lírio Ferreira fala sobre "Serra das Almas, primeiro filme mais nitidamente ligado ao cinema de ação na trajetória do diretor pernambucano, que estreia nesta quinta-feira (24)
TEXTO Bruno Albertim
22 de Abril de 2025
Foto Mariana Canhisares/Divulgação
RIO DE JANEIRO - Co-produção entre a Urso e a Carnaval Filmes, Serra das Almas é, provavelmente, o mais vigoroso filme de Lírio Ferreira desde sua estreia com Baile Perfumado, em 1996. Localizada em algum ponto do começo dos anos 2000, a trama se passa entre o Recife de marinas e iates, varandas espelhadas sobre a Avenida Boa Viagem e um sítio em algum ponto do Agreste, onde um grupo de amigos erráticos se refugia depois de um roubo de pedras valiosas de traficantes a serviço de um senador. Desejo, ganância, testosterona delinquente, tropicalidade, brejeirice e corrupção sacarina se misturam numa narrativa alucinante, de virada comandada por um trio de atrizes – Pally, Julia Stockler e Mari Oliveira - em grande magnetismo.
Quase trinta anos depois de inscrever seu nome e o do Baile Perfumado, co-dirigido por Paulo Caldas, na história do novíssimo cinema brasileiro, um Lírio Ferreira de 60 anos, maduro, se assume mais elétrico, fala de inquietação e do filme sobre Cacá Diegues que finaliza. Nesta entrevista, Ferreira discorre também sobre o desejo de fazer teatro e do porquê ambientar seu mais recente longa no Agreste. Apresentado em outubro do ano passado, quando foi visto pela reportagem da Continente no último Festival de Cinema do Rio, Serra das Almas estreia dia 24 de abril em cinemas de todo o País.
“Acho que estou mesmo mais elétrico. Obviamente, Serra das Almas é um filme que conversa com o Baile. Mas tem uma coisa que estou procurando hoje, um filme que conversa com muitos gêneros”, diz Lírio Ferreira. “Foi a própria geografia que o roteiro pediu que nos levou à Serra Negra. Este é um filme sobre poder, e o poder começa muito masculino, para, no final, passar para a mão delas. A geografia é um personagem que dialoga com os personagens. Há essa possibilidade que permite assombrações que o filme, de vez em quando, traz”.
CONTINENTE Seu filme de estreia, Baile Perfumado, sintetiza uma característica que marcaria seu cinema: a abordagem lúdica da realidade. Um filme em que há tensionamentos, cenas de violência, como maior ludicidade. Agora, em Serra das Almas, você encampa com maior nitidez a narrativa de um filme de ação. Por que a escolha pela linguagem?
LÍRIO FERREIRA Acho que eu estou mais elétrico (risos). Obviamente, é um filme que conversa com o Baile. Mas acho que o Serra das Almas tem uma coisa que acho muito bacana, de um cinema que eu estou procurando hoje. É um filme que conversa com muitos gêneros. Além dessa possibilidade maravilhosa de você poder, durante determinados momentos, borrar um pouco as fronteiras do thriller de ação, da aventura, mas também do terror e da comédia, que é uma característica da produção pernambucana, de se brincar até no documental. Além dessa possibilidade de poder mexer, na montagem, com vários tempos ao mesmo tempo, como se tudo fosse, ao mesmo tempo, o agora, o passado ou o presente. O Serra das Almas traz as inquietações que estou sentindo hoje.
CONTINENTE Experimentar, então, várias linguagens ao mesmo tempo foi um dos vetores conscientes para a realização do filme?
