1º Noturno estreia com filmes inéditos e clássicos
Primeira edição do Festival Internacional de Curtas do Recife acontece entre 22 e 24 de agosto, no Cinema da Fundação e Cinema São Luiz, com mostras competitivas nacionais, seleção internacional, sessões especiais e homenagens
19 de Agosto de 2025
"Fale a ela o que me aconteceu" está na competição nacional
Foto Divulgação
O Recife será palco da primeira edição do Noturno – Festival Internacional de Curtas do Recife, que acontece de 22 a 24 de agosto, com entrada gratuita. O evento ocupa as salas do Cinema da Fundação/Derby e do Cinema São Luiz com mostras competitivas nacionais e internacionais, sessões especiais de clássicos e obras inéditas na capital pernambucana.
A abertura acontece nesta sexta-feira, 22, a partir das 19h30, no Cinema da Fundação/Derby, com a exibição de três títulos emblemáticos: Noturno em Ré(cife) Maior (1981), de Jomard Muniz de Britto, Festa Infinita (2024), de Ander Beça, e Resgate Cultural – O Filme (2001), do coletivo Telephone Colorido e Pajé Limpeza.
A sessão propõe um encontro entre gestos de inventividade livre que marcaram – e ainda marcam – diferentes momentos da cinematografia pernambucana: da liberdade criativa de Jomard Muniz de Britto, passando pela irreverência coletiva do Telephone Colorido, até as transgressões e novas expressões contemporâneas de Ander Beça.
Nos dias 23 e 24, o festival se expande para o Cinema São Luiz, ocupando a grade de programação com mostras competitivas nacionais, panorama internacional, um especial dedicado ao cineasta argentino Francisco Lezama e uma sessão homenagem com curtas do cineasta pernambucano Daniel Bandeira.
"Buscamos selecionar obras que dificilmente encontrariam um espaço no nosso circuito de exibição, sobretudo curtas que têm circulado por festivais do Sul e Sudeste, mas que permanecem inéditos aqui. Em sua maioria, são filmes que exploram a ficção em suas zonas híbridas – do terror ao coming of age – e que se entrelaçam com a produção pernambucana contemporânea, muitos deles inéditos no Estado”, explica João Rêgo, um dos curadores e idealizadores do festival.
Felipe Karnakis, idealizador e curador do Noturno, acrescenta: “O festival é concebido com um viés que valoriza o território e a formação de público. Mais do que simplesmente estrear filmes na cidade, buscamos criar sessões que dialoguem com os espectadores e com a dinâmica de Recife. Esse princípio orienta toda a nossa curadoria e programação”, afirma.
Dedicado exclusivamente ao curta-metragem, o Noturno estreia no Recife como um espaço para repensar e celebrar o formato na capital pernambucana, ampliando suas janelas de exibição e incentivando o diálogo entre diferentes estéticas e narrativas.
Idealizado pelos curadores Felipe André Silva, Felipe Karnakis e João Rêgo, o festival inspira-se no espírito livre de Noturno em Re(cife) Maior, de Jomard Muniz de Britto. Tal como no filme, a proposta é um gesto poético: voltar o olhar para o que se move à margem, para o que escapa das lógicas mais consolidadas e, justamente por isso, guarda a potência de surpreender e transformar.
“O Noturno nasceu da percepção de que Recife carecia de um espaço inteiramente dedicado ao curta-metragem. Diferente de outros festivais locais, que incluem o formato em recortes específicos, o Noturno coloca o curta no centro da programação, reafirmando-o como linguagem, forma e campo de experimentação”, explica o cineasta Felipe André Silva.
“Esta primeira edição do Noturno, inclusive, espelha os próprios desafios enfrentados pelo formato: é feita sem apoios oficiais, sustentada sobretudo pela vontade de garantir um espaço de circulação e de diálogo”, complementa.
Nesse movimento, o Noturno se aproxima de iniciativas irmãs, como o Festival Lúmen, no Rio de Janeiro, e o Estranhos Encontros, em São Paulo – eventos que também nasceram com o desejo de provocar novas conversas no cinema brasileiro. Juntos, esses festivais formam uma frente nacional independente que, em vez de negar os debates já existentes, busca ampliar o campo de reflexão, destacando a intensidade da produção recente de curtas, seus temas e as formas de discurso que vêm emergindo.
PROGRAMAÇÃO
Sexta-feira, 22 - Cinema da Fundação/Derby
Sessão de Abertura - 19h30
- Festa Infinita
- Resgate Cultural – O Filme
- Noturno Em Ré-cife Maior
Sábado, 23 - Cinema São Luiz
Competição Brasileira 1 - 14h
- Segunda-feira, então (PE)
- Núbia (MG)
- Tragédia (RS)
- Boca Dura (SP)
- Estrela Brava (RJ)
Foco Francisco Lezama - 16h
- Um Movimento Estranho (Argentina)
- Dear Renzo (Argentina)
- La Novia de Frankenstein (Argentina)
- Atardecer (Argentina)
Competição Brasileira 2 - 17h30
- Fronteriza (SP/PR)
- Entre Corpos (AL)
- E Seu Corpo é Belo (RJ)
- Fale a Ela o Que Me Aconteceu (PE)
Domingo, 24 - Cinema São Luiz
Competição Brasileira 3 - 14h
- Capturar o Fantasma (SP)
- Testemunho (MG/RS)
- Mar de Dentro (PE)
- Desvios Diários: Domingo (SP)
- O Mediador (BA)
Panorama Internacional - 15h40
- Monstouris Park (França)
- Lloyd Wong, Unfinished (Canadá)
- Sorry I'm late (but I brought a choir) (Noruega)
- Lamento (Suíça)
- A dónde van los pájaros cuando llueve (Colômbia)
Competição Brasileira 4 - 17h30
- Americana (PA)
- Ontem lembrei de minha mãe (PR)
- Osmo (DF)
- Era Uma Vez Diversiones (PE)
Sessão Especial - Homenagem a Daniel Bandeira (+ Premiação) - 19h30
- Tchau e Benção (PE)
- Sob a Pele (PE)
- ContraTempo (PE)
SERVIÇO
1ª NOTURNO – FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS DO RECIFE
De 22 a 24 de agosto | Cinema da Fundação - Derby e Cinema São Luiz
Entrada gratuita
Site: www.noturnofestival.info
Contato: noturnofestival@gmail.com
Instagram: @noturnofestival