LÍRIO FERREIRA O roteiro já existia anteriormente, escrito por Paulo Fontenelle, e foi modificado depois. Fomos metendo a mão, acrescentando as ideias. Quando Maria Clara veio depois para colaborar com o roteiro, trouxe uma luz maravilhosa. O filme foi se transformando nessa coisa que eu tô falando, do espírito da frase “Os inquietos vão mudar o mundo”, que, por sinal, fecha o Baile Perfumado. Nós passamos pela pandemia, e eu acho que a gente nunca parou, o espanto foi tão grande, a chapação foi tão grande, que eu acho que até agora as pessoas ainda, obviamente, estão analisando aquilo ali. Serra da Almas é um filme de pessoas sem moral, amorais. Um filme sobre pessoas desajustadas. Uns mais claramente; Outros, nas entrelinhas. Essa gangue de desajustados carrega um pouco do país como está: você começa fazendo pequenas maldades, começa caçando um passarinho. Essas delinquências vão sendo cada vez mais permitidas e internalizadas. Você rouba um toca-fitas, acaba assaltando alguma outra coisa, depois mata alguém.
CONTINENTE No Baile Perfumado, as contradições do Sertão acabam por funcionar como metáforas geográficas para as dicotomias dos personagens ligados ao cangaço, a oscilação permanente entre a abastança das chegadas e a miséria das fugas. Você já disse que, nos seus filmes, as locações não são apenas ambientações, mas partes estruturantes nas narrativas. Por que levar a trama de Serra das Almas para o Agreste de Pernambuco?
LÍRIO FERREIRA Serra das Almas é meu primeiro filme agrestino. O fato de ter sido rodado na Serra Negra, em Bezerros, de ser num lugar alto, traz uma atmosfera. Eu já filmei no Sertão, já filmei na capital e filmei até numa ilha, mas numa serra é a minha primeira experiência. Fiz 60 anos no meio do Carnaval. Não vou dizer que é uma questão de esmerilar, de maturidade e tal, mas estou num momento de a câmera chegar mais perto dos personagens, invadir mais do que tinha antes. Essa câmera está mais próxima agora. Da pandemia para cá, naturalmente, meus filmes passaram a invadir mais, a chegar mais perto dos atores, das atrizes. A geografia, como diz o John Ford, é a direção de arte nos filmes dele. Mas acho que, apesar daquelas grandes paisagens nos filmes do Ford, a grande direção de arte nos filmes dele é o rosto dos atores. Eu acho que cheguei nisso. Estou buscando isso cada vez mais. Apesar desses grandes cenários no Sertão, na ilha de Fernando Noronha, nos grandes planos de Brasília Teimosa, acho que também tem essa coisa de buscar lugares mais claustrofóbicos. No meu filme anterior, Onofre, quase tudo se passa dentro de uma delegacia. Acho até que essa proximidade, esse chegar mais perto das pessoas, é um reflexo dessa saída da pandemia. No entanto, a geografia é uma coisa muito importante nos filmes que eu faço. A geografia é um personagem que dialoga com os personagens. Serra das Almas se passa numa serra. E, numa serra, parece que você sai um pouco do chão. Tem essa possibilidade que permite essas assombrações que o filme, de vez em quando, traz, e também a claustrofobia.

CONTINENTE Em Serra das Almas, há uma situação clássica de claustrofobia, o cativeiro a que as personagens femininas são submetidas. Mas nos parece também que aquela serra, que é um lugar aberto, que traz a natureza em suas possibilidades, vai se tornando também uma geografia sufocante, claustrofóbica no sentido de ir levando os personagens para além dos seus limites emocionais e éticos…
LÍRIO FERREIRA Claro! No filme, aliás, a casa é um personagem absurdo, uma grande prisão, quase como numa situação pandêmica mesmo, com todos os personagens sequestrados, ninguém consegue sair daquela casa. Existe aquele casal que está ali, sem poder sair para o mundo, porque resolveu ficar daquele jeito. Chega aquela van e todo mundo fica trancado. A grande contradição é essa que você fala mesmo. A coisa contraditória é se ter aquele vasto olhar da serra ali, e não se poder sair para lugar nenhum, todo mundo ali é preso por alguma coisa.
CONTINENTE Baile Perfumado, há quase 30 anos, foi um filme intrisecamente alimentado pela música pernambucana, o Manguebeat que então surgia. Teu cinema continua em diálogo tributário da música de Pernambuco ou esses diálogos são um pouco mais rarefeitos agora?LÍRIO FERREIRA Há uma dívida que estou pagando até hoje (risos), uma dívida que o cinema pernambucano tem com o Manguebeat. Como retrato de seu tempo, o cinema feito em Pernambuco é um retrato daquele momento. É óbvio que a gente nasceu ali, essa dentição nova que veio depois do movimento de curta-metragens dos anos 1980. A gente bebeu muito daquela atmosfera do Manguebeat – a trilha de O Baile Perfumado foi a primeira compilação, aliás, do Manguebeat. Não é uma coisa só homenagear ou de sublinhar as imagens. Era uma relação mesmo de conversa, que se mantém desde O Baile. Neste filme, Serra das Almas, a trilha é de Pupillo, que foi da Nação Zumbi.
A raiz está ali no Baile Perfumado, sempre nessa relação de a música dialogar com as imagens, de justapor as imagens com o som, nunca de ficar apenas de pano de fundo ou de causar algum tipo de emoção. Isso vai se mantendo em todos os filmes. Como alguns cineastas, eu acho que existe uma frustração até de eu não tocar nenhum instrumento. Acho que, nos meus filmes, eu consigo realizar esse meu desejo, também, de tocar algum instrumento.
CONTINENTE Alguns atores, dos quais poderia citar como exemplo Matheus Nachtergaele, Irandhir Santos ou Hermila Guedes, nesses 30 anos, podem sintetizar uma corporificação do cinema pernambucano, pessoas cujos corpos estão associados e esse imaginário. Em Serra das Almas, há atores menos conhecidos, tão bem integrados aos personagens que parecem até não atores, personagens reais treinados para a atuação? Como chegou e a esse elenco?
LÍRIO FERREIRA Já falaram até que eu chamo pouco os atores de Pernambuco para trabalhar. Isso é relativo. No Árido Movie, tinha aquele elenco maravilhoso com quem eu tive a sorte de trabalhar (Selton Mello, entre eles), mas tinha também Aramis Trindade, Cláudio Ferrário, Magdale Alves. No Baile, a Maria Bonita é Zuleika Ferreira. Além do roteiro, Maria Clara foi ajudando também na composição desse casting. Fomos chegando aos poucos a esse elenco, porque quando recebi o primeiro tratamento do roteiro, não tinha essas coisas dos tempos, de se fazer um filme que não fosse cronológico, que começasse no meio e voltasse para trás. Enfim, para anunciar uma coisa, foi se quebrando essa cronologia. O filme tem praticamente três tempos: um tempo presente, um passado de uns três ou quatro dias antes, que os levou até àquela situação, e um passado mais remoto, que é, sei lá, de uns quatro anos antes. Então, queríamos atores com cara desse passado próximo para o presente, da adolescência para a juventude, para que pudéssemos manter o mesmo elenco fazendo apenas cortes de cabelo ou de barba, para indicar essa passagem do tempo. Quase todo mundo tem a mesma idade. Talvez apenas o Ravel Andrade ou a Julia Stockler sejam um pouco mais velhos. Queria também um elenco de rostos não tão conhecidos, sem tanta visibilidade anterior. E esse coletivo virou uma amálgama de oito pessoas. Eles estão muito certeiros. Chegaram antes de a gente começar a filmar ali em Serra Negra e formaram uma turma. Algo que havia acontecido antes no Baile Perfumado quando eu entreguei o “cangaço” todo pra Luís Carlos Vasconcelos, que ia fazer o Lampião. Eu disse: “Luís Carlos, tu é Lampião, faz o que quiser com essa turma”. Então, houve três semanas antes de preparação e entrosamento. Lembro, inclusive, que chegamos em Serra Negra quando houve a virada na apuração que daria a vitória a Lula como presidente. Lembro de ter passado pelas barreiras da polícia rodoviária quando tive que voltar para votar, no Recife. E acho que a vitória de Lula deu um quê de esperança pra aquelas mulheres, acho que o elenco foi muito generoso nessa coisa viva que estava acontecendo naquele momento.
CONTINENTE O filme trata também de uma questão relativamente recente, o da interiorização da violência no Brasil neste começo de século 21 e, nos parece, mostra maneiras diferentes como o feminino e o masculino lidam com a violência; Os homens, de maneira mais instintiva e emocional e as mulheres, com mais inteligência. Essa dualidade é intencional?
LÍRIO FERREIRA Acho que o Brasil é um país, infelizmente, mal “inventado”, muito difícil, muito mal construído, muito mal pensado. Os lampejos que a gente tem de solução, de resistência são grandes, mas não podemos esquecer que temos 300 anos de escravização, com extermínio indígena, com uma porrada de coisa que até hoje não se consertou, essa dívida social que o país tem. O Brasil é muito um reflexo disso, cheio de capitães, fundamentalistas religiosos no Congresso. Foi a própria geografia que o roteiro pedia que nos levou à Serra Negra. E, sim, a leitura é essa mesma. Esse é um filme sobre poder, e o poder começa muito masculino, quem dita onde botar a vela para caçar o vento são eles, até, que no final, o poder passa para a mão delas. Essa leitura que você falou está ali, tanto na paisagem quanto nessa dicotomia. O roteiro pedia aquilo ali, e a gente fez. Esse é um filme, além de tudo, sobre poder, sobre quem toma as decisões, quem dita onde botar a vela.
CONTINENTE Árido Movie, seu segundo filme, tem um título que remete a um manifesto estético. A presença constante de filmes pernambucanos nos festivais internacionais, a exemplo de O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, que estreia este ano em Cannes, aponta para o reconhecimento de uma linguagem própria?
LÍRIO FERREIRA Essa pergunta é recorrente, tentar decifrar o enigma do cinema pernambucano. As pessoas ficam abismadas. Não param de surgir novos autores de lá para cá. Agora, tem Mariana Brennand, Daniel Bandeira. Antes, comigo, vieram Paulo Caldas, Adelina Pontual, Hilton Lacerda, Marcelo Gomes, Renata Pinheiro, Gabriel Mascaro... São várias dentições. É muito difícil, eu não tenho como decifrar esse enigma da fertilidade do cinema pernambucano. Mas, Pernambuco, obviamente, tem uma tradição, histórica, desde a década de 1970, com o ciclo do Super 8. Ou, um pouco atrás, quando o cinema tinha só 30 anos de invenção, havia já o Ciclo do Recife. Geograficamente, é uma cidade em que Darwim para, quando sai da linha do Equador, uma cidade portuária, que sempre conversou com quem vem de fora. Historicamente agitada intelectualmente. Pernambuco é o único estado que virou país numa época da história. É um cinema que não cede tanto aos apelos comerciais, às regras mais engessadas. E o cinema é um reflexo natural disso. Claudio Assis, talvez, seja o exemplo bom, um cara que só faz o que quer. Não importa se tenha dez ou dez mil expectadores.
CONTINENTE Você já se definiu como um experimentalista. Está experimentando novas linguagens?
LÍRIO FERREIRA Estou agora em São Paulo, dirigindo um show de Victor Araújo. Um show que estreou em 2011, mas foi pouco visto, porque estava num teatro que ninguém conhecia. Um espetáculo muito forte. Acho que, agora, esse show vai ter uma carreira. Tenho um espetáculo de teatro em cartaz desde 2011, Eu te amo, de Arnaldo Jabor. Dirgijo com Rosane Swartmann, com Juliana Martins no elenco. Já foi com o Alexandre Borges e Julia Lemmertz. Tenho vontade de fazer mais teatro. Tenho até conversado com Lirinha a respeito. O teatro me deixa um pouco nervoso, porque é totalmente contrário ao cinema. O diretor não tem controle. O ator sobe no palco e faz o que quer. Você não tem o poder de congelar o tempo. Mas fazer teatro é algo que me aproximou muito dos atores. No entanto, não tenho nenhum projeto em andamento agora. Tenho dois documentários, um sobre Hermeto Paschoal, que estreou ano passado, em Amsterdã, e o filme sobre a banda Cachorro Grande, que passou no Festival de São Paulo, e que deve entrar em cartaz em algum momento. Estou há um tempo trabalhando sobre o disco Vivo, de Alceu Valença, com produção de Camila Valença, uma produtora maravilhosa. E tô também montando o filme de Cacá Diegues, um documentário. Entrevistei ele em vários momentos. Quando ele morreu, em fevereiro, a gente estava já montando o filme. Cacá é uma pessoa fundamental do final da década de 1970 e começo dos 1980 para o cinema brasileiro. Bye-bye Brasil é um filme que me atravessou profundamente.

CONTINENTE Havia muito entusiasmo e muito colaborativismo, mas vocês tinham noção da historicidade daquele momento? Consegue se ver de fora para dentro? Ou seja, passados quase 30 anos, como avalia o lugar de O Baile Perfumado e de Lírio Ferreira no panorama do cinema brasileiro?
LÍRIO FERREIRA Eu fiz 60 anos em pleno sábado de Carnaval. Naquele momento, eu tinha 30. Paulo Caldas estava voltando de Londres e eu disse: “Vamos fazer um filme?" Há anos, Pernambucano não tinha um filme. A gente não tinha a menor ideia do que iria acontecer naquele momento. Fomos movidos pelo ímpeto. Nos juntamos, em grande colaborativismo, Adelina Pontual, Hilton Lacerda, Claudio... Foram seis semanas filmando. Se não fosse o amor e a confiança de todo mundo, a gente não tinha chegado aonde chegou. Lembro que, quando chegamos em São Paulo, e estávamos montando o filme com Vânia Debs, numa moviola, perguntei a ela, quanto tempo tínhamos de filme. Ela respondeu: “Uma hora e meia”. Eu respondi: “Temos que comemorar, já temos um longa-metragem”. Fiz uma oração para comemorar. Todos saímos daquele prêmio Resgate do Cinema Brasileiro de 94. Queríamos voltar a fazer filmes, mas a gente não sabia muito bem aonde íamos chegar. Lembro que, quando recebemos a primeira parcela do prêmio, compramos os negativos, o mais importante era ter os negativos. Compramos seis meses antes e os colocamos numa geladeira, porque isso era a garantia de que haveria o filme. Ano que vem, teremos os 30 anos de O Baile Perfumado e estamos produzindo, com direção de Camilo Cavalcanti, um documentário a respeito. É bom, hoje, ver tanta gente chegar e dizer que passou a fazer cinema depois de assistir ao Baile, dizer que aquele era o tipo de cinema que gostaria de fazer. Mas, olhando para trás, assim, não consigo fazer uma análise fria. A gente realmente não sabia aonde ia dar.
CONTINENTE E Serra da Almas, aonde pode chegar?
LÍRIO FERREIRA Não sei ainda. Houve uma mudança muito forte da maneira de se fazer cinema. Já existia essa transição, mas a pandemia deu uma acelerada nessas mudanças. Nessa volta, o cinema perdeu muito. As pessoas saíram da pandemia querendo ver gente, coisas ao vivo, teatro, shows de música. Em relação ao cinema, as pessoas mergulharam no streamming e não voltaram. Houve um lugar de esperança com o filme de Walter Salles (Ainda Estou Aqui). Serra das Almas tem essa coisa da ação, e um pouco também do cinema dos anos 1970. Espero que as pessoas saíam de casa para ir ao cinema. Mas o flime já ganhou o prêmio da Netflix, e já está garantido para 190 países.
BRUNO ALBERTIM, jornalista e autor de Tereza Costa Rêgo, uma mulher em três tempos (Cepe) e Nordeste – Identidade comestível (Massangana)